O CENTENÁRIO DO “EU”
O poeta Augusto dos Anjos, com um único livro, editado no mês de maio de 1912, há cem anos atrás, revolucionou, sem dúvida, a maneira de fazer poesia, colocando, nos seus poemas, não apenas a perfeição da métrica e a beleza da linguagem, mas todos os mistérios e desencantos que envolvem a vida, narrados, a seu modo, em cada um dos sonetos e nas outras poesias que de tudo falam, emudecendo, às vezes, pela força do que está expresso, o nosso próprio coração.
A
publicação do livro “EU e outras poesias”,
no Rio de Janeiro, há cem anos atrás, não foi um acontecimento editorial dos
mais marcantes, mas foi, sem sombra de dúvidas, para a literatura nacional, um
fato verdadeiramente decisivo para que, em se tratando de livros poéticos, tudo
passasse a ser visto de outra maneira, a partir daque-la publicação.
Saudamos,
portanto, com o maior entusiasmo, a iniciativa da Fundação Casa de José Américo que, ao festejar os 30 anos de sua
fundação, incluiu, como centro do foco de suas atividades comemorativas, o
centenário do “EU”, programando, para
hoje, a partir das 14 horas, várias palestras e um sarau poético que reunirá
vários artistas, co-mo Oliveira de Panelas, Criselide Barros, Chico Viola,
Saulo Mendonça, Gil Holanda, Belo de Souza e Bené Siqueira.
A partir
de amanhã, a exposição Um varal poético
sobre Augusto dos Anjos estará presente na Casa de José Americo, mostrando 12 painéis com poemas de diversos
autores, como Ronaldo Cunha Lima, Eulajose Dias de Araújo, Sérgio de Castro
Pinto, Saulo Mendonça, Mauro Mota, Manoel Monteiro, Neide Medeiros Santos,
Firmino Ayres Leite e Zilma Ferreira, homenageando Augusto, além de três
poesias do própriopoeta, ilustradas pelo artista plástico Flávio Tavares.
Estarão
também em exposição livros, revistas e cordéis de diversos autores, todos
mostrando a obra do nosso poeta maior, estando em destaque, no entanto, uma
relíquia - um exemplar da primeira edição do EU -, além de um estudo crítico de Ferrei-raGullar sobre o autor e
uma revista comemorativa dos 100 anos de nascimento de Augusto dos Anjos.
Vamos
todos à Fundação Casa José Américo, logo ali, na orla do Cabo Branco, nº 3336,
para que possamos sentir de perto, mais uma vez, toda a força e beleza dos
versos de Augusto.
A sua
sombra, realmente, jamais deixará de estar aqui.
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