terça-feira, 10 de setembro de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - 10/09/2013




                                                                           



                                        UMA ETERNA PAIXÃO

As pessoas que gostam da boa musica popular, que admiram seus astros e estrelas, que acompanham o dia-a-dia dos grandes intérpretes da MPB – dentre os quais me incluo, mais por força da profissão do que por mera sensibilidade artística -, não podem, no decorrer desta terça-feira, 17 de setembro, que assinala a passagem do vigéssimo primeiro aniversário da morte de Herivelto Martins, um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos, deixar de lembrar o grande e inesquecível amor de sua vida, que foi Dalva de Oliveira, uma das mais notáveis cantoras do nosso país.

Herivelto de Oliveira Martins nasceu, no antigo distrito de Rodeio, no Rio de Janeiro, no dia 30 de janeiro de 1912, tendo recebido, desde a mais tenra idade, por parte do pai, o agente ferroviário Felix Bueno Martins, que era apaixonado pelo teatro, toda a força necessária para que pudesse despertar o seu amor pelas artes cênicas. Com apenas três anos, o pequeno Herivelto já se apresentava nos espetáculos promovidos pelo pai, declamando poesias. Aos 18 anos, já estava na luta, no Rio, trabalhando como barbeiro, até que, através do compositor Príncipe Pretinho, surgiram oportunidades para gravar as suas primeiras composições, mas foi somente em 1935 – um ano básico em sua vida, pois foi quando conheceu e passou a namorar Dalva de Oliveira – que ele gravou várias musicas de sua autoria na Odeon, nas vozes de Sílvio Caldas, Alzirinha Camargo, Carmen Miranda e Aracy de Almeida. Já integrando o famoso Trio de Ouro, conheceu o seu primeiro grande sucesso – o samba Praça Onze. A partir daí, outras musicas conquistaram o público brasileiro, como o samba-canção Ave Maria no Morro, os sambas Nossa Separação, Mangueira não, Que Rei Sou Eu (com Francisco Alves), Isaura, Rei Sem Coroa, Edredon vermelho (com Isaura Garcia), Segredo (na voz de Dalva de Oliveira), Caminhemos (com Francisco Alves), Redoma de Vidro, A Camisola do Dia, Francisco Alves, Carlos Gardel, Hoje Quem Paga Sou Eu , Pensando em Ti, Enfermeira, Atiraste uma Pedra (todas com Nelson Gonçalves) e Negro Telefone (com o Trio de Ouro), cada uma delas contando historias das várias fases da sua vida.

Foi a partir de 1936, quando passou a viver com Dalva de Oliveira, que a sua existência tomou um novo rumo, já que no ano seguinte, nasceu o seu filho Pery – o futuro cantor Pery Ribeiro.  Em 1939, casou-se oficialmente com Dalva, nascendo então o outro filho do casal, Ubiratan. Foi deste romance, que todos os fãs de ambos não esquecem, que surgiram algumas das mais famosas composições de Herivelto e algumas das mais inspiradas interpretações de Dalva de Oliveira. Da separação, ocorrida oficialmente em 1949, surgiu uma intensa briga musical, dentro da qual Herivelto apareceu com várias composições, inclusive o famoso e inesquecível Cabelos Brancos.

Depois de se separar de Dalva, Herivelto nunca mais lhe dirigiu a palavra, mesmo sabendo que, sua segunda esposa, Lourdes, tinha uma grande amizade com ela. 

No dia 17 de setembro de 1992, no Rio, Herivelto Martins se despediu da vida, deixando gravada, em suas músicas, a história do seu grande e eterno amor.  

http://www.youtube.com/watch?v=KeaiZ4MdrB0

http://www.youtube.com/watch?v=K0JwaEDuW4Y

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