Como mais um carnaval se aproxima (e suas composições carnavalescas jamais serão esquecidas), as pessoas, que tiveram a felicidade de conhecer Capiba de perto, não podem deixar de lembrar que ele nasceu e viveu aqui, espalhando sua genialidade musical pelos caminhos da Paraíba e de Pernambuco, onde se tornaram claros e definitivos os rumos da sua vida.
Ninguém é mais genuinamente pernambucano/paraibano do que Capiba. E tinha a quem puxar: já em 1913, seu pai, Severino Barbosa, criou, com os seus filhos Lourenço, Sebastião, Severino, José, João, Pedro e Antonio, a banda de música “Lira da Borborema”, da cidade de Taperoá, na Paraíba. Dois anos depois, foi dirigir a charanga Afonso Campos – a famosa banda Bacurau - na cidade de Campina Grande. Foi em Campina que, com apenas 16 anos, Capiba começou a trabalhar como pianista no Cine Fox: mesmo sem saber tocar piano, aprendeu a tocar 7 valsas em 11 dias e foi contratado. E foi assim que a família Capiba foi se tornando conhecida e admirada pelos campinenses, com o nosso Lourenço se tornando artilheiro do Campinense Clube, já que o futebol era outra de suas habilidades. Em 1924, com 20 anos, foi mandado para João Pessoa, a fim de estudar no colégio Lyceu Paraibano, com ordens paternas para esquecer a música e o futebol. Mais tarde, com licença do pai, tornou-se pianista do Cine Rio Branco e, no mesmo período, ingressou como atacante do América de João Pessoa e fundou a Jazz Independência, onde atuou até 1930, onde fez amizade com Oliver Von Shosten, que financiava as bandas carnavalescas do amigo, tornando inesquecíveis os carnavais pessoenses de 1926 a 1929. Em 1930, passou seu último carnaval em Campina, já que, tendo passado num concurso público do Banco do Brasil, foi nomeado para trabalhar no Recife.
Capiba não foi apenas um grande carnavalesco: Capiba foi, na verdade, um dos maiores compositores da música popular brasileira de todos os tempos. Quem pode jamais esquecer músicas como Maria Bethânia, Recife - cidade lendária, Olinda - cidade-eterna, Cáis do Porto, Serenata Suburbana e uma das suas mais brilhantes criações, A Mesma Rosa Amarela, que a voz de Maysa imortalizou ? E o frevo Gosto de Ver Cantando que ninguém esquece ? E aquele Linda Flor da Madrugada que ficou para sempre ? E quem não se lembra daquela Cantiga do Mundo e do Amor , que fez de parceria com Ariano Suassuna ?
O Brasil continua devendo uma grande homenagem póstuma ao nosso inesquecível e genial Capiba.
Tem toda razão, Deo. Os nossos gênios são rapidamente esquecidos nestes brasis....
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