ROSIL E
JACKSON
Preciso agradecer,
inicialmente, ao amigo Rômulo Nóbrega, que me enviou, na manhã de hoje, um e-mail, contendo, na sua essência, a
lembrança de que, nesta data, há 40 anos (quando, na verdade, são 46), falecia, em Campina Grande,
Rosil Cavalcanti.
Foi com meu compadre Rosil (já que ele, graças à
nossa amizade, era padrinho de um dos
meus filhos) que vivi, no tempo em que dirigia artísticamente a antiga Rádio
Borborema de Campina Grande, um dos períodos mais felizes da minha vida, já que
a gente, na maioria dos finais-de-semana, fazia o que mais gostava, realizando
pescarias no litoral paraibano.
De segunda à
sexta-feira, é claro, fazendo jus às nossas obrigações, lá estávamos nós –
envolvidos numa mesma e agradável rotina (já que a gente adorava o que fazia) –
cuidando da programação da Borborema: eu, produzindo novelas como “As Aventuras
do Flama” e programas diários como “Bom Dia Para Você”, “Seu Encrenquinha” e “Patrulha
da Cidade”, entre outros, e Rosil, por outro lado, participando de produções,
especialmente humorísticas, além, é claro, do “Forró de Zé Lagoa”, às oito da
noite, onde ele, sozinho, é que fazia a festa, com impressionantes índices de
audiência.
Está explicado porque,
aos domingos, a gente jogava tudo pro espaço e ia curtir a vida com as nossas
pescarias, momentos que seriam lembrados sempre com alegria, se não fosse o
último deles, na Fazenda Campo de Boi, do major
Veneziano, ali, pertinho de Campina, quando acampamos à beira do açude, na noiie
de sábado, e ali ficamos até a madrugada do domingo, quando notei que Rosil não
passava bem, sentindo dores no peito e resolvemos voltar. A partir daí, veio a
internação hospitalar e, no dia seguinte, o que ninguém queria: o seu
falecimento.
Com Jackson do Pandeiro,
Rosil sempre manteve uma estreita amizade e, ao longo do tempo em que se firmou,
na Rádio Borborema, como o inesquecível Zé
Lagoa, obrigou-me, por muitas vezes, a criar programas de auditório com a presença
do pandeirista, intérprete e amigo, que atuava em outras praças, apenas para
que ele ouvisse algumas músicas que acabára de criar.
Músicas famosas como “Sebastiana”, “Na Base da Chinela”, “Quadro Negro”, “Tropeiros da Borborema” e tantas outras, a maioria delas
interpretadas por Jackson, tornaram-se sucesso em todo o país.
Jackson do Pandeiro,
alguns anos depois da partida do amigo, faleceu, de infarto, exatamente na
mesma data (10 de julho), procurando garantir assim, certamente, o reencontro
deles lá no céu, onde o forró, com certeza, neste momento, deve ter iluminado
muito mais o firmamento.
Rosil e Jackson – duas figuras
marcantes do mundo artístico paraibano – jamais serão esquecidas.
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