segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CRÔNICA DA SAUDADE – 22/11/10


O ETERNO TROVADOR


No dia 9 deste mês de novembro, não pude deixar de lembrar que, naquela data, no ano de 1983 – há 27 anos, portanto – morria de um derrame, em pleno show numa boate de Nova York, nos Estados Unidos, com apenas 43 anos de idade, o maior trovador da música brasileira e um dos maiores das Américas: Altemar Dutra.

O que mais marcou os seus fãs pessoenses, naquela época, é que Altemar havia se apresentado, fazia poucos dias, em um show na Lagoa do Parque Sólon de Lucena, causando emoção e arrancando aplausos entusiásticos de uma verdadeira multidão que se fez presente, cantando, com seu artista preferido, alguns dos seus maiores sucessos musicais. E quando sua voz ainda ecoava no coração dos pessoenses, eis que chegou a trágica notícia: Altemar Dutra, o trovador das Américas, havia falecido em Nova York, vítima de um derrame cerebral.

Mineiro da cidade de Aimorés, no interior de Minas Gerais, Altemar Dutra de Oliveira nasceu no dia 6 de outubro de 1940, mas logo mudou-se, ainda pequeno, para a cidade de Colatina. Logo cedo, demonstrou vocação para a música, tendo recebido, da mãe, como forma de incentivo, um violão, que logo começou a dedilhar e acabou por aprender a toca-lo sòzinho. E foi assim que se apresentou pela primeira vez em público, participando de um programa na Rádio Difusora de Colatina, onde ganhou o primeiro lugar, passando, a partir daí, a fazer sucesso na cidade, o que o incentivou a viajar, com apenas 17 anos, para o Rio de Janeiro, onde chegou, em 1957, levando uma carta de apresentação para o compositor Jair Amorim, que passou a promove-lo no meio artístico. Começou a cantar na Boate Bacarat, mas como era menor de idade, tinha que se esconder, vez por outra, do Juizado de Menores. A convite de Helena de Lima, passou a cantar na boate Cangaceiro, uma das mais famosas da cidade. Foi quando fez amizade com várias artistas já consagrados, como é o caso do Trio Iraquitã, cujo crooner o levou para a Odeon, em 1963. No mesmo ano, seu primeiro grande sucesso: Tudo de Mim, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim. A partir daí, gravou outros grandes sucessos da mesma dupla, como Que queres tu de mim ?, O Trovador e Somos Iguais.Em 1965, surgiu o LP Sentimental Demais, cuja música-título se tornou uma marca do seu repertório. Em 1966, ainda da dupla Jair Amorim e Evaldo Gouveia, gravou Brigas, tendo declarado, num programa da Rede Globo, que é com essa música que gostaria de ser lembrado no futuro. À essa altura, seu sucesso já extrapolava as fronteiras brasileiras, chegando à toda a América Latina, com apresentações em vários países. As versões em espanhol dos seus grandes sucessos venderam mais de 500 mil cópias. Com o LP O Trovador das Américas, em 1969, Altemar se firmou como um dos maiores cantores latinos de todos os tempos, cantando ao lado dos grandes ícones do bolero, como é caso de Lucho Gatica. Após vários LPs de sucesso, gravou, em 1977, Sempre Romântico, e, em 1981, Eu Nunca Mais Vou Te Esquecer, dois discos realmente marcantes em sua carreira.

Altemar Dutra se foi, mas a sua saudade, através da musica, ficou para sempre no coração e na memória de todos os seus fãs, espalhados por esse imenso Brasil.

2 comentários:

  1. Caro Deodato; os poetas, os cantores, os artistas de modo geral, são pessoas que sabem que na vida mora um adeus e através de seus trabalhos ficam imortais.
    Gostei muito de conhecer a história de Altemar Dutra.

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)

    Gostaria de lhe convidar para que comentasse o meu “A Cruel Vingança De Seu Ignácio”. Ok?
    http://jefhcardoso.blogspot.com de blog em blog.

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  2. É Deotado, que nasceu para brilhar, brilhará, Só fã de Altemar Dutra desde os 16 anos de idade, 1968. Abraços.

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