Ziul Matos (locutor), Deodato Borges (diretor), Roberto Silva
(sambista) e Mário Santos (locutor), nos idos dos anos 60.
O PRÍNCIPE DO SAMBA
Em meados dos anos sessenta, quando ocupei, por
algum tempo, a Direção Geral dos Diários Associados em Pernambuco, sempre
cuidei, com muito carinho, das programações das emissoras de rádio (Clube e
Tamandaré), assim como da Televisão Rádio Clube, que já encantava a todos com
seus programas de estúdio e de auditório.
Sendo
fã de carteirinha de Roberto Silva que, à época, já era um dos maiores
sambistas do Brasil, denominado o Príncipe
do Samba e já conhecido e aplaudido em todo o país, o que o tornava, certamente,
num dos artistas mais requi-sitados para shows, tratei de contratá-lo para uma
apresentação no auditório da emissora, no lançamento do programa Vozes do Samba.
O
show de Roberto foi, realmente, um grande sucesso, quando ele interpretou, com
a segurança e beleza de sempre, alguns dos seus sambas mais aplaudidos, como Maria Teresa, de Altamiro Carrilho, Escurinho, de Geraldo Pereira, Crioulo Sambista, de Nelson Trigueiro, e
tantos outros, transformando a sua apresentação num autêntico sucesso, tendo
recebido muitos aplausos de um auditório superlotado de fãs.
Sendo
uma pessoa singular, que encantava a todos com sua simplicidade, Roberto
Napoleão da Silva nasceu no Morro do Cantagalo, em Copacabana, no Rio, no dia 9
de abril de 1920, tendo iniciado a carreira como cantor, no rádio, na dé-cada
de 30, mas foi nos anos 40, quando já pertencia ao elenco das rádios Nacional e
Tupi, que el se tornou conhecido em todo o país, graças ao seu estilo sincopado
e do-lente, inspirado nos seus dois maiores ídolos: Cyro Monteiro e Orlando
Silva.
Em
1958, gravou o LP Descendo o Morro, que
teve continuações nos volumes 2, 3 e 4, tão grande foi a aceitação popular. No
total, gravou 350 discos de 78 rotações relançados em CD, tendo saido, em
1997, a coletânea Roberto Silva Canta
Orlando Silva, extraida dos seus vários LPs na Copacabana.
No
último domingo (9 de setembro), Roberto Silva, aos 92 anos, já pa-decendo com
um câncer na próstata, sofreu um AVC em sua casa, onde veio a falecer, deixando
de luto seus milhões de fãs por todo o Brasil e, de modo especial, a música
popular brasileira.
Seria
bom que as gravadoras por onde ele passou, cantando verdadeiros clássicos do
nosso ritmo mais contagiante, repassassem todo o seu acêrvo para CDs,
premiando, assim, todos os seus fãs espalhados por todo o Brasil, e
possibilitando, às novas gerações, conhecer um dos maiores intérpretes da nossa
música popular.
Em
todo o país, especialmente no Rio de Janeiro, muitos lamentam o show de
despedida de Roberto Silva, o príncipe do samba, que resolveu cantar, para
sempre, na eternidade.
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