terça-feira, 5 de março de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 05/03/2013



MAIS UMA TRAGÉDIA
 

             No último sábado, cerca de 300 torcedores corintianos partici-param de um protesto em São Paulo, pedindo aos gritos, em frente ao consulado boliviano, que fica na avenida Paulista, a libertação dos 12 jovens que se encontram detidos na cidade de Oruro, na Bolívia, em razão da morte de Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador disparado durante o jogo entre San José e Corintians, pela Copa Libertadores da América, no Estádio Jesús Bermudez.
           Um dia antes, um adolescente de 17 anos, que se diz torcedor do Corintians, apresentou-se à Justiça, em Guarulhos (grande São Paulo), assumindo a culpa pela tragédia de Oruro, afirmando ter disparado o sinalizador que matou o jovem boliviano durante o jogo, mas as autoridades do Brasil e da Bolívia desconfiam que a ação possa ser uma manobra da torcida Gaviões da Fiel para inocentar um adulto.
          Enquanto a Conmebol pune o Cortintians, obrigando-o a realizar seus jogos pela Sul-Americana com os portões fechados (como aconteceu no Pacaembú, na semana passada), a família de Kevin diz que o time brasileiro é o culpado e critica a nossa embaixada por solicitar a soltura dos presos.
          Prá que a gente não fique chovendo no molhado, repetindo o que todo brasileiro já viu e ouviu nos jornais e na TV, vamos nos fixar num só ponto: num caso desses, quando duas torcidas se degladiam num estádio de futebol e um jovem torcedor é morto, atingido por um sinalizador, de quem é a culpa ?
           Ante a tragédia já consumada, o observador, ainda em estado de choque e, de modo especial, se for torcedor de outro time do futebol paulistano, haverá de apontar o Corintians como culpado, já que o clube não soube controlar as suas torcidas num jogo importante como aquele, realizado no exterior, ou os torcedores, que não souberam se comportar no estádio, mostrando que estavam ali unicamente para torcer e apoiar o seu clube em mais uma vitória... e nada mais.
           Só que os verdadeiros culpados estão bem ali, diante dos nossos olhos, e não aparece ninguém para aponta-los.
         Como no caso da buate Kiss, lá em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando um sinalizador, usado por um membro da banda Gurizada, provocou um incêndio no local, ceifando as vidas de 240 pessoas, especialmente jovens, que ali estavam participando de uma formatura universitária, o caso do sinalizador usado por um torcedor corintiano e que atingiu o boliviano da torcida do São José, envolve, sem dúvida, um mesmo culpado, e os brasileiros, que pretendem evitar novas tragédias, não podem deixar de coloca-lo no banco dos réus.
             São dois os culpados: os poderes legislativo e executivo deste nosso Brasil.
            Se antes que tivessem ocorrido as duas tragédias, os nossos legisladores, tanto da Câmara Federal como do Senado, tivessem criado novas leis, proibindo terminantemente o uso de sinaleiros e outros tipos de fogos de artifício em locais onde costumam se aglomerar multidões, como é o caso de ginásios e estádios de futebol, exigindo, para seu cumprimento, uma fiscalização permanente por parte de órgãos governamentais, está claro que os dois lamentáveis acontecimentos, com certeza, não teriam acontecido.

             Resta ao nosso povo, agora, além de lamentar os trístes fatos que tanto nos fizeram sofrer, realizar
manifestações públicas, exigindo, dos políticos que foram eleitos com seus votos, que preparem e aprovem as novas leis que garantirão, doravante, mais segurança nos estádios (ou onde quer que se encontrem abrigadas as multidões), impedindo, de uma vez por todas, que jovens inexperientes continuem utilizando materiais festivos que possam provocar tragédias. 
             Criadas as leis, restará, aos governos, fazer com que sejam respeitadas e cumpridas. 
           Que venha, finalmente, para o nosso povo, que tanto adora torcer pelas cores dos seus clubes de futebol, um novo tempo de comemoração, dentro da paz e da ordem, causando apenas alegria e entusiasmo à todas as torcidas.                      
              Vamos torcer prá que esse novo tempo seja possível.

                                                                    

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