DE TODO O CORAÇÃO
Como há mais de vinte dias não envio uma só crônica ou
comentário prá ninguém, embora, como todo mundo sabe, assunto é o que não
falta, resolvi voltar, a partir de hoje, à atividade, já que os amigos mais
chegados (aqueles que telefonam todo
santo dia), já sabem o que houve, enquanto os amigos mais distantes sòmente
agora começam a se comunicar, buscando informações.
Para
todos, sem exceção, segue uma história que não precisava ser contada.
Há
uns vinte dias atrás, levantei-me da cama, após uma noite bem dormida, fiz a
barba, tomei um banho (tudo o que toda gente normal faz) e tomei um gostoso
café-da-manhã com a minha esposa, vendendo saúde.
Quando
ela e o filho saem pra trabalhar (são comerciantes), eis que sinto, de
repente, já sòzinho em casa, enquanto via TV, um aperto enorme no coração, que
foi aumentando e se espalhando, tomando conta de toda a região dos brônquios.
Deitei-me,
procurei repousar, mas o aperto não cessava, deixando-me ansioso e preocupado.
Não tive dùvidas: liguei prá minha cardiologista, Dra. Márcia Bichara, que não
titubeou: preocupada como ela é com a saúde dos seus pacientes, mandou que
fosse imediatamente para um hospital.
E
foi assim que, ao lado da minha mulher, dei entrada no hospital da Unimed e
logo, como recomendação médica, vi-me, de repente, conhecendo de perto uma UTI,
coisa que não recomendo a ninguém que o faça, a não ser em último caso.
Foi
um dia e uma noite, ali, recebendo soro e outras medicações, sem ter direito à
visita de ninguém, respirando através de um tubo, perdido no tempo e no espaço,
sem saber, ao certo, como estavam todas as pessoas que amo, especialmente minha
esposa e meus filhos, netos e bisnetos.
Mas
a dra. Márcia não dorme em serviço e, no dia seguinte, lá estava ela, ali, no
batente, auscultando-me e, logo em seguida, transferindo-me para um novo local:
um apartamento agradável, onde pude receber a visita dos muitos parentes e
amigos, que logo foram chegando para botar os papos em dia e saber o que havia
acontecido.
Passaram-se
logo dez dias, onde fiquei no hospital, cumprindo as determinações da Dra.
Márcia e cercado pelo aconchego da minha esposa, dos filhos e dos amigos, até o
dia em que, finalmente, recebi alta hospitalar.
Quanto
ao que houve, na verdade, foi uma arritimia
cardíaca, uma alteração do ritmo normal do coração, produzindo freqüências
rápidas, lentas ou irregulares, também como disritmia ou ritmo cardíaco
irregular.
Como
tudo foi resolvido rapidamente, na base de medicamentos (que ainda estou
tomando), a vida, aos poucos, está voltando ao normal, isso sem contar com o
envio diário de dezenas de e-mails dos amigos e dos constantes telefonemas
daqueles que fazem questão de ouvir a minha voz.
De
todo o coração, foi isso o que aconteceu.
Da
próxima vez (se tiver próxima vez), prometo que avisarei a todos an-tes de
entrar na UTI.