sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A CRÔNICA DA SAUDADE


MAIS UM ANO SEM CAPIBA

No último dia 31 de dezembro, muita gente lamentou a passagem do décimo quarto aniversário da morte de um dos mais geniais compositores da música popular brasileira, o pernambucano/paraibano Lourenço da Fonsêca Barbosa, ou simplesmente Capiba, nascido na cidade de Surubim, no interior de Pernambuco, no dia 28 de outubro de 1904.

Como mais um carnaval se aproxima (e suas composições carnavalescas jamais serão esquecidas), as pessoas, que tiveram a felicidade de conhecer Capiba de perto, não podem deixar de lembrar que ele nasceu e viveu aqui, espalhando sua genialidade musical pelos caminhos da Paraíba e de Pernambuco, onde se tornaram claros e definitivos os rumos da sua vida.

Ninguém é mais genuinamente pernambucano/paraibano do que Capiba. E tinha a quem puxar: já em 1913, seu pai, Severino Barbosa, criou, com os seus filhos Lourenço, Sebastião, Severino, José, João, Pedro e Antonio, a banda de música “Lira da Borborema”, da cidade de Taperoá, na Paraíba. Dois anos depois, foi dirigir a charanga Afonso Campos – a famosa banda Bacurau - na cidade de Campina Grande. Foi em Campina que, com apenas 16 anos, Capiba começou a trabalhar como pianista no Cine Fox: mesmo sem saber tocar piano, aprendeu a tocar 7 valsas em 11 dias e foi contratado. E foi assim que a família Capiba foi se tornando conhecida e admirada pelos campinenses, com o nosso Lourenço se tornando artilheiro do Campinense Clube, já que o futebol era outra de suas habilidades. Em 1924, com 20 anos, foi mandado para João Pessoa, a fim de estudar no colégio Lyceu Paraibano, com ordens paternas para esquecer a música e o futebol. Mais tarde, com licença do pai, tornou-se pianista do Cine Rio Branco e, no mesmo período, ingressou como atacante do América de João Pessoa e fundou a Jazz Independência, onde atuou até 1930, onde fez amizade com Oliver Von Shosten, que financiava as bandas carnavalescas do amigo, tornando inesquecíveis os carnavais pessoenses de 1926 a 1929. Em 1930, passou seu último carnaval em Campina, já que, tendo passado num concurso público do Banco do Brasil, foi nomeado para trabalhar no Recife.

Capiba não foi apenas um grande carnavalesco: Capiba foi, na verdade, um dos maiores compositores da música popular brasileira de todos os tempos. Quem pode jamais esquecer músicas como Maria Bethânia, Recife - cidade lendária, Olinda - cidade-eterna, Cáis do Porto, Serenata Suburbana e uma das suas mais brilhantes criações, A Mesma Rosa Amarela, que a voz de Maysa imortalizou ? E o frevo Gosto de Ver Cantando que ninguém esquece ? E aquele Linda Flor da Madrugada que ficou para sempre ? E quem não se lembra daquela Cantiga do Mundo e do Amor , que fez de parceria com Ariano Suassuna ?

O Brasil continua devendo uma grande homenagem póstuma ao nosso inesquecível e genial Capiba.

Um comentário:

  1. Tem toda razão, Deo. Os nossos gênios são rapidamente esquecidos nestes brasis....

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