quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A CRÔNICA DA SAUDADE


ARQUIVOS DE SAUDADE

Foi a partir de 1930 que o paraibano começou a sonhar com uma emissora de rádio, quando foi criada, embora modestamente, a Rádio Clube da Paraíba, que pretendia, a exemplo do que já ocorrêra no Recife com a Rádio Clube de Pernambuco – a famosa PRA-8 -, transmitir o seu sinal para todo o nordeste.

Só que a nossa Rádio Clube, durante os poucos anos em que esteve no ar, nunca passou de uma simples associação, formada por amigos que lutavam por uma radiofonia eminentemente paraibana ou de um grêmio recreativo quase sem fins lucrativos, reunindo clubes de audiência no Ponto-de-Cem-Réis para sintonizar e ouvir a emissora, até que o Governador Argemiro de Figueiredo, em 1937, resolveu encampa-la, criando, em seu lugar, a Rádio Tabajara da Paraíba – a nossa PRI-4 -, que surgiu como uma verdadeira emissora de rádio, levando a sua programação às principais cidades do estado, a partir do dia 25 de janeiro de 1937.

Logo no primeiro ano, a Rádio Tabajara já era o xodó dos paraibanos. Do namoro inicial – surgido não à primeira vista, mas ao primeiro som -, logo surgiu um pedido de casamento, um noivado oficial e, logo em seguida, um pomposo casamento da emissora com o povo paraibano, relação que segue firme até hoje, cheia de amor, sem data para chegar ao fim.

Já são setenta e quatro anos de intensa convivência - com o povo gostando cada vez mais da sua rádio e com a rádio procurando, a cada dia, agradar mais ainda aos seus ouvintes, criando sempre novas atrações – os dois tudo fazendo para que o amor de ontem continue cada vez mais forte nos dias de hoje.

È bem verdade que ficaram na saudade os programas de auditório, sob o comando de Paschoal Carrilho e Jacy Cavalcanti, assim como um sem número de outras vozes que ninguém esquece, como Orlando Vasconcelos... Humberto Lucena... Fernando Milanez... José Santa Cruz... Jonildo Cavalcanti... Antonio Assunção... e tantas outras que foram registros marcantes de suas épocas. É bem verdade que já não existem mais as radio-novelas... as audições festivas da Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, no palco da emissora, como em outros tempos... os grandes shows na Lagoa, em noites que se tornaram inesquecíveis. A gente sabe que o rádio é mutante... que ele se transforma com o passar do tempo... que os astros e estrelas se revesam na continuidade do seu fascínio... que outras vozes, hoje, tão cativantes como as de ontem, já se comunicam com os paraibanos, mantendo no ar aquela mesma magia... aquele mesmo encanto de outros tempos !

A Rádio Tabajara é uma testemunha ocular da própria história da Paraíba... história que ela relata para os seus ouvintes... história que ela guarda, nos seus arquivos, da melhor maneira: captando vozes e sons... para sempre.

Tabajara... 74 anos... pronta para o futuro !




Um comentário:

  1. Fico feliz por ter contribuído com a história da radiofonia paraibana, através da PRI-4 (Rádio Tabajara), nos anos 90 e 2000. Abraço a todos que amam a Rádio Tabajara.

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