quarta-feira, 19 de outubro de 2011

COMENTANDO A NOTÍCIA - outubro 2011



               


                UMA REFORMA POLÍTICA


           Como a notícia de maior destaque desta semana é a denúncia de que o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, estaria envolvido num esquema de corrupção e de desvio de verbas públicas na sua pasta, a gente logo entende que alguma coisa (ou muita coisa) não anda bem neste governo, de onde já foram afastados dos seus respectivos ministérios, por idênticos motivos, nada menos que quatro titulares, isso prá não falar em não sei quantos auxiliares de cada um deles.
                      Pelos capítulos exibidos até agora na atual novela, o final será o mesmo: ao retor-nar da sua viagem aos países africanos, a presidente mandará Orlando Silva catar fava em outro roçado, a exemplo do que já fez, em menos de um ano, com os ministros da Casa Civil, Transportes, Agricultura e Turismo, demitindo, é claro, em seguida, mais um bocado de diretores da referida pasta.
                       Prá começo de conversa, de lá mesmo de terras africanas, a presidente Dilma já determinou que Orlando Silva não mais será o interlocutor do governo nas negociações da Copa do Mundo de 2014 e na tramitação da Lei Geral do Mundial lá no Congresso, pois a partir de agora as decisões relativas ao evento ficarão centralizadas no Palácio do Planalto, sendo da chefe da nação a palavra final.
                       A meu ver, todo esse blá-blá-blá sobre esse ou aquele ministro deverá continuar, ao longo da administração Dilma Roussef, atingindo esse ou aquele titular de determinada pasta, mas sempre, prá variar, pelos mesmos motivos de todos os outros: roubalheira e corrupção.
                       Enquanto não se fizer uma reforma política de fato - não aquela feita pelos pró-prios políticos, mas uma que ausculte os anseios do povo, através de um plebiscito formal e defi-nitivo -, a coisa continuará assim, neste ou naquele governo, já que os males são preparados a partir da eleição que elege os governantes e a classe política, em todos os matizes.
                       Como venho perdendo meu voto aqui e ali, desde a eleição de Jânio Quadros, em 1961, tenho razões de sobra prá acreditar numa reforma total, partindo do próprio estilo eleitoral, instituindo-se o voto distrital e proibindo, a partir de agora, toda e qualquer coligação entre os partidos políticos, evitando, assim, o principal motivo para essa enxurrada de demissões no Governo Dilma, devido, é claro, ao excesso de companheiros que a ajudaram na campanha e que agora exigem uma contrapartida no banquete do povo.
                       A proibição de coligação entre partidos, já para as próximas eleições municipais, pode afetar sobremaneira a estratégia de todas as agremiações políticas e de seus candidatos, influindo principalmente nos resultados do quociente partidário, que determina o número de vagas de vereadores e deputados obtidas por cada partido, o que tende a melhorar sensivelmente o atual quadro.  
                       Juntando-se a tudo isso o voto distrital, que é um sistema de voto majoritário no qual um estado ou cidade é dividido em pequenos distritos com aproximadamente o mesmo número de habitantes, onde cada partido indica um  candidato por distrito e cada um deles elege um único representante pela maioria dos votos, aumentará, certamente, a fiscalização sobre os políticos, diminuirá o custo das campanhas e estimulará a redação de partidos.
                       A hora é agora para que se comece uma reforma política.
                       Antes que a gente morra de tanta vergonha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário