terça-feira, 17 de julho de 2012

CRÔNICA DA SAUDADE - junho 2012



                                     O REI DO RITMO

                                                                           

                                Nascido no dia 31 de agosto de 1919 na cidade de Alagoa Grande, na Paraíba, José Gomes Filho, menino franzino e pobre, cuja mãe era uma esforçada catadora de côco, jamais poderia imaginar que, com o passar dos anos, seria conhecido em todo o país com o apelido que o tornaria famoso: Jackson do Pandeiro.
                              
                          Já com mais de vinte anos, quase beirando os trinta, foi que Jackson apareceu pela primeira vez num programa de auditório da Rádio Borborema de Campina Grande, cantando músicas regionais e dando um verdadeiro show ao utilizar um pandeiro, que recebêra, como presente, de dona Flora, sua mãe.
                                 Quando criança, o apelido era Jack, mas foi melhorado depois para Jackson, quando começou a se apresentar em shows, já que um locutor assim sugeriu, dizendo que daria nova imagem à sua vida artística.
                                  Foi numa das suas passagens pela Rádio Borborema que o conheci, apresentando-o ao meu compadre e amigo Rosil Cavalcanti, que era, além de apresentador de um dos programas de maior audiência da emissora – o Forró de Zé Lagoa -, um dos melhores compositores nordestinos da época.
                                  Sòmente em 1953, já com trinta e cinco anos, foi que Jackson gravou, de Rosil, o seu primeiro grande sucesso – Sebastiana -, tornando-se conhecido em todo Brasil, graças à uma interpretação notável de uma musica cheia de ginga e com uma letra que mexia com as multidões.     
                                  Foi numa das suas apresentações na Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, que Jackson conheceu Almira Castilho, que virou sua esposa e parceira, ao mesmo tempo, já que também participava de suas apresentações, cantando e dançando, enchendo os shows de mais alegria e descontração.        
                                  Assim o conheci, ao lado de Almira, feliz e sorridente.
                                  No Rio de Janeiro, quando passou a trabalhar na Rádio Nacional, foi que Jackson, realmente, tomou conta do Brasil, interpretando sucessos inesquecíveis, como Chiclete com Banana e Um a Um, que eram cantados em toda parte, mostrando a facilidade com que canttava nos mais diversos gêneros musicais, como baião, côco, samba-côco, marchinhas de carnaval e tudo o mais, sempre com o mesmo gingado e dando força ao ritmo.
                                  Foram mais de 30 álbuns LPs desde sua primeira gravação Forró de Limoeiro, em 1953, até o último álbum  - Isso é que é Forró -, de 1981.
                                 Quem melhor o descreveu foi Alceu Valença, que disse: “Gonzagão é o Pelé da nossa música, e Jackson, sem dúvida, é o Garrincha !”
                                  Diabético, Jackson morreu aos 60 anos, no dia 10 de julho, em Brasília, onde se encontrava para realizar um show, de embolia pulmonar e cerebral..
                                  Hoje, seus restos mortais se encontram em Alagoa Grande num memorial preparado em sua homenagem pelo povo alagoagrandense.
                                  Hoje, Jackson está presente em nossas vidas nestas saudades de junho, tornando cada vez mais viva a sua presença na música popular brasileira.
                                  Tudo no ritmo contagiante da saudade. 

Um comentário:

  1. Rosil e Jackson del Pandero se conheceram em João Pessôa e formaram uma dupla caipira que se apresentava pela Paraiba. Só depois Rosil foi morar em Campina Grande, onde se casou e trabalhou na Radio Borborema e Jacskson foi prá Recife. Isso está documentado com fotos em Internet...

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