Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu logo ali, em Cruz do Espírito Santo, no dia 20 de abril de 1884, filho de Alexandre Rodrigues dos Anjos e de Sinhá Mocinha – dona Córdula de Carvalho Rodrigues dos Anjos. A partir daí, a vida do maior poeta brasileiro é uma presença constante e marcante na história de João Pessoa. Em 1900, começa a estudar no Lyceu Paraibano e escreve o seu primeiro soneto: “Saudade”. Em 1901 passa a colaborar com o jornal O Comércio, da capital, onde publica vários sonetos que haveriam de fazer parte do livro Eu e outras poesias.
Muitas são as datas determinantes em sua vida que o tornaram cada vez mais ligado à esta cidade. Em 1905, amargurou a morte do dr. Alexandre, seu pai. Em 1907 concluiu o curso de Direito no Recife e, no ano seguinte, transferiu-se para João Pessoa, onde passou a dar aulas particulares. Neste mesmo ano, morreu Aprígio Pessoa de Melo, padrasto de sua mãe e patriarca da família, deixando o Engenho Pau Darco em grave situação financeira. Augusto passou a lecionar no Instituto Maciel Pinheiro e foi nomeado professor do Lyceu Paraibano. Os leitores do jornal A União já começavam a se encantar com os sonetos publicados por Augusto. Foi assim com o soneto Budismo Moderno e numerosos outros poemas. No Teatro Santa Roza, nas comemorações do 13 de maio, chocou a platéia com suas palavras aparentemente sem nexo e bizarras. Publicou ainda, em A União, os sonetos Mistério de um fósforo e Noite de um Visionário. Aqui mesmo, casou-se com Éster Fialho. Sua família vende o Engenho Pau Darco e ele, sem conseguir licenciar-se do Lyceu, demite-se e embarca com a mulher para o Rio de Janeiro. Em 1911, Augusto é nomeado professor de Geografia, Corografia e Cosmografia do Ginásio Nacional – atual Colégio Pedro II. Nasce sua filha Gloria. Colabora no jornal O Estado e dá aulas na Escola Normal. Augusto e seu irmão Odilon custeiam a impressão de 1.000 exemplares do livro Eu. A crítica o recebe ao mesmo tempo com aplauso e repulsa. Nasce seu filho Guilherme Augusto. Em 1914 publica O Lamento das Coisas na Gazeta de Leopoldina, dirigida por seu concunhado Rômulo Pacheco. É nomeado diretor do Grupo Escolar de Leopoldina, para onde se transfere. Doente desde o dia 30 de outubro, faleceu às 4 horas da madrugada do dia 12 de novembro, de pneumonia, aos 30 anos de idade.
Fiz questão de contar a história da vida de Augusto dos Anjos com a mesma rapidez que ele impôs à sua passagem entre nós.
Mas ficou patente que ele não tem como fugir das suas profundas raízes com a Paraíba: como todo bom escritor paraibano, estudou no Lyceu, publicou versos em A União e jamais será esquecido pelo seu povo.
É realmente uma trajetória inesquecícel.
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