ETERNA RAINHA
Tendo nascido no Rio de Janeiro, no
dia 31 de agosto de 1922, na rua Visconde de Niterói, na Vila Savana do bairro
da Mangueira, onde viveu parte da sua infância, Emilia Savana da Silva Borba
era uma garota alegre, saltitante, que gostava de cantar e imitar as grandes
cantoras do rádio, como Carmen Miranda, de quem era fã. Foi assim, já brincando
com o sucesso, que a nossa Emilinha, aos 14 anos, ganhava o primeiro prêmio no
programa Hora Juvenil, na Rádio
Cruzeiro do Sul, sendo destaque, logo em seguida, no famoso Calouros de Ary Barroso, onde obteve a
nota máxima, ao interpretar o X do
Problema, de Noel Rosa. Contratada pela Rádio Mayrink Veiga, recebeu, de
César Ladeira, o slogan Garota Nota Dez,
tendo gravado, em 1939, pela Columbia, sua primeira participação em disco, com
a marchinha Pirulito, de João de
Barro, em dupla com Nilton Paz. Em seguida, gravou seu primeiro disco-solo, Faça o Mesmo, samba-choro de Nássara e
Frazão.
Emilinha
Borba, por sua meteórica carreira musical, parecia fadada a ser uma das mais
consagradas cantoras brasileiras de todos os tempos. A partir de 1940, ela
passou a conviver com o sucesso, tornando-se conhecida em todo o país. Tendo
assinado contrato com a gravadora Odeon, lançou os sambas Quem Parte Leva Saudades, de Scarambone, e Levanta José, de Haroldo Lobo, passando a ser ouvida e aplaudida em
todo o Brasil. Foi a partir de 1942, no entanto, contratada pela Rádio Nacional
do Rio de Janeiro e já considerada a sua Estrela
Maior, que Emilinha se transformou numa das cantoras mais populares e
queridas do nosso país, permanecendo naquela emissora por quase vinte anos.
A
partir daí, com participação garantida em alguns dos mais consagrados filmes do
cinema nacional, Emilinha gravou sucessos memoráveis, como Tristezas Não pagam Dívidas, de José Carlos Burle; Escandalosa, rumba de Moacir Silva; Rumba
de Jacarepaguá, de Haroldo Barbosa; Se
Queres Saber, de Peterpan; Chiquita
Bacana, marcha de João de Barro; Tem
marujo No Samba, também de João de Barro, com a Orquestra Tabajara do nosso
Severino Araújo; os baiões Paraíba e Baião de Dois, da dupla Luiz Gonzaga e
Humberto Teixeira; a marchinha Tomara Que Chova, de Paquito: o bolero Vaya com Dios, de Russel; Noite de Chuva, bolero de Peterpan; o
samba Os Quindins de Iaiá, de Ary
Barroso; Insensato Coração, samba de
Antonio Maria; Noites de Junho, de
João de Barro; Cachito, cha-cha-cha
de Velásquez; Dez Anos, bolero de
Rafael Hernandez; Juntinhos é Melhor,
de Fernando Costa; Benzinho e Vem Comigo Dançar, de Rossini Pinto.
Eleita
Rainha do Rádio, através dos votos
dos seus milhares de fãs, e Rainha do
Quarto Centenário do Rio de Janeiro, em 1965, Emilinha gravou, desde 1939, centenas
de discos, tornando-se uma das cantoras de maior expressão nacional de todos os
tempos, tendo participado de dezenas de filmes brasileiros.
Foi
no dia 03 de outubro de 2005 que Emilinha, aos 82 anos, abandonou o nosso
convívio, deixando, no coração de milhões de brasileiros, muitas musicas que se
transformaram em sucessos populares e que a sua voz eternizou.
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