COMENTANDO A NOTÍCIA
A notícia: A revista Veja, que circulou na última semana, divulgou que o
ex-presidente Lula, o ex-ministro do STF, Nelson Jobim, e o atual Ministro do
Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, encontraram-se, no último dia 26 de
abril, quando o assunto em pauta foi a CPI de Carlinhos Cachoeira. Na
oportunidade, Lula ofereceu proteção aos dois, exigindo, em contra-partida, o
adiamento do julgamento do “mensalão”, que só deveria acontecer depois das
eleições municipais.
MENSALÃO ? AGORA,
NÃO.
A
julgar pelo que está impresso na revista Veja
e na maioria dos
grandes jornais brasi-leiros, ao longo desta semana, esta CPMI de Carlinhos
Cachoeira, que surgiu tão de repente e com o apoio inusitado dos mais
conhecidos trambiqueiros políticos, que ora ocupam cadeiras legislativas na
Câmara dos Deputados, a gente, que já viveu mais de 70 anos (no meu caso, é
claro), não tem como duvidar de que, por trás desse repentino interesse de
mostrar ao povo como são mal aplicadas as verbas públicas, tinha algo bem maior
e que era desejado pela cúpula partidária que hoje governa o país.
Só
que ninguém desconfiava que a Cachoeira ali presente pudesse pelo menos
respin-gar no julgamento do Mensalão pelo STF.
Desde
os primeiros dias da CPMI, quando Carlinhos Cachoeira e as demais testemu-nhas convidadas
para depor, simplesmente diziam que não tinha nada a declarar, preferindo, é claro, continuar
em silêncio, está claro que a maioria dos telespectadores das principais redes
de TV, entendeu que daquela novela que estava em andamento não ia sair nada que
se apro-veitasse e o desfecho daquela confusão – todos sabiam – estava longe de
acontecer.
O
senador Demósthenes Torres até que final resolveu abrir as baterias e voltou a
falar, mas sempre procurando defender-se das acusações, como se nada existisse nos
seus encon-tros com o Cachoeira que o incriminasse e que a voz, ouvida nas
muitas gravações feitas pela polícia
federal, não era a sua.
Até
que a Veja publicou
a notícia que hoje comentamos, informando que Lula e Nelson Jobim (ex-ministro
do STF) compareceram a um encontro com o atual Ministro do Supremo Tri-bunal
Federal, Gilmar Mendes, no mês de abril, e garantiram proteção na CMPI de Cachoeira para os
magistrados, desde que, em contrapartida, o julgamento do Mensalão fosse adiado
para depois das eleições municipais.
Resultado:
enquanto Lula e Nelson Jobim negavam o encontro, Gilmar Mendes, por sua vez,
confirmava a conversa com o ex-Presidente da República e com o ex-Presidente do
STF, comentando, inclusive, os assuntos tratados, com destaque, é claro, para o
adiamento do julgamento do Mensalão, o que não irá – graças aos céus –
acontecer.
E
foi mais além: na última terça-feira, Gilmar Mendes afirmou que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva seria o chefe de uma central
de divulgação de intrigas contra
ele e que a tentativa de envolver seu nome no esquema do empresário Carlos
Augusto Ramos, o Car-linhos Cachoeira,”tem, como único objetivo, constranger
o tribunal para
melar o julgamento do
Mensalão”.
E
nós, que fazemos parte do povo brasileiro, que mais podemos fazer, a não se
espe-rar (devidamente sentados, pois em pé, cansa) que as coisas aconteçam como
devem acon-tecer: que Carlinhos Cachoeira, Demosthenes Torres e toda a turma
envolvida paguem por seus crimes, assim como os que participaram do Mensalão, a
começar pelo Lula-lá.
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