terça-feira, 11 de janeiro de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - 11/01/2011


UM SOLO DE CLARINETE

Artie Shaw, como a gente sempre o conheceu - regendo a sua famosa orquestra e dando um verdadeiro show com seus solos de clarinete - parecia ter nascido assim, ligado, desde menino, aos grandes sucessos da música da sua terra.

E quase que foi assim mesmo. Nascido em maio de 1910, em Nova York, Artie Shaw aprendeu a tocar saxofone aos 15 anos, antes de adotar o clarinete em definitivo e de iniciar, posteriormente, a sua carreira de maestro de orquestra de jazz, passando a conduzir, com desenvoltura, as famosas Big Bands.

Nos anos 30 e 40, não se podia falar em orquestra de jazz sem que se fizesse um merecido destaque ao nome de Artie Shaw, que se firmou em todo mundo como comandante de uma dos melhores conjuntos orquestrais da época, figurando, com o mesmo destaque, ao lado de verdadeiros deuses musicais, como Benny Goodman, Tommy Dorsey e Glenn Miller, que foram, sem dúvida, os melhores maestros de todos os tempos.

Um dos sucessos mais marcantes da sua vida e que, certamente, jamais será esquecido, foi a famosa gravação de Begin the Beguine, de Cole Porter, que o tornou mundialmente conhecido, fazendo com que a sua orquestra fosse requisitada para tournées em vários países de todos os continentes.

Durante a segunda guerra mundial, Artie Shaw não fez por menos e, num gesto que uniu patriotismo e coragem, alistou-se, juntamente com todos os seus músicos, na Marinha americana, tendo servido ao seu país, assim, do seu jeito, durante todo o conflito, divertindo as tropas do Tio Sam, lá, no centro das operações, em pleno oceano Pacífico.

Na vida sentimental, Artie Shaw também não regateou prazeres: se, como músico, esteve sempre presente, com seus sucessos musicais, entre as melhores e mais aplaudidas orquestras do mundo, como marido, ele não fez por menos, casando-se, por oito vezes, com algumas das mais belas e famosas atrizes de Hollywood, onde se incluem verdadeiras deusas do cinema, como Ava Gardner, Lana Turner e Evelyn Keyes, entre outras.

Em 2004, numa das últimas homenagens que recebeu em vida, foi premiado com o Lifetime Achivement Grammy Award pelo conjunto da sua obra, como musico, compositor e, mais do que tudo, como maestro, que soube conquistar gerações com sua maneira maravilhosa de conduzir sua orquestra.

A música popular universal, no dia 9 de janeiro de 2005, amanheceu mais triste: faltava o ritmo alegre e contagiante da Orquestra de Artie Shaw.

Mas a sua musica ficou em nossa saudade. Para sempre.


Um comentário:

  1. Olá Deodato,

    Sou seguidor de teu blog, me chamo Giuseppe Roncalli, nunca fiz um comentário, mas gosto muito da maneira como vc escreve. Gostaria muito era de poder ver outros arquivos de áudio das aventuras do Flama.

    Eu nem existia quando vc criou o programa e os quadrinhos, mas tendo acesso ao arquivo que se encontra no Retalhos de Campina, fiquei muito entusiasmado e gostaria de conhecer mais um pouco.

    Poderias publicar aqui em teu blog ou outros espaços da rede as estórias e aventuras do Flama?

    Atenciosamente,

    Giuseppe R. P. L.de Oliveira

    p.s. giuseppedeoliveira@ig.com.br

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