O GENIAL ARY BARROSO
Logo no começo deste mês de novembro, no dia 7, não existe uma
motivação mais forte para uma Crônica da Saudade do que a
lembrança da passagem da data que assinala o aniversário de nascimento de um
dos maiores compositores do Brasil, autor de músicas consagradas no país e no
exterior, que é Ary Barroso.
Em
2003, no centenário do nasscimento de Ary Barroso, a Rede STV Sesc/Senac foi a
única a produzir um documentário especial de 60 minutos sobre a vida deste brasileiro único, intitulado “O
Brasil Brasileiro de Ary Barroso”, com depoimentos de Sergio Cabral, Carminha
Mascarenhas, Carmélia Alves, Roberto Luna e a filha do homenageado, Mariúza.
Ary
Evangelista de Resende Barroso nasceu em Ubá, Minas Gerais, na Fazenda da
Barrinha, no dia 7 de novembro de 1903. Órfão de pai e mãe, ainda criança, foi
criado pela avó materna e por uma tia. Aos 12 anos, já tocava piano no cinema
de sua cidade, fazendo fundo musical para filmes mudos. Em 1920, mudou-se para
o Rio de Janeiro, onde formou-se em direito, mas foi sòmente em 1928 – durante
uma temporada que passou em Santos e em Poços de Caldas - que começou a compor
as suas primeiras produções, como “Eu vou à Penha” e “Vamos Deixar de
Intimidade”, que foram bem recebidas pelo público, já que estavam incluídas no
seu primeiro disco. Em 1930, Ary venceu o concurso carnavalesco daquele ano com
a marcha “Dá Nela”, mas foi com o samba-exaltação “Aquarela do Brasil”, em
1939, que ele se celebrizou, inovando a música popular brasileira, incorporando
ao acompanhamento células rítmicas até então só conhecidas em instrumentos de
percussão. Em cima da mesma linha patriótica, Ary Barroso compôs outras
músicas, igualmente famosas, como “Na Baixa do Sapateiro”, em 1938, “Brasil
Moreno”, em 1942, e “Terra Seca”, em 1943. Em 1944, convidado por Walt Disney,
Ary Barroso fez a música do filme “Você Já Foi à Bahia ?” e foi premiado pela
Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood.
Como
locutor e cronista esportivo, Ary Barroso fez fama na Rádio Tupi, do Rio (especialmente
por torcer abertamente pelo seu Flamengo !), tendo criado, ao longo do tempo,
vários programas, dentre eles o “Hora do Calouro” , de onde surgiram alguns dos
maiores intérpretes da música popular brasileira, como Elza Soares e tantos
outros. Recebeu a Ordem Nacional do Mérito, em 1955, como o mais patriota dos
nossos compositores em todos os tempos.
Morreu
no Rio de Janeiro, num domingo de carnaval, no dia 9 de fevereiro de 1964, após
dizer, por telefone, ao seu amigo David Nasser: Acho que vou morrer. Estão tocando as minhas músicas no rádio. Ary
Barroso virou saudade e, no aniversário do seu nascimento, as suas músicas deveriam
ser tocadas por esse Brasil a fora, homenageando, assim, quem tanto, em vida,
homenageou a nossa terra.
Esse
Brasil, sem dúvida, que dele recebeu todo o seu amor e toda a sua admiração,
através de suas composições que jamais serão esquecidas, deve reverenciá-lo hoje
e sempre.
http://www.youtube.com/watch?v=gycZSBu1yjI
http://www.youtube.com/watch?v=gycZSBu1yjI
É sempre bom conhecer a história da nossa cultura, do nosso rádio, a partir de quem a viveu intensamente.
ResponderExcluirMarcos Nicolau