sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 16/08/2013




                                                                                      



UM MACACO QUERIDO

A aposentada Elizete Farias Carmona, de 71 anos, que sofre de problemas cardíacos, residente em São Carlos, no estado de São Paulo, sofreu um terrível golpe em sua vida, que quase a levou a óbito.
Tudo começou quando, em 1976 (há exatos 38 anos), um caminhonheiro, amigo da família, chegou em sua casa, trazendo em suas mãos um macaco-prego recém-nascido - a quem dera o nome de Chico -, entregando-o, como presente, à dona Elizete.
A partir daí, Chico se transformou no mimo da família, sendo tratado, desde então, como um filho, já que a sua nova mãe lhe cobria de carinhos que eram retribuidos pelo macaquinho, que não se cansava de demonstrar, a todo instante, que não podia mais viver longe da dona Elizete, reclamando até mesmo quando, por alguns instantes, tinha ficar afastado dela.
No dia 3 de agosto, a Polícia Militar Ambiental, através de denúncia, compareceu à residência da família onde o Chico morava e, com uma ordem de apreensão, levou o animal para a vizinha cidade de Assis, sem notar, com certeza, que haviam deixado, naquela casa, uma pobre senhora, já idosa e cardíaca, ali, aos prantos, sem saber, ao certo, como poderia continuar vivendo sem o seu filho, que jamais deixára de estar ao seu lado, ao longo de quase 40 anos.
A notícia da apreensão do Chico e da dor imensa que dona Elizete estava sentindo por estar longe do seu amado filho, repercutiu na imprensa nacional e na internet (com internautas mobilizando dois abaixo-assinados na web com mais de 18 mil assinaturas), até que a juiza Gabriela Muller Carioba Attanásio, baseada no fáto de que, de acordo com a legislação vigente, manter um animal silvestre em casa, sem a devida autorização, é crime contra a fauna, mas se ele, na guarda doméstica, não estiver ameaçado de extinção, cabe uma decisão jurídica, determinou que, no prazo de cinco dias após a notificação, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e a Associação Protetora dos Animais Silvestres de Assis devolvessem Chico à sua dona, sob pena do pagamento de mil reais por dia em caso de descumprimento.
Assim que a notícia chegou à casa de dona Elizete, a alegria voltou à vida da aposentada que, agora, com um novo corte de cabelo e com um sorriso permanente no rosto, aguarda, com a ansiedade a volta do Chico, que será comemorada não apenas por seus amigos e familiares, mas, à esta altura dos acontecimentos, por milhares de pessoas em todo o Brasil.
- Chorei demais - afirma a aposentada. Não tinha nenhum lugar aqui em casa que não me fizesse lembrar dele, à toda hora ! 
E acrescentou:
- Cortei o cabelo, que há dias nem penteava, estou comendo melhor e dormindo bem, já que aquele aperto terrível no coração chegou ao fim.
Vamos todos comemorar a volta do Chico.
Como se vê, neste país nem tudo está perdido.

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