segunda-feira, 7 de novembro de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - 07/11/2011


                                         
                                           O GENIAL ARY BARROSO



         Logo no começo deste mês de novembro, no dia 7, não existe uma motivação mais forte para uma Crônica da Saudade do que a lembrança da passagem da data que assinala o aniversário de nascimento de um dos maiores compositores do Brasil, autor de músicas consagradas no país e no exterior, que é Ary Barroso.
        Em 2003, no centenário do nasscimento de Ary Barroso, a Rede STV Sesc/Senac foi a única a produzir um documentário especial de 60 minutos sobre  a vida deste brasileiro único, intitulado “O Brasil Brasileiro de Ary Barroso”, com depoimentos de Sergio Cabral, Carminha Mascarenhas, Carmélia Alves, Roberto Luna e a filha do homenageado, Mariúza.
           Ary Evangelista de Resende Barroso nasceu em Ubá, Minas Gerais, na Fazenda da Barrinha, no dia 7 de novembro de 1903. Órfão de pai e mãe, ainda criança, foi criado pela avó materna e por uma tia. Aos 12 anos, já tocava piano no cinema de sua cidade, fazendo fundo musical para filmes mudos. Em 1920, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou-se em direito, mas foi sòmente em 1928 – durante uma temporada que passou em Santos e em Poços de Caldas - que começou a compor as suas primeiras produções, como “Eu vou à Penha” e “Vamos Deixar de Intimidade”, que foram bem recebidas pelo público, já que estavam incluídas no seu primeiro disco. Em 1930, Ary venceu o concurso carnavalesco daquele ano com a marcha “Dá Nela”, mas foi com o samba-exaltação “Aquarela do Brasil”, em 1939, que ele se celebrizou, inovando a música popular brasileira, incorporando ao acompanhamento células rítmicas até então só conhecidas em instrumentos de percussão. Em cima da mesma linha patriótica, Ary Barroso compôs outras músicas, igualmente famosas, como “Na Baixa do Sapateiro”, em 1938, “Brasil Moreno”, em 1942, e “Terra Seca”, em 1943. Em 1944, convidado por Walt Disney, Ary Barroso fez a música do filme “Você Já Foi à Bahia ?” e foi premiado pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood.
            Como locutor e cronista esportivo, Ary Barroso fez fama na Rádio Tupi, do Rio (especialmente por torcer abertamente pelo seu Flamengo !), tendo criado, ao longo do tempo, vários programas, dentre eles o “Hora do Calouro” , de onde surgiram alguns dos maiores intérpretes da música popular brasileira, como Elza Soares e tantos outros. Recebeu a Ordem Nacional do Mérito, em 1955, como o mais patriota dos nossos compositores em todos os tempos.
           Morreu no Rio de Janeiro, num domingo de carnaval, no dia 9 de fevereiro de 1964, após dizer, por telefone, ao seu amigo David Nasser: Acho que vou morrer. Estão tocando as minhas músicas no rádio. Ary Barroso virou saudade e, no aniversário do seu nascimento, as suas músicas deveriam ser tocadas por esse Brasil a fora, homenageando, assim, quem tanto, em vida, homenageou a nossa terra.
            Esse Brasil, sem dúvida, que dele recebeu todo o seu amor e toda a sua admiração, através de suas composições que jamais serão esquecidas, deve reverenciá-lo hoje e sempre.

             http://www.youtube.com/watch?v=gycZSBu1yjI

Um comentário:

  1. É sempre bom conhecer a história da nossa cultura, do nosso rádio, a partir de quem a viveu intensamente.
    Marcos Nicolau

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