quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CRÔNICA DA SAUDADE - 21/11/2012



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         Sempre me apeguei a alguns veículos da imprensa brasileira, graças, principalmente, aos seus cronistas. Por causa de Rubem Braga, colecionei, por muito tempo, as edições do Diário da Noite, jornal editado no Rio, em tamanho tablóide, que embora não fosse tão bom em se tratando de notícias, era primeiro sem segundo, para mim, por causa das crônicas do meu cronista preferido. E só parei de colecionar o jornal porque, num certo dia, ele deixou de circular.

        Com a antiga revista O Cruzeiro não foi diferente: rendi-me aos encantos da revista, como um todo, indo das reportagens de David Nasser ao Amigo da Onça, do meu amigo Péricles, mas não tinha como fugir à sua principal atração, ao pedacinho da edição que me cativava tanto e que, por capricho da natureza, ficava em sua última página: as crônicas, sempre belas e humanas, escritas por Rachel de Queiroz.

          Era a única revista que muita gente, como eu, começava a ler por sua última página, de trás para frente, pois era lá, na última página,que estava a crônica de Rachel.

           Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza, no Ceará, Rachel de Queiroz se destacou como escritora, publicando os livros O Quinze, As Três Marias, Lampião e tantos outros, além das peças teatrais A Beata Maria do Egito e O Menino Mágico, obras premiadas nacionalmente.

         Cronista emérita, publicou mais de duas mil crônicas, cuja seleção de algumas delas proporcionou a publicação dos seguintes livros: A Donzela e a Moura Torta, 100 crônicas escolhidas, O Brasileiro Perplexo e O Caçador de Tatu.

           Tendo sido a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras- eleita para a Cadeira nº 5, em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Cândido Mota Filho – Rachel de Queiroz foi recebida, em 4 de novembro de 1977, pelo acadêmico Adonias Filho, acabando, de uma vez por todas, com o famoso clube do Bolinha(onde menina não entrava) da nossa maior academia.

             Em suas crônicas, contava, com simplicidade, as novidades da semana e conquistava, à cada história que relatava, a admiração de milhares de leitores. No último dia 04 de novembro, os brasileiros lamentaram os nove anos de saudades de Rachel, desde o dia em que Deus a levou do nosso convívio com a mesma tranqüilidade com que ela sempre viveu entre nós.

            Naquele dia fatídico, ela se deitou para dormir, pensou em Deus como sempre e adormeceu - para nunca mais acordar.

              E foi assim que Rachel de Queiroz passou a viver o sonho da eternidade, deixando, em cada um dos seus fãs, uma saudade eterna.

Sempre me apeguei a alguns veículos da imprensa brasileira, graças, principalmente, aos seus cronistas. Por causa de Rubem Braga, colecionei, por muito tempo, as edições do Diário da Noite, jornal editado no Rio, em tamanho tablóide, que embora não fosse tão bom em se tratando de notícias, era primeiro sem segundo, para mim, por causa das crônicas do meu cronista preferido. E só parei de colecionar o jornal porque, num certo dia, ele deixou de circular.

                                  Com a antiga revista O Cruzeiro não foi diferente: rendi-me aos encantos da revista, como um todo, indo das reportagens de David Nasser ao Amigo da Onça, do meu amigo Péricles, mas não tinha como fugir à sua principal atração, ao pedacinho da edição que me cativava tanto e que, por capricho da natureza, ficava em sua última página: as crônicas, sempre belas e humanas, escritas por Rachel de Queiroz.

                                  Era a única revista que muita gente, como eu, começava a ler por sua última página, de trás para frente, pois era lá, na última página,que estava a crônica de Rachel.

                                  Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza, no Ceará, Rachel de Queiroz se destacou como escritora, publicando os livros O Quinze, As Três Marias, Lampião e tantos outros, além das peças teatrais A Beata Maria do Egito e O Menino Mágico, obras premiadas nacionalmente.

                                  Cronista emérita, publicou mais de duas mil crônicas, cuja seleção de algumas delas proporcionou a publicação dos seguintes livros: A Donzela e a Moura Torta, 100 crônicas escolhidas, O Brasileiro Perplexo e O Caçador de Tatu.

                                  Tendo sido a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras- eleita para a Cadeira nº 5, em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Cândido Mota Filho – Rachel de Queiroz foi recebida, em 4 de novembro de 1977, pelo acadêmico Adonias Filho, acabando, de uma vez por todas, com o famoso clube do Bolinha(onde menina não entrava) da nossa maior academia.

                                  Em suas crônicas, contava, com simplicidade, as novidades da semana e conquistava, à cada história que relatava, a admiração de milhares de leitores. No último dia 04 de novembro, os brasileiros lamentaram os nove anos de saudades de Rachel, desde o dia em que Deus a levou do nosso convívio com a mesma tranqüilidade com que ela sempre viveu entre nós.

                                  Naquele dia fatídico, ela se deitou para dormir, pensou em Deus como sempre e adormeceu - para nunca mais acordar.

                                  E foi assim que Rachel de Queiroz passou a viver o sonho da eternidade, deixando, em cada um dos seus fãs, uma saudade eterna.


http://www.senado.gov.br/noticias/tv/programaListaPadrao.asp?ind_click=&txt_titulo_menu=&IND_ACESSO=S&IND_PROGRAMA=N&COD_PROGRAMA=3&COD_MIDIA=34268&COD_VIDEO=38821&ORDEM=0&QUERY=&pagina=1


                                                                    

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

CRÔNICA DA SAUDADE - 15/11/2012



                                          MANTOVANI, O MAESTRO



          Acredito que existam outras pessoas que amaram, como eu, durante toda a vida, a música e a obra do grande maestro Mantovani, assim como é possível que muitos, dentre os quais me incluo, jamais tenham se interessado, nem por um momento, em saber, pelo menos, como era o nome completo daquele homem que trouxera todo o encanto das grandes orquestras – especialmente das orquestras de cordas – para as nossas horas de paz e lazer.
            Nascido em Veneza, na Itália, no dia 15 de novembro de 1905, Annunzio Paolo Mantovani era filho de um professor de música de dois conservatórios italianos, que tocou sob a batuta de Massagni e Toscanini e que, por serviços prestados ao governo, foi feito Cavalheiro pelo Rei de Portugal. Quando se encontrava na Inglaterra, em 1912, com uma companhia lírica italiana, teve início a primeira guerra mundial e seu pai, impossibilitado de retornar à pátria, teve que se fixar em Londres com a família, quando Mantovani tinha apenas 7 anos. Mantovani, aos 14 anos, já iniciava os seus estudos de violino e, dois anos mais tarde, já era um músico profissional. Embora seus programas de rádio tenham começado com o seu quinteto, foi com a Típica Orquestra, formada em 1930, que o nome de Mantovani se tornou famoso.
           Até os anos 70, eu e muitos outros da minha geração, crescemos, certamente, ouvindo a música de Mantovani, que nos educava o espírito e nos fazia sentir o verdadeiro fascínio da música orquestrada, especialmente aquelas que chegavam aos nossos ouvidos junto com as imagens de um filme que jamais seria esquecido.
         Como esquecer os acordes marcantes das músicas que se tornaram famosas como A Lenda da Montanha de Cristal ? E o Tema de Lara, do imortal Dr. Jivago ? E as músicas que marcaram Goldfinger, do 007; toda a imponência de Bem-Hur; todo o encanto de Lawrence da Arábia; e as lembranças que ficaram com Zorba, o grego ? Como vamos lembrar o filme Nunca aos Domingos sem a música de Mantovani ? E a trilha inesquecível de Se Meu Apartamento Falasse ? E aquele Moon River que não nos sai da lembrança, tema do filme Bonequinha de Luxo ?
           Tudo isso me veio à memória quando resolvi, depois de tantos anos, conhecer mais de perto o maestro que sempre fez parte dos meus sonhos musicais, pois foi sòmente hoje, depois de tanto vibrar com a música de Mantovani, é que fui apresentado ao cidadão Annunzio Paulo Mantovani, que deixou a batuta, desta grande orquestra que é a vida, no dia 29 de março de 1980, quando veio a falecer.
             O Mantovani da orquestra... o maestro... o homem que fez história dando vida às mais belas páginas da música popular universal... este, sem dúvida, vai ficar para a eternidade, recebendo sempre os aplausos do seu grande público.
                 O maestro genial jamais será esquecido.

                  http://www.youtube.com/watch?v=qRinNWDPBUs&feature=related     

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CRÔNICA DA SAUDADE - 07/11/2012



O BRASIL DE ARY BARROSO



                      Logo no começo deste mês de novembro, no dia 7, não existe uma motivação mais forte para uma Crônica da Saudade do que a lembrança da passagem da data que assinala o aniversário de nascimento de um dos maiores compositores do Brasil, autor de músicas consagradas no país e no exterior, que é Ary Barroso.
                        Em 2003, visando divulgar o centenário do nascimento do velho Ary, entrei em contato com várias emissoras de rádios de todo o Brasil, convidando à todas para que incluíssem em suas programações, naquela data, o maior número possível dos grandes sucessos musicais do homenageado, o que, segundo soube, aconteceu e repercutiu, especialmente, aqui, na Paraíba.
                      Ary Evangelista de Resende Barroso nasceu em Ubá, Minas Gerais, na Fazenda da Barrinha, no dia 7 de novembro de 1903. Órfão de pai e mãe, ainda criança, foi criado pela avó materna e por uma tia. Aos 12 anos, já tocava piano no cinema de sua cidade, fazendo fundo musical para filmes mudos.Em 1920, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou-se em direito, mas foi sòmente em 1928 – durante uma temporada que passou em Santos e em Poços de Caldas - que começou a compor as suas primeiras produções, como “Eu vou à Penha” e “Vamos Deixar de Intimidade”, que foram bem recebidas pelo público, já que estavam incluídas no seu primeiro disco.Em 1930, Ary venceu o concurso carnavalesco daquele ano com a marcha “Dá Nela”, mas foi com o samba-exaltação “Aquarela do Brasil”, em 1939, que ele se celebrizou, inovando a música popular brasileira, incorporando ao acompanhamento células rítmicas até então só conhecidas em instrumentos de percussão. Em cima da mesma linha patriótica, Ary Barroso compôs outras músicas, igualmente famosas, como “Na Baixa do Sapateiro”, em 1938, “Brasil Moreno”, em 1942, e “Terra Seca”, em 1943. Em 1944, convidado por Walt Disney, Ary Barroso feza música do filme “Você Já Foi à Bahia ?” e foi premiado pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood.
                   Como locutor e cronista esportivo, Ary Barroso fez fama na Rádio Tupi, do Rio(especialmente por torcer abertamente pelo seu Flamengo !),tendo criado, ao longo do tempo, vários programas, dentre eles o “Hora do Calouro” , de onde surgiram alguns dos maiores intérpretes da música popular brasileira, como Elza Soares e tantos outros. Recebeu a Ordem Nacional do Mérito, em 1955, como o mais patriota dos nossos compositores em todos os tempos.
                 Morreu no Rio de Janeiro, num domingo de carnaval, no dia 9 de fevereiro de 1964, após dizer, por telefone, ao seu amigo David Nasser: Acho que vou morrer. Estão tocando as minhas músicas no rádio. Ary Barroso virou saudade e, no aniversário do seu nascimento, as suas músicas deveriam ser tocadas por esse Brasil a fora, homenageando, assim, quem tanto, em vida, homenageou a nossa terra.
                  Esse Brasil, sem dúvida, que dele recebeu todo o seu amor e toda a sua admiração, através de suas composições que jamais serão esquecidas, deverá reverenciá-lo para sempre.
             Vamos aproveitar o dia de hoje para ouvir algumas musicas do nosso genial Ary Barroso, reavivando, mais uma vez, a sua saudade.

http://www.youtube.com/watch?v=ygrdoP9Z68U