quarta-feira, 20 de julho de 2011
CRÔNICA DA SAUDADE - 20/07/11
segunda-feira, 11 de julho de 2011
CRÔNICA DA SAUDADE - 11/07/2011
Filho de pais italianos, Catello Carlos Guagliardi nasceu em São Paulo, no dia 24 de abril de 1913, mas quando tinha apenas um ano de idade, a família resolveu transferir-se para o Rio, onde passou toda a infância e juventude, trabalhando em muitas loterias do bairro do Rio Comprido, dando mostras, de vez em quando, da potencialidade da sua voz, cantando os sucessos da época em festas populares. Aos 20 anos de idade, em 1933, o nosso Carlos, já com o Galhardo incluído no nome, gravava o seu primeiro disco, com as marchas Você Não Gosta de Mim e O que é que há, dos Irmãos Valença e Nelson Ferreira, respectivamente. Menos de um mês depois, já estava gravando os sambas Pra Onde Irá o Brasil e É Duro de se Crer, ambos de Assis Valente. No mesmo ano, gravou outros sambas, inclusive Sonho, de Ataulfo Alves, mas foi com uma marcha-natalina – Boas Festas - composta por um solitário Assis Valente no quarto onde morava, na praia de Icaraí, em Niterói, que obteve o seu primeiro grande sucesso nacional, sendo cantada, até hoje, em todas as comemorações natalinas que se realizam em todo o país.
E o cantor da voz de veludo... o Rei da Valsa... onde é que estava ? Após gravar dezenas de marchinhas carnavalescas e sambas que o tornaram conhecido, Carlos Galhardo resolveu despertar o cantor romântico adormecido , quando gravou, em 1936, de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago, a valsa-canção Cortina de Veludo, música que marcou época no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. No ano seguinte, com acompanhamento da Orquestra Copacabana, começou a gravar belíssimas valsas, como Assim Acaba Um Grande Amor e a famosa E o Destino Desfolhou, ambas da dupla Gastão Lamounier e Mário Rossi. O cantor da voz de veludo... o Rei da Valsa... estava começando a surgir e a tomar conta da sensibilidade do povo brasileiro, que não se cansava de aplaudi-lo. Os sucessos se tornaram constantes na vida de Carlos Galhardo e todos os seus fãs guardam na memória alguns das suas maiores interpretações, como Vela Branca Sobre o Mar, Mais uma Valsa...Mais uma Saudade, Italiana, Noite Sem Luar, Linda Butterfly, Perfume de Mulher Bonita, Maringá, Beija-Flor, Lagoa Azul, Nós Queremos Uma Valsa, Saudades de Matão, Fascinação (uma marca registrada na sua carreira), Última Inspiração, Mês de Maio, Velho Realejo, Cortina de Veludo, Rapaziada do Braz, Valsa dos Namorados, Mágoas de Caboclo, Último Beijo, Boneca, Mimi, Só Nós Dois no Salão... e Esta Valsa, Chão de Estrelas, A Mulher e a Rosa, Zíngara, Luzes da Ribalta Bodas de Prata, Valsa do Meu Subúrbio e muitas outras, todas em ritmo de valsa.
Com sua voz de veludo, Carlos Galhardo foi sucesso em todos os ritmos, desde os sambas e marchinhas de carnaval, até os baiões e toadas, assim como os boleros e sambas-canções que jamais serão esquecidos, como Fim de Estrada, Idéias Erradas e tantos outros que vivem em nossa lembrança.
Neste mês de julho – no dia 25 - o Brasil inteiro vai reverenciar vinte e cinco anos de saudade de Carlos Galhardo, o cantor que sempre dispensou adjetivos, falecido, no Rio, em 1985.
Para melhor lembrar a sua presença, ouça a sua voz.
http://www.youtube.com/watch?v=5g2sY1pUZdc
segunda-feira, 4 de julho de 2011
O CONTO DO MÊS - julho 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
CRÔNICA DA SAUDADE - julho 2011
Como no próximo dia 13 de julho estaremos assinalando mais um aniversário do seu falecimento, teremos, a partir de agora, o cuidado de informar aos nossos mais jovens ouvintes, alguma coisa a respeito desse Cyro Monteiro, que o poeta e compositor Vinicius de Moraes considerava o maior cantor popular brasileiro de todos os tempos. Aos mais velhos, vamos apenas refrescar a memória, a fim de que eles se recordem dos grandes sucessos da nossa música que o Cyro interpretou melhor que ninguém. Nascido no bairro do Rocha, lá no Rio, no dia 28 de maio de 1913, Cyro Monteiro, além de ter sido um excepcional intérprete da nossa música mais popular, tendo marcado época com sua voz, seu ritmo e sua capacidade de modular e improvisar, ficou conhecido por sua grande simpatia, bondade e capacidade de fazer amigos. O cantor das mil e uma fãs, como era anunciado nos programas de rádio, era torcedor do Flamengo, mas era um flamenguista de quem até mesmo os adversários gostavam. Sempre cantou ao lado de grandes artistas da nossa música, como Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Custódio Mesquita, Noel Rosa, Gastão Formenti e muitos outros, mas Cyro era dono de uma interpretação toda sua que o destacava dos demais. Em 1937, já fazia grande sucesso com o samba Se Acaso Você Chegasse, de Lupiscínio Rodrigues e Felisberto Martins. A partir de 1939, os grandes sucessos carnavalescos se sucederam, OH, Seu Oscar, de Ataulfo Alves; Gosto de Te Ver Cantando, de Capiba; Os Quindins de Iaiá, de Ary Barroso; Linda Flor da Madrugada, de Capiba; Saudades dela, de Alcyr Pires Vermelho; seguindo-se, também, muitos sambas que até hoje ninguém esquece, como Deus Me Perdoe, O que se Leva dessa Vida, Pisei Num Despacho, Tem Que Rebolar, Madame Fulano de Tal (de sua autoria), Certa Maria (em parceria com Vinicius de Moraes), Formosa, e até mesmo Meu Pandeiro, uma das raras incursões de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, pelo universo do samba. Em 1970, lançou um LP pela Continental, com músicas de novos compositores, como Dela, de um tal Roberto Carlos e do seu parceiro Erasmo Carlos. Pela última vez, gravou, dois anos depois, com Vinicius e Toquinho, os sambas Que Martírio, de Haroldo Lobo, e Você Errou, de sua autoria.
Cyro Monteiro marcou, com seu talento, uma das melhores fases da musica popular brasileira. O Brasil de hoje não pode jamais esquece-lo.
http://www.youtube.com/watch?v=EQOl1OWIiZ0&feature=related