segunda-feira, 9 de maio de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - 09/05/2011



A ETERNA RAINHA DO RÁDIO

Foi nos anos 50 que a Era do Rádio passou a existir, realmente, em nosso país, com as maiores emissoras radiofônicas brasileiras ditando, em todos os segmentos da nossa sociedade, as regras da comunicação, dos modismos, de tudo aquilo que, enfim, virava sucesso junto ao grande público em todo o Brasil.

Emissoras como a Rádio Nacional e a Rádio Mayrink Veiga, ambas do Rio de Janeiro, ditavam normas, criavam concursos e transformavam em verdadeiros ídolos populares, da noite para o dia, artistas que se apresentavam nos seus programas de auditório, elegendo-os, através de votações populares que se realizavam todos os anos, os novos reis e as novas rainhas do rádio, que passavam a ser reverenciados, por seus súditos, em todo o território nacional.

Foi Ângela Maria, uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, quem mais ocupou o trono como Rainha do Rádio, nessas eleições populares, tendo sido eleita pelo povo em quatro mandatos consecutivos, nos anos de 1952 a 1955, causando verdadeira euforia em toda a sua imensa legião de fãs de todo o Brasil.

E qual o motivo desta lembrança de Ângela quando buscamos um tema para a crônica de hoje ? O principal motivo, sem dúvida, é que, na próxima sexta-feira, dia 13, os seus milhares de fãs comemorarão a passagem de mais um aniversário da nossa sempre jovem Ângela Maria. Abelim Maria da Cunha – este é o seu verdadeiro nome - nasceu na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1928, revelando, desde menina, sua vocação para a música, através dos coro da igreja onde cantava, até os 20 anos, já que sua família não permitia que seguisse a carreira artística. Passando a morar no Rio com a irmã, a partir de 1948, Ângela, primeiramente, foi trabalhar como crooner no Dancing Avenida, onde foi descoberta e levada para a Rádio Mayrink Veiga. Sua primeira gravação – Não tenho Você – já foi um sucesso de vendas. E vieram, logo após, as músicas que marcaram a sua carreira, como Nem Eu, Orgulho, Lábios de Mel, Vida de Bailarina, Abandono, Babalu, Fósforo Queimado, Garota Solitária e muitas outras igualmente inesquecíveis. Gravou mais de 50 LPs, diversos compactos e dezenas de discos em 78 rotações

O que mais nos impressiona, hoje, no entanto, é a jovialidade da voz desta senhora cantora, que acaba de completar 83 anos de idade, e continua vivendo a vida como sempre viveu, levando sonhos e canções aos corações das grandes platéias, que ainda a ouvem e não se cansam de aplaudi-la.

Foi o presidente Getúlio Vargas quem melhor a definiu: Ela tem a voz doce e a cor do sapoti. E foi assim, com o apelido de Sapoti, que ela passou a ser conhecida por muitos anos.

Parabéns, Ângela Maria - a sapoti -, nossa eterna rainha

Um comentário:

  1. Não temos nenhuma dúvida. Este sapoti, é eterno.
    Parabéns, Deodato pela belíssima crônica.

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