quinta-feira, 29 de março de 2012

A CRÔNICA DO DIA -29/03/2012



LÁGRIMAS DE MARÇO

     
             A julgar pelos últimos e tristes acontecimentos, o mês de março, conhecido pela força das águas, graças às chuvas inesperadas e às enchentes que sempre atormentaram, todos os anos, as mais diversas regiões do nosso país, está querendo concorrer com o mês de agosto ( que rima com desgosto) em se tratando de perdas de vidas das mais significativas para o povo brasileiro.
             Como se não bastasse a morte do nosso Chico Anysio, o mestre do humor no rádio e na televisão, que nos ensinou a enfrentar, sorrindo, as constantes dificulda-des das nossas vidas, através dos muitos personagens famosos que soube criar para tornar mais divertida a existência de todos nós, eis que chega uma outra notícia que mais parece um complemento da primeira: o falecimento de Millor Fernandes.
           Quando a gente acaba de enxugar as lágrimas advindas da partida do nosso Chico, que lá se foi para a eternidade, deixando em cada um de nós a lembrança do seu humor fino e inesquecível, transmitido sempre através de um dos seus famosos personagens, eis que nos abalamos novamente com o falecimento de Millor Fernandes, nascido no dia 16 de agosto de 1923, no Rio de Janeiro, cidade onde sempre viveu e onde se destacou, ao longo da sua vida, como cartunista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor (impressionou a todos com suas traduções brilhantes das peças de Shakespeare), e falecido, como o Brasil inteiro já lamenta, na última terça-feira, 27 do corrente mês.
                 Qual o cinqüentão ou cinquentona que não se divertia, todas as semanas, nas páginas da revista “O Cruzeiro”, lendo o Pif-Paf, assinado por este incrível Millor Fer-nades ?
            Super-inteligente, dotado de uma capacidade incrível de fazer humor, Millor tornou-se, sem dúvida, uma das principais figuras da imprensa brasileira no século XX, obtendo grande sucesso de crítica e de público em todas as áreas artísticas por onde se aven-turou, como na ilustração, na tradução e na dramaturgia, tendo sido, por conta disso, várias vezes premiado.
                 Testemunhei. um dia, lá no Rio, nos estúdios da TV Globo, um encontro inusitado, onde Chico Anísio e Millor Fernandes se encontraram (não sei se pela primeira vez), participando de um evento jornalístico.
                  Embora a cena não despertasse a devida atenção, ali estavam, lado a lado, dois dos maiores humoristas brasileiros, que haveriam, ao longo dos anos, cada um a seu modo, transmitir, ao povo brasileiro, o riso que faltava, para que todos nós, que sempre nos divertimos com o Pif-Paf e com a Escolinha do Professor Raimundo, pudéssemos ficar devida-mente vacinados contra as mazelas que nos atingem todos os dias quando assistimos aos pro-gramas jornalísticos das emissoras de TV.
                     Parece que Deus teve pena de todos nós e manteve, ao nosso lado, por muito tempo, dois expoentes do humor e da alegria.

                     http://www.youtube.com/watch?v=pGBb8sm-RNw                                                                     

quinta-feira, 22 de março de 2012

CRÔNICA DA SAUDADE - março 2012

                                                                             

                O MENINO CECÉU

 
                   A música, como a poesia, sempre exerceram forte influência sobre a minha vida, fazendo surgir os meus ídolos e as minhas musas, determinando os caminhos literários que devia seguir, ora tentando compor alguma coisa ao som de uma melodia, ora transformando em versos algumas idéias que me chegavam á cabeça e que me pareciam, a priori, interessantes.

                     Dos poetas brasileiros – afora Augusto dos Anjos que é um caso à parte de amor sem limites – sempre morri de amores pela poesia fascinante de Castro Alves, o mais genial versejador do nosso romantismo, que teve uma vida tão breve quanto eterna e imortal foi a sua obra.

                     Foi na manhã do dia 14 de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, na cidade de Curralinho, no sertão da Bahia, que nasceu Antonio Frederico de Castro Alves, o menino Cecéu – apelido carinhoso que o acompanhou por toda a infância, identificando os parentes mais chegados e os verdadeiros amigos.  Em 1854, menino ainda, com apenas 7 anos, foi morar, com a família, em Salvador. Adolescente, sua poesia já ecoava no Ginásio Baiano, mostrando toda a força dos seus versos. Aos 16 anos, já faz sucesso no Recife com a publicação de seus poemas nos jornais locais. Nessa época, já começa a despertar a sua grande paixão pela atriz portuguesa Eugênia Câmara, musa dos poemas Meu Segredo e Pesadelo, assim como de parte de sua poesia lírica que, ao exaltar o amor sensual, ultrapassa a visão sublimada, própria dos românticos. Mas foi a partir do seu ingresso na Faculdade de Direito do Recife que o nosso Castro Alves deixou de ser um poeta iniciante para ser um poeta maior, engajando-se decisivamente na lua política, fundando, com um grupo de amigos, uma sociedade abolicionista, escrevendo poemas em favor do movimento republicano e lançando o jornal A Luz, voltado para a discussão de idéias, onde publicou, A Canção do Africano e Mocidade e Morte.

                       Quem despertou no poeta o entusiasmo pelo teatro foi Eugenia Câmara, já que os dois – ela e Castro Alves - encenaram, em Salvador, onde passaram a residir, em 1867, a peça Gonzaga, um sucesso que o consagrou na área teatral. Neste mesmo ano, no entanto – como se sentisse que tinha que aproveitar inteiramente todos os dias de sua curta existência – Castro Alves foi ao Rio, onde conheceu José de Alencar e Machado de Assis, passando a freqüentar as rodas intelectuais da época. Em São Paulo, onde resolveu continuar o curso de direito, fez grande sucesso nos teatros paulistanos, ao declamar poemas como Vozes d’África e Navio Negreiro. Tuberculoso, voltou à Bahia, onde lançou o livro Espumas Flutuantes, em 1870.

                     Na manhã do dia seis de junho de 1871, na mesma fazenda Cabaceiras da sua infância, o menino Cecéu, o poeta dos escravos, fechou os olhos para a vida, aos 24 anos de idade, na plena efervescência da sua genialidade, e foi morar lá no céu. 

                          Deus, ó Deus, onde estás que não respondes ?    

                           http://www.youtube.com/watch?v=IPbetX97Q_8                                                         

segunda-feira, 19 de março de 2012

CRÔNICA DA SAUDADE - 19/03/2012



                                         O JOSÉ DE RONALDO


                Ronaldo podia ser Ronaldo como o pai queria, mas jamais deixaria de ter José no nome ou sua mãe não teria sido a Dona Nenzinha Cunha Lima, verdadeira expressão da mais pura mulher nordestina, voltada para as virtudes do lar e para os dogmas da religião católica. Se o menino tinha nascido entre o dia de São José de Arimatéia e o dia de São José, o pai de Jesús, como é que ele poderia deixar de ter um José no nome, por mais pomposo que fosse ?
                  E o menino foi batizado como Ronaldo José da Cunha Lima.
           Assim como Ronaldo, que veio, com a família, lá de Guarabira, passando a residir na rua Tiradentes, quase no centro da cidade, eu também cheguei, à mesma época, de João Pessoa, com a minha família, que optou por residir na mesma rua, só que na parte que fica depois da Solon de Lucena, já pertinho do Campo de Zé Rodrigues. E foi assim que a gente foi misturando as nossas vidas – a princípio com as brincadeiras típicas da infância, juntando a turma toda das ruas vizinhas, como Helvetti Cruz, Zé Aleixo, Themistocles Maciel, Kerginaldo e muitos outros meninos de então -, até que chegamos à juventude, cada um pro seu lado, juntando-se de novo nas tardes prazeirosas da Rádio Caturité, quando a gente se encontrava para apresentar, das cinco às seis horas da tarde, o programa A Hora Poética Campinense, que também contava com a participação de novos poetas paraibanos, como Orlando Tejo, Eilzo Matos, Eduardo Ramires e tantos outros.
                 Esse rapazinho, que tinha jeito pra declamar poesia e gostava de aceitar desafios para qualquer roda de repente, enamorou-se de Campina, fez da cidade a sua musa e foi nas suas noites-madrugadas que encontrou inspiração para dar força a sua vida, casando-se com dona Gloria, com a qual constituiu uma grande família, formada por seus filhos Ronaldinho, Cássio, Savigny e Glauce, que hoje completam a sua felicidade.
                O menino de ontem já foi tudo o que sempre, um dia, havia sonhado ser: vereador... prefeito da sua amada Campina por três vezes... deputado estadual... deputado federal... governador da Paraíba... senador... e, mais do que tudo isso, um pai amantísimo e uma criatura humana quase sem falhas.
                Como poeta e escritor, a Paraíba e o Brasil já os conhece de sobra, lendo, ouvindo e aplaudindo as suas produções poéticas, que hoje fazem parte do que existe de melhor em termos literários em nosso estado. 
                No dia do aniversário de Ronaldo, a Paraíba inteira gostaria de  estar ao seu lado, participando da sua festa e cantando, com alegria, o Parabéns Pra Você. Parabéns, Ronaldo, por tudo o que você sempre foi para o seu povo, para a Paraíba e para todos aqueles que nunca deixaram de admira-lo como amigo e como poeta !
               Vamos pedir a Deus que ele se recupere totalmente dos males do corpo, já que as forças da alma jamais o abandonaram, estando hoje permanentemente ao seu lado, como sempre estiveram, sem dúvida, ao longo de toda a sua vida.
                   Parabéns, Ronaldo !

                  



                                                                            

quarta-feira, 14 de março de 2012

COMENTANDO A NOTÍCIA - 12/03/2012



            COMENTANDO A NOTÍCIA – 12/03/2012

A notícia: Heleno de Freitas, um dos grandes ídolos do Botafogo e do futebol brasilei-ro, está sendo homenageado numa ação de marketing que compõe a edição do Dia da Estrela, promovido pela equipe alvi-negra. Durante o evento, será exibido, em pré-estréia o filme “He-leno”, com o ator Rodrigo Santoro, e haverá, ainda, uma grande exposição de fotos sobre a vi-da e a passagem do jogador pelo Botafogo.

Nosso Comentário:

                       HELENO: GENIOSO E GENIAL

              Menino ainda (mas já botafoguense), sempre vibrei, nas transmissões radiofônicas, com os gols de Heleno de Freitas, que marcou sua passagem pelo Botafogo (1940/1947) com 209 gols em 235 partidas, tornando-se o maior artilheiro da história do clube, embora jamais tenha sido campeão pelo time do seu coração.
              Nascido em São João Nepomuceno, em Minas Gerais, no dia 12 de fevereiro de 1920, Heleno logo se sentiu atraído pela bola, passando a jogar futebol em vários times de surbúrbio, tendo atuado, já no Rio, na equipe de futebol de praia do clube, sob o comando de Neném Prancha, de onde saiu, em 1937, para o time principal do Botafogo, com a responsabilidade de substituir o ídolo Carvalho Leite (goleador do tetracampeonato estadual de 1932/1935) e, com suas jogadas incríveis e gols geniais, jamais decepcionou a torcida, que teve de agüentar, em contrapartida, seus ataques de histeria e suas constantes brigas em campo.
              Em 1940, já como centroavante botafoguense, participou de uma vitoriosa excursão ao México e do campeonato carioca, passando, em toda parte, a atiçar o mulherio, com seu jeitão de artista, nos seus 1 metro e 84 de altura e porte atlético, elegante e inteligente, sendo mulherengo com o diabo, já que transava com qualquer raça ou classe, alvinegra ou não.
              Apesar dos gols incríveis e memoráveis, que a torcida da época jamais conseguiu esquecer, Heleno sempre teve, como grande obsessão, ser campeão pelo Botafogo, mas até 1947 (seu último ano no clube), o único título que obteve (já que, nas horas vagas, também estudava), foi o de bacharel em Direito- diploma inútil para ele, já que jamais advogou.
              Heleno ganhou fama e dinheiro, tendo vivido sempre entre mulheres bonitas e homens inteligentes. Em Buenos Aires, por exemplo, quando jogou pelo Boca Junior, tornou-se íntimo da família do presidente Peron. Na Colombia, foi erguido um busto em sua homena-gem, devido às suas grandes jogadas que encantaram os colombianos.
              Como tinha sífilis no cérebro, o que provocava suas Irritações constantes e brigas eternas, jamais quis fazer um tratamento sério da doença que o atormentava. Quando abandonou o futebol, por insistência de parentes e amigos, teve que ser internado num sanatório na cidade de Barbacena, em Minas Gerais, onde, no dia 8 de dezembro de 1959, veio a falecer, causando grande consternação em todo o Brasil.
              Heleno de Freitas, ao que parece, sòmente agora, 53 anos depois de sua morte, terá, finalmente, o reconhecimento da sua terra pela genialidade do seu futebol.                                                                             

sexta-feira, 9 de março de 2012

CRÔNICA DA SAUDADE - 21/03/2012



A GRANDE CORRIDA

        Aquele meninozinho raquítico, nascido às primeiras horas da madrugada do dia 21 de março de 1960, na Maternidade de São Paulo, filho do casal Milton da Silva e Neide Senna da Silva, tinha que ter no sangue o gosto pela velocidade. Foi seu pai quem deu de presente a Ayrton Senna da Silva, quando ele tinha apenas 4 anos de idade, o seu primeiro kart, começando, a partir daí, uma das mais brilhantes carreiras do automobilismo mundial. E foi de tanto ouvir reclamações do menino de “que seu kart era muito lento”, que seu pai, após saber que Senna já trocava as marchas do trator da fazenda sem usar a embreagem, resolveu dar-lhe um kart de verdade, aos 7 anos de idade. Aos 8 anos, já participava da sua primeira corrida num balneário em São Paulo, para pilotos de 18 a 20 anos, cujo grid de largada seria decidido por sorteio. Por ser o mais jovem, Senna foi o primeiro a retirar, de um capacete, um papel... e advinhem qual o número que ele tirou ? O número 1, naturalmente. Em sua primeira corrida, ele seria o pole-position.

           A partir daí, foram sucessivas vitórias nas mais diversas catego-rias, até sua chegada à Fórmula Um, onde conseguiu se transformar num ídolo de milhões de brasileiros, conquistando o aplauso de multidões em vários países de todo o mundo.

           Ayrton Senna já havia disputado 160 grandes prêmios pela Fórmula Um, tendo sido campeão em 88, 90 e 91. Mas aquele Grande Prêmio que estava por vir... no dia 1º de maio de 1994... o de San Marino, na Itália... no circuito de Ímola... justamente onde ele já obtivera 3 vitórias e 7 poles seguidas (um recorde, até hoje)... não estava indo muito bem. Na sexta-feira, Rubens Barrichello livrou-se da morte devido à uma camada de pneus, quando sua Jordan deslizou na entrada da chicane e decolou sobre a zebra. Por milagre, Rubinho teve apenas escoriações leves. No sábado, o piloto austríaco Roland Ratzenberger perdeu o controle do seu carro e bateu na curva Villeneuve, a 300 quilômetros por hora, vindo a falecer no hospital.  Senna foi ao local do acidente, reclamando da falta de proteção. Ele e mais três pilotos se retiraram do treino em respeito a Ratzenberger. No domingo, na sétima volta do Grande Prêmio, na curva Tamburello, a barra de direção da Williams quebrou e o Brasil pôde contemplar o mais trágico e lutuoso desastre automobilístico da sua história.

           Se ele estivesse vivo, estaria completando, no próximo dia 21, 62 anos de idade, rece-bendo homenagens de milhões de fãs em todo o mundo.

           Antes mesmo de morrer, ele já havia recomendado à irmã Viviane: precisamos fazer algo pelas crianças brasileiras... precisamos diminuir as desigualdades sociais que provocam a pobreza e a fome. Foi a sua última corrida. Hoje, o Instituto Ayrton Senna protege, ensina e alimenta mais de 2 milhões de alunos de 1.300 municípios em 25 estados do país.

           Nesta corrida sem fim, que tanto tem ajudado as crianças pobres brasileiras, Senna, sem dúvida, será, para sempre, o grande vencedor.

                                                                      

quinta-feira, 1 de março de 2012

CRÔNICA DA SAUDADE - 01/03/2012


Assis Valente e Carmen Miranda

VALENTE E GENIAL

         Foi em meados dos anos 50, quando comecei a trabalhar em rádio, lá em Campina Grande, na antiga Rádio Borborema, que tive oportunidade de divulgar o ritmo musical brasileiro que mais me fascinava, que era o samba, através de uma série de programas encaixados na programação daquela emissora, todos eles enfocando os nossos mais conhecidos sambistas.

        O programa Epopéia do Samba, apresentado, aos domingos, à noite, focalizava sempre um grande compositor do nosso ritmo mais popular, como é o caso de Ary Barroso, Adoniran Barbosa e tantos outros, que faziam o sucesso daquela grande atração da Borborema.

         Fã incondicional de Assis Valente, resolvi focaliza-lo no programa do dia 08 de março de 1958, um domingo, passando a escrever os textos que seriam lidos, depois, por Hilton Mota, um dos mais notáveis locutores que já conheci. Falei do seu nascimento, no dia 19 de março de 1911, entre Bom Jardim e Patiota, na Bahia, durante uma viagem de sua mãe. Falei também de como ele foi tirado dos seus pais, sendo entregue à uma família para ser criado. Especialista em prótese dentária, viveu em Salvador até 1927, ano em que viajou para o Rio de Janeiro e lá ficou para sempre.

       Foi no início dos anos 30, que começou a compor sambas, graças ao incentivo de Heitor dos Prazeres, de quem se tornou grande amigo. Com Carmen Miranda, de quem se dizia apaixonado, lançou alguns dos seus maiores sucessos, Good-bye, Etcetera, a marchinha Recadinho de Papai Noel, Por Causa de você, Isso não se atura e tantos outros. Apesar dos sambas que marcaram época, como Este Samba Foi feito pra Você, com Mário Reis, Já é de Madrugada, com Orlando Silva, Brasil Pandeiro, com os Anjos do Inferno, Boneca de Pano, com Quatro Ases e um Coringa, e Camisa Listrada, gravado, em 69, por Maria Bethânia, Assis Valente ainda compôs marchinhas maravilhosas como Boas Festas – verdadeiro hino natalino em nosso país -, Cai,Cai,Balão, gravada por Aurora Miranda, e muitas outras composições que jamais serão esquecidas.

           Sempre enfrentando apertos financeiros, tentou o suicídio por três vezes: na primeira, atirou-se do alto do Corcovado e, milagrosamente, ficou preso a um galho de árvore, sendo salvo por um equipe do Corpo de Bombeiros; na segunda, cortou os pulsos com uma lâmina de barbear e, no hospital, mais uma vez, escapou; na terceira e última vez, tomou formicida com guaraná, em um banco da praia do Russel, no Rio, e, sem socorro, morreu.

         Foi esta a notícia que me pegou de surpresa, há exatos 54 anos, no dia 06 de março de 1958, quando, sentado á máquina, finalizava o script do Epopéia do Samba em homenagem a Assis Valente, enquanto ouvia, na discoteca, o Camisa Listrada.

           Nada mudei no script. Só acrescentei, no final, o meu dolorido “adeus” ao Assis. Valente no nome e na vida. Que daqui se foi na hora que assim bem quis.

                                            http://www.youtube.com/watch?v=00Z2Zg_h6uw&feature=fvsr