Emissoras como a Rádio Nacional e a Rádio Mayrink Veiga, ambas do Rio de Janeiro, ditavam normas, criavam concursos e transformavam em verdadeiros ídolos populares, da noite para o dia, artistas que se apresentavam nos seus programas de auditório, elegendo-os, através de votações populares que se realizavam todos os anos, os novos reis e as novas rainhas do rádio, que passavam a ser reverenciados, por seus súditos, em todo o território nacional.
Foi Ângela Maria, uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, quem mais ocupou o trono como Rainha do Rádio, nessas eleições populares, tendo sido eleita pelo povo em quatro mandatos consecutivos, nos anos de 1952 a 1955, causando verdadeira euforia em toda a sua imensa legião de fãs de todo o Brasil.
E qual o motivo desta lembrança de Ângela quando buscamos um tema para a crônica de hoje ? O principal motivo, sem dúvida, é que, na próxima sexta-feira, dia 13, os seus milhares de fãs comemorarão a passagem de mais um aniversário da nossa sempre jovem Ângela Maria. Abelim Maria da Cunha – este é o seu verdadeiro nome - nasceu na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1928, revelando, desde menina, sua vocação para a música, através dos coro da igreja onde cantava, até os 20 anos, já que sua família não permitia que seguisse a carreira artística. Passando a morar no Rio com a irmã, a partir de 1948, Ângela, primeiramente, foi trabalhar como crooner no Dancing Avenida, onde foi descoberta e levada para a Rádio Mayrink Veiga. Sua primeira gravação – Não tenho Você – já foi um sucesso de vendas. E vieram, logo após, as músicas que marcaram a sua carreira, como Nem Eu, Orgulho, Lábios de Mel, Vida de Bailarina, Abandono, Babalu, Fósforo Queimado, Garota Solitária e muitas outras igualmente inesquecíveis. Gravou mais de 50 LPs, diversos compactos e dezenas de discos em 78 rotações
O que mais nos impressiona, hoje, no entanto, é a jovialidade da voz desta senhora cantora, que acaba de completar 83 anos de idade, e continua vivendo a vida como sempre viveu, levando sonhos e canções aos corações das grandes platéias, que ainda a ouvem e não se cansam de aplaudi-la.
Foi o presidente Getúlio Vargas quem melhor a definiu: Ela tem a voz doce e a cor do sapoti. E foi assim, com o apelido de Sapoti, que ela passou a ser conhecida por muitos anos.
Parabéns, Ângela Maria - a sapoti -, nossa eterna rainha
Não temos nenhuma dúvida. Este sapoti, é eterno.
ResponderExcluirParabéns, Deodato pela belíssima crônica.