Sua numerosa família contava com músicos excepcionais, como seus irmãos Otávio (que tocava violão e banjo, e tocava e declamava), Henrique e Léo (que tocavam cavaquinho e violão), e Edith, pianista, além de Ermengarda, cantora. Em meio a tantos músicos, logo aprendeu, com seu irmão Léo, a tocar cavaquinho. Já por volta de 1908, fez sua primeira composição: o choro Lata de Leite. A partir daí, o compositor e o músico passaram a ter vida própria. Em 1911, já integrava uma conhecida orquestra carnavalesca. No ano seguinte, já fazia sua primeira gravação, com o grupo Choro Carioca, da qual faziam parte seus irmãos Otávio e Léo. Em 1915, seu primeiro sucesso: o tango Dominante, que no ano seguinte seria gravado pela Odeon, em ritmo de polca. Ao criar o Grupo Pixinguinha, surgiram novos sucessos, em 1917, com os maxixes Morro da Favela e Morro do Pinto, além do tango Sofres Porque Queres e a valsa Rosa, dois clássicos de sua autoria. Em 1917, criou o conjunto Os Oito Batutas, apenas para tocar na sala de espera do Cinema Palais. O sucesso foi estrondoso, maior, ás vezes, do que os filmes que eram exibidos. Ernesto Nazareth e Rui Barbosa eram seus admiradores. O povo se aglomerava na calçada para ouvi-los. Em 1922, primeira viagem internacional – a Paris – para divulgar o maxixe. Na volta, compôs dezenas e dezenas de músicas, sempre com sucesso. Como se precisasse compor tanto quem, num momento de divina inspiração, em 1941, compôs, de uma só vez, os choros Lamentos e este insuperável Carinhoso.
Sendo, talvez, o compositor brasileiro que mais compôs em todos os tempos, garantindo inúmeros sucessos em nossa música popular, Pixinguinha atravessou os anos 60 em todo o esplendor do seu talento, até que veio a falecer, no dia 17 de fevereiro de 1973, aos 75 anos, em pleno domingo de carnaval, ao participar de um batizado na Igreja de Nossa Senhora da Paz.
Ah, se tu soubesses, Pixinguinha, como faz falta a tua música.
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