ETERNA RAINHA
Foi nos anos 50 que a Era do
Rádio passou a existir, realmente, em nosso país, com as maiores emissoras
radiofônicas brasileiras ditando, em todos os segmentos da nossa sociedade, as
regras da comunicação, dos modismos, de tudo aquilo que, enfim, virava sucesso
junto ao grande público, em todo o Brasil.
Emissoras
como a Rádio Nacional e a Rádio Mayrink Veiga, ambas do Rio de Janeiro, ditavam
normas, criavam concursos e transformavam em verdadeiros ídolos populares, da
noite para o dia, artistas que se apresentavam nos seus programas de auditório,
elegendo-os, através de votações populares que se realizavam todos osanos, os
novos reis e as novas rainhas do rádio, que passavam a ser reverenciados, por
seus súditos, em todo o território nacional..
Foi
Ângela Maria, uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, quem
mais ocupou o trono como Rainha do Rádio, nessas eleições populares,
tendo sido eleita pelo povo em quatro mandatos consecutivos, nos anos de 1952 a
1955, causando verdadeira euforia em toda a sua imensa legião de fãs de todo o
Brasil.
E
qual o motivo desta lembrança de Ângela quando buscamos um tema para a crônica
de hoje ? O principal motivo, sem dúvida, é que, no dia 13 deste mês de maio,
os seus milhares de fãs comemorarão, além do dia da libertação dos escravos, a
passagem de mais um aniversário da nossa sempre jovem Ângela Maria.
Abelim Maria da Cunha – este é o
seu verdadeiro nome - nasceu na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro,
no dia 13 de maio de 1928, revelando, desde menina, sua vocação para a música,
através do coro da igreja onde cantava, até os 20 anos, já que sua família não
permitia que seguisse a carreira artística. Passando a morar no Rio com a irmã,
a partir de 1948, Ângela, primeiramente, foi trabalhar como crooner no Dancing
Avenida, onde foi descoberta e levada para a Rádio Mayrink Veiga. Sua
primeira gravação – Não tenho Você – já foi um sucesso de vendas. E
vieram, logo após, as músicas que marcaram a sua carreira, como Nem Eu,
Orgulho, Lábios de Mel, Vida de Bailarina, Abandono, Babalu, Fósforo Queimado,
Garota Solitária e muitas outras igualmente inesquecíveis. Gravou mais de
50 LPs, diversos compactos e dezenas de discos em 78 rotações
O que mais nos impressiona, hoje, no entanto, é a
jovialidade da voz desta senhora cantora, que está completando 84 anos de
idade, e continua vivendo a vida como sempre viveu, levando sonhos e canções
aos corações das grandes platéias, que ainda a ouvem e não se cansam de
aplaudi-la.
Foi
o presidente Getúlio Vargas quem melhora definiu: Ela tem a voz doce e a cor
do sapoti. E foi assim, com o apelido de Sapoti, que ela passou a
ser conhecida por muitos anos.
Parabéns,
Ângela Maria - a sapoti-, nossa eterna rainha.
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