quarta-feira, 30 de maio de 2012

COMENTANDO A NOTÍCIA - 30/05/12


COMENTANDO A NOTÍCIA

A notícia: A revista Veja, que circulou na última semana, divulgou que o ex-presidente Lula, o ex-ministro do STF, Nelson Jobim, e o atual Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, encontraram-se, no último dia 26 de abril, quando o assunto em pauta foi a CPI de Carlinhos Cachoeira. Na oportunidade, Lula ofereceu proteção aos dois, exigindo, em contra-partida, o adiamento do julgamento do “mensalão”, que só deveria acontecer depois das eleições municipais.

 Nosso comentário:

              MENSALÃO ? AGORA, NÃO.

            A julgar pelo que está impresso na revista Veja e na maioria dos grandes jornais brasi-leiros, ao longo desta semana, esta CPMI de Carlinhos Cachoeira, que surgiu tão de repente e com o apoio inusitado dos mais conhecidos trambiqueiros políticos, que ora ocupam cadeiras legislativas na Câmara dos Deputados, a gente, que já viveu mais de 70 anos (no meu caso, é claro), não tem como duvidar de que, por trás desse repentino interesse de mostrar ao povo como são mal aplicadas as verbas públicas, tinha algo bem maior e que era desejado pela cúpula partidária que hoje governa o país.
            Só que ninguém desconfiava que a Cachoeira ali presente pudesse pelo menos respin-gar no julgamento do Mensalão pelo STF.
            Desde os primeiros dias da CPMI, quando Carlinhos Cachoeira e as demais testemu-nhas convidadas para depor, simplesmente diziam que não tinha nada a declarar, preferindo, é claro, continuar em silêncio, está claro que a maioria dos telespectadores das principais redes de TV, entendeu que daquela novela que estava em andamento não ia sair nada que se apro-veitasse e o desfecho daquela confusão – todos sabiam – estava longe de acontecer.
            O senador Demósthenes Torres até que final resolveu abrir as baterias e voltou a falar, mas sempre procurando defender-se das acusações, como se nada existisse nos seus encon-tros com o Cachoeira que o incriminasse e que a voz, ouvida nas muitas gravações feitas  pela polícia federal, não era a sua.
            Até que a Veja publicou a notícia que hoje comentamos, informando que Lula e Nelson Jobim (ex-ministro do STF) compareceram a um encontro com o atual Ministro do Supremo Tri-bunal Federal, Gilmar Mendes, no mês de abril, e garantiram proteção na CMPI de Cachoeira para os magistrados, desde que, em contrapartida, o julgamento do Mensalão fosse adiado para depois das eleições municipais.
            Resultado: enquanto Lula e Nelson Jobim negavam o encontro, Gilmar Mendes, por sua vez, confirmava a conversa com o ex-Presidente da República e com o ex-Presidente do STF, comentando, inclusive, os assuntos tratados, com destaque, é claro, para o adiamento do julgamento do Mensalão, o que não irá – graças aos céus – acontecer.
            E foi mais além: na última terça-feira, Gilmar Mendes afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria o chefe de uma central de divulgação de intrigas contra ele e que a tentativa de envolver seu nome no esquema do empresário Carlos Augusto Ramos, o Car-linhos Cachoeira,”tem, como único objetivo, constranger o tribunal para melar o julgamento do Mensalão”.
            E nós, que fazemos parte do povo brasileiro, que mais podemos fazer, a não se espe-rar (devidamente sentados, pois em pé, cansa) que as coisas aconteçam como devem acon-tecer: que Carlinhos Cachoeira, Demosthenes Torres e toda a turma envolvida paguem por seus crimes, assim como os que participaram do Mensalão, a começar pelo Lula-lá.    
               



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