quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - setembro/2011




                       ETERNA RAINHA

                                       Tendo nascido no Rio de Janeiro, no dia 31 de agosto de 1922, na rua Visconde de Niterói, na Vila Savana do bairro da Mangueira, onde viveu parte da sua infância, Emilia Savana da Silva Borba era uma garota alegre, saltitante, que gostava de cantar e imitar as grandes cantoras do rádio, como Carmen Miranda, de quem era fã. Foi assim, já brincando com o sucesso, que a nossa Emilinha, aos 14 anos, ganhava o primeiro prêmio no programa Hora Juvenil, na Rádio Cruzeiro do Sul, sendo destaque, logo em seguida, no famoso Calouros de Ary Barroso, onde obteve a nota máxima, ao interpretar o X do Problema, de Noel Rosa. Contratada pela Rádio Mayrink Veiga, recebeu, de César Ladeira, o slogan Garota Nota Dez, tendo gravado, em 1939, pela Columbia, sua primeira participação em disco, com a marchinha Pirulito, de João de Barro, em dupla com Nilton Paz. Em seguida, gravou seu primeiro disco-solo, Faça o Mesmo, samba-choro de Nássara e Frazão.

                                      Emilinha Borba, por sua meteórica carreira musical, parecia fadada a ser uma das mais consagradas cantoras brasileiras de todos os tempos. A partir de 1940, ela passou a conviver com o sucesso, tornando-se conhecida em todo o país. Tendo assinado contrato com a gravadora Odeon, lançou os sambas Quem Parte Leva Saudades, de Scarambone, e Levanta José, de Haroldo Lobo, passando a ser ouvida e aplaudida em todo o Brasil. Foi a partir de 1942, no entanto, contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro e já considerada a sua Estrela Maior, que Emilinha se transformou numa das cantoras mais populares e queridas do nosso país, permanecendo naquela emissora por quase vinte anos.

                                     A partir daí, com participação garantida em alguns dos mais consagrados filmes do cinema nacional, Emilinha gravou sucessos memoráveis, como Tristezas Não pagam Dívidas, de José Carlos Burle; Escandalosa, rumba de Moacir Silva;  Rumba de Jacarepaguá, de Haroldo Barbosa; Se Queres Saber, de Peterpan; Chiquita Bacana, marcha de João de Barro; Tem marujo No Samba, também de João de Barro, com a Orquestra Tabajara do nosso Severino Araújo; os baiões Paraíba e Baião de Dois, da dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira;  a marchinha Tomara Que Chova, de Paquito: o bolero Vaya com Dios, de Russel; Noite de Chuva, bolero de Peterpan; o samba Os Quindins de Iaiá, de Ary Barroso; Insensato Coração, samba de Antonio Maria; Noites de Junho, de João de Barro; Cachito, cha-cha-cha de Velásquez; Dez Anos, bolero de Rafael Hernandez; Juntinhos é Melhor, de Fernando Costa; Benzinho e Vem Comigo Dançar,  de Rossini Pinto.

                                   Eleita Rainha do Rádio, através dos votos dos seus milhares de fãs, e Rainha do Quarto Centenário do Rio de Janeiro, em 1965, Emilinha gravou, desde 1939, centenas de discos, tornando-se uma das cantoras de maior expressão nacional de todos os tempos, tendo participado de dezenas de filmes brasileiros.

                                     Foi no dia 03 de outubro de 2005 que Emilinha, aos 82 anos, abandonou o nosso convívio, deixando, no coração de milhões de brasileiros, muitas musicas que se transformaram em sucessos populares e que a sua voz eternizou. 



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