domingo, 22 de junho de 2014

CRÔNICA DA SAUDADE - 13/06/2014




                                                                             


                                       MARLENE
                   Antes que o mês de junho chegue ao fim, não posso deixar de registrar o falecimento, no último dia 13 (sexta-feira), no Rio de Janeiro, de uma das mais marcantes cantoras do Brasil – Marlene -, fascinante estrela da era do rádio em nosso país e intérprete de alguns sucessos inesquecíveis da música popular brasileira.
                        A sua morte foi confirmada por funcionários do Hospital Casa de Portugal, em Rio Comprido, na região central do Rio de Janeiro, onde Marlene, aos 91 anos,  estava internada desde o dia 7 de junho, tendo falecido devido à uma severa pneumonia.
                        Nascida com o nome de Victória Bonauitti de Martino, no dia 22 de novembro de 1922, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, Marlene era filha de imigrantes italianos e, embora tenha estudado para ser contadora, resolveu fazer o que mais gostava e passou a investir numa carreira artística.
                        Foi assim, portanto, que adotou o nome de Marlene, em homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich (de quem era fã), para que seus pais, extremamente conservadores, não descobrissem que era cantora.
                        Quando já cantava na Rádio Tupi, nos anos 40, foi descoberta pela mãe, que aplaudiu a filha enquanto cantava, indo, depois, com ela, para o Rio de Janeiro, onde, realmente, mais se destacou no mundo artístico, tendo vencido, em 1949, o Concurso para eleição da Rainha do Rádio, promovido pe-la Rádio Nacional, fáto que a colocou entre as maiores estrelas populares da época, tanto assim que o verso da música Cantoras do Rádio, imortalizada na voz de Carmen Miranda, é uma homenagem à Marlene e à outras estrelas da época, como Emilinha Borba, Linda e Dircinha Batista, todas já falecidas.
                        Marlene lançou seu primeiro álbum em 1946: um compacto com as canções Coitadinho do Papai e Um Ano Depois, passando a produzir, a partir daí, ininterruptamente, até o ano de 1979, quando lançou Raínhas do Rádio. A partir daí, lançou apenas mais quatro discos: Há Sempre Um Nome de Mulher (1987), Os ídolos do Rádio (1988), Marlene, Meu Bem (1996) e o úl-timo, Estrela da Manhã (1998).                       
.                       Espirituosa e divertida, Marlene nâo gostava de revelar a idade, especialmente nos últimos anos de vida, quando ela afirmava, em muitas entrevistas que nem ela mesma sabia.
                        _ Eu quero que o mistério continue. Um jornal botou que tenho 70 anos, outro anunciou que tenha 68, mas eu estou, na realidade, com cem anos: Firme forte e gostosa !
                        Marlene era assim, espalhando bom humor por onde passava e deixando, em suas interpretações, algumas das páginas mais inesquecíveis da música popular brasileira.
                        O Brasil jamais esquecerá sua voz.


                        https://www.youtube.com/watch?v=8DhEcWNIcfE