quinta-feira, 10 de julho de 2014

CRÔNICA DA SAUDADE - 10/07/2014




                                                                         



                      ROSIL E JACKSON


                        Preciso agradecer, inicialmente, ao amigo Rômulo Nóbrega, que me enviou, na manhã de hoje, um e-mail, contendo, na sua essência, a lembrança de que, nesta data, há 40 anos (quando, na verdade, são 46), falecia, em Campina Grande, Rosil Cavalcanti.
                        Foi com meu compadre Rosil (já que ele, graças à nossa amizade, era padrinho de um dos meus filhos) que vivi, no tempo em que dirigia artísticamente a antiga Rádio Borborema de Campina Grande, um dos períodos mais felizes da minha vida, já que a gente, na maioria dos finais-de-semana, fazia o que mais gostava, realizando pescarias no litoral paraibano.
                        De segunda à sexta-feira, é claro, fazendo jus às nossas obrigações, lá estávamos nós – envolvidos numa mesma e agradável rotina (já que a gente adorava o que fazia) – cuidando da programação da Borborema: eu, produzindo novelas como “As Aventuras do Flama” e programas diários como “Bom Dia Para Você”, “Seu Encrenquinha” e “Patrulha da Cidade”, entre outros, e Rosil, por outro lado, participando de produções, especialmente humorísticas, além, é claro, do “Forró de Zé Lagoa”, às oito da noite, onde ele, sozinho, é que fazia a festa, com impressionantes índices de audiência.
                        Está explicado porque, aos domingos, a gente jogava tudo pro espaço e ia curtir a vida com as nossas pescarias, momentos que seriam lembrados sempre com alegria, se não fosse o último deles, na Fazenda Campo de Boi, do major Veneziano, ali, pertinho de Campina, quando acampamos à beira do açude, na noiie de sábado, e ali ficamos até a madrugada do domingo, quando notei que Rosil não passava bem, sentindo dores no peito e resolvemos voltar. A partir daí, veio a internação hospitalar e, no dia seguinte, o que ninguém queria: o seu falecimento.
                        Com Jackson do Pandeiro, Rosil sempre manteve uma estreita amizade e, ao longo do tempo em que se firmou, na Rádio Borborema, como o inesquecível Zé Lagoa, obrigou-me, por muitas vezes, a criar programas de auditório com a presença do pandeirista, intérprete e amigo, que atuava em outras praças, apenas para que ele ouvisse algumas músicas que acabára de criar.
                        Músicas famosas como “Sebastiana”, “Na Base da Chinela”, “Quadro Negro”, “Tropeiros da Borborema” e tantas outras, a maioria delas interpretadas por Jackson, tornaram-se sucesso em todo o país.
                        Jackson do Pandeiro, alguns anos depois da partida do amigo, faleceu, de infarto, exatamente na mesma data (10 de julho), procurando garantir assim, certamente, o reencontro deles lá no céu, onde o forró, com certeza, neste momento, deve ter iluminado muito mais o firmamento.
                        Rosil e Jackson – duas figuras marcantes do mundo artístico paraibano – jamais serão esquecidas.






Nenhum comentário:

Postar um comentário