sexta-feira, 17 de agosto de 2012

COMENTANDO A NOTÍCIA - 17/08/2012



A notícia: Em 2013, os vereadores de João Pessoa vão ter um aumento de 61,6% nos seus subsídios. Os novos valores foram publicados no Semanário Oficial do Município, edição de 22 a 28 de julho. Atualmente, os vereadores recebem R$ 9.280 de subsídios. Com o novo reajuste, os que assumirem a partir de 1º de janeiro do próximo ano, passarão a ganhar R$ 15 mil. Já o presidente da Câmara perceberá R$ 19.500.
Nosso comentário:
                                              OS SALÁRIOS DOS ELEITOS
                             Toda vez que o poderes executivo ou legislativo concedem a si mesmo um aumento de salário (quase sempre bem acima daquilo que eles merecem), ocorre uma verdadeira revolta popular em todo o país e, se se tratar de uma câmara de vereadores, em todo o município, como acaba de ocorrer, agora, em João Pessoa.
                                 Por puro exagero (se houver comparação com as classes trabalhadoras de todo o Brasil), os vereadores pessoenses deixarão de ganhar, a partir de 1º de janeiro do próximo ano, 15 mil reais em vez dos ínfimos quase dez mil reais que já recebem, com direito à férias e folgas quando assim desejam. Isso sem falar no presidente da Câmara, que passará a receber quase 20 mil reais.
                           O que causa revolta no aumento de mais de 60 por cento, conseguido, deste modo, sem nenhum bate-boca e sem fazer uso do direito de greve, paralisando praticamente o país inteiro, como ocorre, agora, com milhares de funcionários federais, é a facilidade com que os eleitos decidem o percentual que será utilizado em favor de si mesmos.
                      Em 2002, ao ser eleito deputado federal, Ronaldo Cunha Lima, ante uma situação muito parecida, confidenciou ao seu assessor e amigo: já preparei um decreto, que vai ser levado à discussão na Câmara, que acabará, de uma vez por todas, com essas situações esdrúxulas que ocorrem em todo o país, com os próprios eleitos determinando quanto serão seus aumentos salariais.
                          A coisa seria o seguinte, explicou Ronaldo: todos os salários da cúpula dos governos federais, estaduais e municipais, a começar pelo Presidente da República, Governador de Estado e Prefeito de município, passando por senadores, deputados e juízes de todos os níveis, terão os seus subsídios em salários mínimos. Quer dizer: um Presidente da República passaria a perceber, mensalmente, 40 salários mínimos, um Governador, 32, um senador, 35... e assim por diante. Todos os subsídios seriam pagos em salários mínimos.
                      Com a aprovação do decreto, a Câmara e o Senado continuariam com a responsabilidade de aumentar o salário de todos, só que, para tanto, os deputados e senadores deveriam estar em consonância com o Governo Federal, já que teriam que teriam de aumentar, em primeiro lugar, o salário mínimo do trabalhador brasileiro.
                       Em outras palavras: os eleitos querem aumento salarial, pois acham que estão ganhando pouco e não podem continuar trabalhando em troca de uma miséria ?
                         Não teria problema: bastaria aumentar o salário mínimo do trabalhador.
                     Ronaldo, meses depois, disse que a proposta foi apresentada aos seus pares e, logicamente, engavetada.
                          Agora, lá no céu, só se ele falar com Deus prá resolver o problema. 

                                                                       

Nenhum comentário:

Postar um comentário