quarta-feira, 8 de agosto de 2012

COMENTANDO A NOTÍCIA - 08/08/2012



SETENTÕES

   
                Se você, todos os dias, no Brasil de hoje, decidir-se por comentar uma notícia que realmente nos interesse e que valha a pena perder o nosso precioso tempo com um único e determinado assunto, saiba que,  em meio aos julgamentos de mensalões  e outros fátos que a gente já sabe que não vão dar em nada, compensamos tudo isso quando lemos ou ouvimos que Caetano Veloso e Milton Nascimento acabam de entrar pro clube dos setentões.
            Caetano teve o seu ingresso no clube anunciado no dia de ôntem, 7 de agosto, data do seu nascimento, em 1942, lá em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, e Milton Nascimento, que também nasceu no mesmo ano, só que no dia 26 de outubro, no Rio, mas que já está pronto para assumir o seu lugar ao lado do parceiro e amigo.
                  Os dois novos setentões mal podem acreditar que continuam os mesmos de antigamente, como se o tempo não tivesse passado, já que persistem firmes em seus ideais, usando, como sempre, a inteligência e a criatividade para criar novas melodias, interpretando-as com a mesma genialidade, como se o ontem e o hoje fossem um só tempo.
                     Quem diria que aquele menino raquítico, que aprendeu a tocar violão logo cedo, em Salvador,  e ao acompanhar a sua irmã mais nova, a cantora Maria Bethânia, em suas apresentações por todo o Brasil, com o espetáculo “Opinião”, acabou gravando seu primeiro compacto -  “Cavaleiro/ Samba em Paz” -, em 1965.
                  A partir daí, já tendo feito amizade com Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé, participou de festivais e compôs trilhas sonoras de alguns filmes, gravando, em 1967, seu primeiro LP – “Domingo” -  e, no ano seguinte, lidera o movimento chamado Tropicalismo, que renovou o cenário musical brasileiro, ao gravar o disco “Tropicália ou Panis et Circenses”, ao lado de vários músicos. Em 1968, em plena ditadura militar, lança o hino “É proibido proibir” no III Festival Internacional da Canção. No ano seguinte, é preso pelo regime militar e parte para um exílio político em Londres, só retornando ao país em 1972, quando voltou à sua vida normal, tornando-se um dos artistas brasileiros mais influentes em todos os tempos.
                   Já o Bituca, o Milton Nascimento, é filho de Maria Nascimento, uma empregada doméstica muito humilde, que foi mãe solteira, mas registrou o filho e o levou para a casa dos patrões. Ao ser demitida, notou que não tinha condições de criar o garoto, tamanha era a miséria em que vivia, e o entregou à um casal para criá-lo. A mãe adotiva, Lilian Silva Campos, era professora de música, e o pai, Josino Campos, era dono de uma emissora de rádio.
                 Hoje, o talento de Milton Nascimento é reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores e compositores da música popular brasileira, sendo reverenciado também na sua terra natal, graças às músicas de sua autoria que o nosso povo jamais conseguiu esquecer.
                 Milton e Caetano... dois gênios da nossa música popular... dois setentões que recebem do povo uma merecida consagração... dois gênios que o Brasil espera festejar, algum dia, o centenário de ambos.

                                          
                                                                                                          

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