quarta-feira, 16 de março de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - março 2011



A CORRIDA QUE NÃO ACABOU


Aquele meninozinho raquítico, nascido às primeiras horas da madrugada do dia 21 de março de 1960, na Maternidade de São Paulo, filho do casal Milton da Silva e Neide Senna da Silva, tinha que ter no sangue o gosto pela velocidade. Foi seu pai quem deu de presente a Ayrton Senna da Silva, quando ele tinha apenas 4 anos de idade, o seu primeiro kart, começando, a partir daí, uma das mais brilhantes carreiras do automobilismo mundial. E foi de tanto ouvir reclamações do menino de “que seu kart era muito lento”, que seu pai, após saber que Senna já trocava as marchas do trator da fazenda sem usar a embreagem, resolveu dar-lhe um kart de verdade, aos 7 anos de idade.Aos 8 anos, já participava da sua primeira corrida num balneário em São Paulo, para pilotos de 18 a 20 anos, cujo grid de largada seria decidido por sorteio. Por ser o mais jovem, Senna foi o primeiro a retirar, de um capacete, um papel... e advinhem qual o número que ele tirou ? O número 1, naturalmente. Em sua primeira corrida, ele seria o pole-position.

A partir daí, foram sucessivas vitórias nas mais diversas catego-rias, até sua chegada à Fórmula Um, onde conseguiu se transformar num ídolo de milhões de brasileiros, conquistando o aplauso de multidões em vários países de todo o mundo.

Ayrton Senna já havia disputado 160 grandes prêmios pela Fórmula Um, tendo sido campeão em 88, 90 e 91. Mas aquele Grande Prêmio que estava por vir... o de San Marino, na Itália... no circuito de Ímola... justamente onde ele já obtivera 3 vitórias e 7 poles seguidas (um recorde, até hoje)... não estava indo muito bem. Na sexta-feira, Rubens Barrichello livrou-se da morte devido à uma camada de pneus, quando sua Jordan deslizou na entrada da chicane e decolou sobre a zebra. Por milagre, Rubinho teve apenas escoriações leves. No sábado, o piloto austríaco Roland Ratzenberger perdeu o controle do seu carro e bateu na curva Villeneuve, a 300 quilômetros por hora, vindo a falecer no hospital. Senna foi ao local do acidente, reclamando da falta de proteção. Ele e mais três pilotos se retiraram do treino em respeito a Ratzenberger. No domingo, na sétima volta do Grande Prêmio, na curva Tamburello, a barra de direção da Williams quebrou e o Brasil pôde contemplar o mais trágico e lutuoso desastre automobilístico da sua história.

Se ele estivesse vivo, estaria completando, hoje, 51 anos de idade, recebendo homenagens dos milhões de fãs em todo o mundo.

Antes mesmo de morrer, ele já havia recomendado à irmã Viviane: precisamos fazer algo pelas crianças brasileiras... precisamos diminuir as desigualdades sociais que provocam a pobreza e a fome. Foi a sua última corrida. Hoje, o Instituto Ayrton Senna protege, ensina e alimenta mais de 200 mil crianças em todo o Brasil.

Nesta corrida, Senna, sem dúvida, ainda é o grande vencedor.

Um comentário:

  1. Grande Deodato como estão tds abraços Newton, o Senador ate que enfim recebeu justiça 1 vez na vd amigo

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