O
REI DO RITMO
Nascido no dia 31 de agosto de 1919 na cidade de Alagoa Grande, na
Paraíba, José Gomes Filho, menino franzino e pobre, cuja mãe era uma esforçada
catadora de côco, jamais poderia imaginar que, com o passar dos anos, seria
conhecido em todo o país com o apelido que o tornaria famoso: Jackson do
Pandeiro.
Já
com mais de vinte anos, quase beirando os trinta, foi que Jackson apareceu pela
primeira vez num programa de auditório da Rádio Borborema de Campina Grande,
cantando músicas regionais e dando um verdadeiro show ao utilizar um pandeiro,
que recebêra, como presente, de dona Flora, sua mãe.
Quando
criança, o apelido era Jack, mas foi melhorado depois para Jackson, quando
começou a se apresentar em shows, já que um locutor assim sugeriu, dizendo que
daria nova imagem à sua vida artística.
Foi
numa das suas passagens pela Rádio Borborema que o conheci, apresentando-o ao
meu compadre e amigo Rosil Cavalcanti, que era, além de apresentador de um dos
programas de maior audiência da emissora – o Forró de Zé Lagoa -, um dos melhores compositores nordestinos da
época.
Sòmente
em 1953, já com trinta e cinco anos, foi que Jackson gravou, de Rosil, o seu
primeiro grande sucesso – Sebastiana -,
tornando-se conhecido em todo Brasil, graças à uma interpretação notável de uma
musica cheia de ginga e com uma letra que mexia com as multidões.
Foi
numa das suas apresentações na Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, que
Jackson conheceu Almira Castilho, que virou sua esposa e parceira, ao mesmo
tempo, já que também participava de suas apresentações, cantando e dançando,
enchendo os shows de mais alegria e descontração.
Assim
o conheci, ao lado de Almira, feliz e sorridente.
No
Rio de Janeiro, quando passou a trabalhar na Rádio Nacional, foi que Jackson,
realmente, tomou conta do Brasil, interpretando sucessos inesquecíveis, como Chiclete com Banana e Um a Um, que eram cantados em toda parte,
mostrando a facilidade com que canttava nos mais diversos gêneros musicais,
como baião, côco, samba-côco, marchinhas de carnaval e tudo o mais, sempre com
o mesmo gingado e dando força ao ritmo.
Foram
mais de 30 álbuns LPs desde sua primeira gravação Forró de Limoeiro, em 1953, até o último álbum - Isso
é que é Forró -, de 1981.
Quem
melhor o descreveu foi Alceu Valença, que disse: “Gonzagão é o Pelé da nossa
música, e Jackson, sem dúvida, é o Garrincha !”
Diabético,
Jackson morreu aos 60 anos, no dia 10 de julho, em Brasília, onde se encontrava
para realizar um show, de embolia pulmonar e cerebral..
Hoje,
seus restos mortais se encontram em Alagoa Grande num memorial preparado em sua
homenagem pelo povo alagoagrandense.
Hoje,
Jackson está presente em nossas vidas nestas saudades de junho, tornando cada
vez mais viva a sua presença na música popular brasileira.
Tudo
no ritmo contagiante da saudade.