quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A CRÔNICA DO DIA - 12/09/2012

Ziul Matos (locutor), Deodato Borges (diretor), Roberto Silva
 (sambista)  e Mário Santos (locutor), nos idos dos anos 60.

O PRÍNCIPE DO SAMBA

         Em meados dos anos sessenta, quando ocupei, por algum tempo, a Direção Geral dos Diários Associados em Pernambuco, sempre cuidei, com muito carinho, das programações das emissoras de rádio (Clube e Tamandaré), assim como da Televisão Rádio Clube, que já encantava a todos com seus programas de estúdio e de auditório.
              Sendo fã de carteirinha de Roberto Silva que, à época, já era um dos maiores sambistas do Brasil, denominado o Príncipe do Samba e já conhecido e aplaudido em todo o país, o que o tornava, certamente, num dos artistas mais requi-sitados para shows, tratei de contratá-lo para uma apresentação no auditório da emissora, no lançamento do programa Vozes do Samba.              
               O show de Roberto foi, realmente, um grande sucesso, quando ele interpretou, com a segurança e beleza de sempre, alguns dos seus sambas mais aplaudidos, como Maria Teresa, de Altamiro Carrilho, Escurinho, de Geraldo Pereira, Crioulo Sambista, de Nelson Trigueiro, e tantos outros, transformando a sua apresentação num autêntico sucesso, tendo recebido muitos aplausos de um auditório superlotado de fãs.
            Sendo uma pessoa singular, que encantava a todos com sua simplicidade, Roberto Napoleão da Silva nasceu no Morro do Cantagalo, em Copacabana, no Rio, no dia 9 de abril de 1920, tendo iniciado a carreira como cantor, no rádio, na dé-cada de 30, mas foi nos anos 40, quando já pertencia ao elenco das rádios Nacional e Tupi, que el se tornou conhecido em todo o país, graças ao seu estilo sincopado e do-lente, inspirado nos seus dois maiores ídolos: Cyro Monteiro e Orlando Silva.
            Em 1958, gravou o LP Descendo o Morro, que teve continuações nos volumes 2, 3 e 4, tão grande foi a aceitação popular. No total, gravou 350 discos de 78 rotações relançados em CD, tendo saido, em 1997, a coletânea Roberto Silva Canta Orlando Silva, extraida dos seus vários LPs na Copacabana.
             No último domingo (9 de setembro), Roberto Silva, aos 92 anos, já pa-decendo com um câncer na próstata, sofreu um AVC em sua casa, onde veio a falecer, deixando de luto seus milhões de fãs por todo o Brasil e, de modo especial, a música popular brasileira.
           Seria bom que as gravadoras por onde ele passou, cantando verdadeiros clássicos do nosso ritmo mais contagiante, repassassem todo o seu acêrvo para CDs, premiando, assim, todos os seus fãs espalhados por todo o Brasil, e possibilitando, às novas gerações, conhecer um dos maiores intérpretes da nossa música popular.
           Em todo o país, especialmente no Rio de Janeiro, muitos lamentam o show de despedida de Roberto Silva, o príncipe do samba, que resolveu cantar, para sempre, na eternidade.

                             http://www.youtube.com/watch?v=tM-u-EwQaGc&feature=related






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