PAIXÕES MUSICAIS
As pessoas que gostam da boa
musica popular, que admiram seus astros e estrelas, que acompanham o dia-a-dia dos
grandes intérpretes da MPB – dentre os quais me incluo, mais por força da
profissão do que por mera sensibilidade artística -, não podem, no decorrer
deste domingo, 17 de setembro, que assinala a passagem do décimo quarto
aniversário da morte de Herivelto Martins, um dos maiores compositores
brasileiros de todos os tempos, deixar de lembrar o grande e inesquecível amor
de sua vida, que foi Dalva de Oliveira, uma das mais notáveis cantoras do nosso
país.
Herivelto
de Oliveira Martins nasceu, no antigo distrito de Rodeio, no Rio de Janeiro, no
dia 30 de janeiro de 1912, tendo recebido, desde a mais tenra idade, por parte
do pai, o agente ferroviário Felix Bueno Martins, que era apaixonado pelo
teatro, toda a força necessária para que pudesse despertar o seu amor pelas
artes cênicas. Com apenas três anos, o pequeno Herivelto já se apresentava nos
espetáculos promovidos pelo pai, declamando poesias. Aos 18 anos, já estava na
luta, no Rio, trabalhando como barbeiro, até que, através do compositor
Príncipe Pretinho, surgiram oportunidades para gravar as suas primeiras
composições, mas foi somente em 1935 – um ano básico em sua vida, pois foi
quando conheceu e passou a namorar Dalva
de Oliveira – que ele gravou várias musicas de sua autoria na Odeon, nas vozes
de Sílvio Caldas, Alzirinha Camargo, Carmen Miranda e Aracy de Almeida. Já
integrando o famoso Trio de Ouro, conheceu o seu primeiro grande sucesso – o
samba Praça Onze. A partir daí,
outras musicas conquistaram o público brasileiro, como o samba-canção Ave Maria no Morro, os sambas Nossa Separação, Mangueira não, Que Rei Sou Eu (com Francisco Alves), Isaura, Rei Sem Coroa, Edredon vermelho (com Isaura Garcia), Segredo (na voz de Dalva de Oliveira), Caminhemos (com Francisco Alves), Redoma de Vidro, A Camisola do Dia, Francisco Alves, Carlos Gardel,
Hoje Quem Paga Sou Eu , Pensando em Ti, Enfermeira, Atiraste uma Pedra (todas
com Nelson Gonçalves) e Negro telefone (com
o Trio de Ouro), cada uma delas contando historias das várias fases da sua
vida.
Foi
a partir de 1936, quando passou a viver com Dalva de Oliveira, que a sua
existência tomou um novo rumo, já que no ano seguinte, nasceu o seu filho Pery
– o futuro cantor Pery Ribeiro. Em 1939,
casou-se oficialmente com Dalva, nascendo então o outro filho do casal,
Ubiratan. Foi deste romance, que todos os fãs de ambos não esquecem, que
surgiram algumas das mais famosas composições de Herivelto e algumas das mias
inspiradas interpretações de Dalva de Oliveira. Da separação, ocorrida
oficialmente em 1949, surgiu uma intensa briga musical, dentro da qual
Herivelto apareceu com várias composições, inclusive o famoso e inesquecível Cabelos Brancos.
Depois
de se separar de Dalva, Herivelto nunca mais lhe dirigiu a palavra, mesmo
sabendo que, sua segunda esposa, Lourdes, fez amizade com ela.
No
dia 17 de setembro de 1992, no Rio, Herivelto Martins se despediu da vida,
deixando gravada, em suas músicas, a história do seu grande amor.
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