ELIS REGINA
Nascida em Porto
Alegre, no dia 17 de março de 1945, Elis Regi-na Carvalho Costa já demonstrava,
desde criança, tendências para o canto e para a dança, mas escondia, com seus
ares infantis cobertos de tanta meiguice, a jovem ou-sada, temperamental e
corajosa em que haveria de se transformar com o passar do tempo, revelando a
sua verdadeira e definitiva identidade.
Como
cantora e consagrada intérprete de grandes sucessos da nossa música popular,
Elis, com certeza, jamais será esquecida. Quem poderá jamais, tendo vivido na
mesma época em que ela conquistou o coração de todos os brasilei-ros, esquecer
as suas interpretações impecáveis de músicas que se eternizaram em nossa
memória, como “Madalena”, “Como Nossos Pais”, “O Bêbado e a
Equilibrista”,
além de um sem
número de outros sucessos dos então pouco conhecidos Milton Nas-cimento, Ivan
Lins, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco e tantos outros que usaram a sua
voz para poder saltar no trampolim da fama.
Elis
sabia interpretar melhor que ninguém os principais ritmos da época,
aventurando-se pelos muitos gêneros da MPB, passando do samba à bossa no-va, do
rock ao jazz, mostrando sempre a força da sua interpretação, ora sozinha, ora
em duetos famosos, como os que fez com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Wilson
Simonal, Rita Lee e Chico Buarque.
Em
1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, diretor do programa “Fino da Bossa”, e foi
deste relacionamento que nasceu João Marcelo. Com o primeiro casamento
desfeito, casou-se com o pianista Cesar Camargo Mariano, com quem teve os
filhos Pedro Mariano e Maria Rita, hoje cantora de sucesso. Foi Mariano quem a
ajudou a fazer arranjos de muitas músicas antigas e a dar novas roupagens à
elas, co-mo fez com o famoso “É com esse
que eu vou”.
Temperamental,
do tipo que não gosta de levar conversa
pra ca-as, Elis mostrou todo o seu temperamento em 1978, quando a cantora
Rita Lee foi presa, acusada de porte de maconha. Ao saber da prisão da amiga,
Elis foi ao presídio do Hipódromo, na região central de São Paulo, a fim de visitar a companheira de pro-fissão. Em
plena ditadura militar, armou um escândalo, pediu para ver a cantora e exi-giu
que um médico a examinasse, já que ela, à época, estava grávida.
Num
outro episódio, já esquecido, ocorrido no Recife, em 1978, durante o governo
Ernesto Geisel, fez amizade com Dom Helder Câmara, e participou de uma missa,
cantando em favor da libertação de um líder estudantil, o Cajá, que havia sido preso,
acusado de tentar reorganizar o Partido
Comunista Revolucionário.
Com
sua presença marcante registrada nos álbuns Em
Pleno Ve-rão (1970), Elis & Tom (1974),
Transversal do Tempo (1978) e Elis (1981), veio a fale-cer, de maneira
precoce, em 1982, há 30 anos, num dia 19 de janeiro como este, com apenas 36
anos, por conta de altas doses de cocaína e de bebidas alcoólicas, fáto que
chocou país profundamente, à época.
Elis:
uma breve passagem pela vida e uma eterna presença em nossos corações.
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