FEZ MAL... FEZ BEM.
No último dia 2, como estão lembrados, divulgamos, neste blog, uma crônica intitulada MAIS UMA... ATÉ QUANDO ?, tentando demonstrar, na oportunidade, toda a revolta do povo brasileiro ante a decisão da Câmara dos Deputados quando, através de expressiva maioria, legitimou o mandato de Natan Donadon, de Roraima, condenado, por desvios de verbas em seu estado e prisioneiro, há dois meses, na Penitenciária de Papuda, onde está cumprindo uma pena de 13 anos.
Após a votação, sentindo o clamor do povo em todo o Brasil, Henrique Eduardo Alves (que não é flor que se cheire), presidente da Casa, prometeu, em alto e bom som, que todas as sessões da Câmara, doravante, contendo julgamentos, só seriam realizadas em sessões abertas, cada um, ao vivo, dizendo em quem quer votar.
Eu mesmo tinha minhas dúvidas quanto à anunciada decisão do Presidente, já que conhecia muito bem todo o seu histórico parlamentar, como deputado, repleto de sujeiras as mais diversas.
Só que ele cumpriu o que prometeu e, logo em seguida, um dia depois, com a presença da unanimidade dos seus membros e com 452 votos favoráveis, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 349, que pôe fim ao voto secreto em todas as decisões tomadas em sessões plenárias, não apenas naquele parlamento, como no Senado, nas Assembléias Legislativas dos Estados e nas Câmaras Municipais de todos os municípios brasileiros.
É ou não é um fáto para ser comemorado festivamente em todo o território nacional, cabendo, sem dúvida, muitas manifestações populares, a favor, é claro ?
Seria o momento ideal para o Parlamento brasileiro provar para que veio, após receber os parlamentares eleitos com o nosso voto.
De agora em diante, seria bem mais fácil observar, nas votações abertas, em plenário, o que estariam fazendo os nossos senadores, deputados e vereadores , no seu trabalho em favor do povo que os elegeu.
Mas quem foi que disse que, lá no Senado, a PEC foi aprovada com idêntica rapidez ? Lá, o Presidente da Casa, Renan Calheiros (quem não conhece a figura ?), afirmou que é anti-democrático aprovar tal medida, a não ser para votação de cassação de mandatos, já que se todas as votações forem pelo voto aberto, eles, os parlamentares, perderão o seu poder de luta.
Ele quis dizer: todos perderão seus arrumadinhos, seus cochichos antes das votações, seu toma lá, dá cá, que tantas safadezas envolvem, atingindo a maioria dos parlamentares.
O povo brasileiro vive, realmente, numa via crucis: num dia está festejando e, no outro, já volta a chorar.
Vamos ficar na nossa à espera dos acontecimentos finais.
Se a canalhice imperar, eles que nos aguardem nas próximas eleições.
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