LEGIÃO DA SAUDADE
Quando nasceu, no Rio de Janeiro, num domingo de sol – no dia 27 de março de 1960 -, Renato Russo recebeu o nome do pai, tendo sido registrado como Renato Manfredini Júnior, ganhando, com o sobrenome, uma certa ligação com a Itália de tantos e tão inspirados compositores e músicos.
Aos sete anos, foi morar com seus pais em Nova York, onde viveu até o ano de 1969, nascendo daí a ligação com o idioma que o fez, mais tarde, tornar-se professor de inglês. Antes de criar o grupo de punk-rock Aborto Elétrico, em 1978, já havia incluído o Russo ao nome, como homenagem – segundo sempre explicou – ao filósofo inglês Bertrand Russel, ao pintor francês Henri Rousseau e ao filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau.
Foi em 1982 que criou o grupo Legião Urbana, que só começou a se destacar no cenário artístico nacional a partir de 1984, quando fez o lançamento do disco que tinha o nome da banda, onde logo se transformaram em sucesso músicas de sua autoria, como Será, em parceria com Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos, e Geração Coca-Cola. Seu primeiro sucesso musical, no entanto, foi Química, gravada pelos Paralamas do Sucesso. Em 1986 foi lançado o segundo LP do Legião Urbana, que consagrou Renato Russo definitivamente como um dos maiores compositores brasileiros. Quem não se lembra, até hoje, de sucessos marcantes, como Eduardo e Mônica, Tempo Perdido e Índios ? Poeta genial e polêmico, Renato foi mais adiante, no ano seguinte, causando intensa discussão em todo o Brasil com as músicas Que País é Este ? e Faroeste Caboclo, que chegaram a ter suas execuções proibidas em emissoras de rádio. Em 87, em parceria Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, obteve um sucesso estrondoso com Pais e Filhos e Meninos e Meninas.
A partir de 1994 começou propriamente a sua carreira solo, lançando o disco The Stonewal Celebration Concert, que destinou 50 por cento das suas vendagens para projetos da Ação da Cidadania Contra a Miséria e a Fome, tendo vendido 250 mil cópias. O LP seguinte, em 1995, seu segundo disco solo, Equilíbrio Distante, com músicas em italiano, vendeu cerca de um milhão de cópias, com destaque para as faixas La Solitudine e Strani Amori, que alcançaram estrondoso sucesso.
Já doente, sofrendo terrivelmente com uma broncopneumonia, sepicemia e infecção urinária – tudo decorrente da Aids que o matava aos poucos -, Renato Russo, após seis anos de intenso padecimento, faleceu no dia 11 de outubro de 1996, na mesma cidade do Rio de Janeiro onde nasceu, com apenas 36 anos de idade, deixando uma imensa legião de fâs chorando a sua ausência.
Ninguém, mais do que ele, recebeu tantas homenagens póstumas.
Melhor seria que estivesse aqui, entre nós, comemorando, feliz, seus 50 anos de vida.
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