terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - 28/12/2012



O TEMPO E O VENTO


    No ano de 2005, o Brasil inteiro comemorou, mas não com o brilho e a intensidade que o acontecimento merecia, o centenário de nascimento de um dos mais conhecidos e respeitados escritores do século XX, autor de obras que ficaram para sempre integradas à história da literatura brasileira de ficção, onde poucos conseguiram se destacar nacionalmente.
     Nascido no dia 17 de dezembro 1905, Érico Lopes Veríssimo veio à luz na cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, tendo, como pais, o casal Sebastião e Abegahy. Com apenas 4 anos, o pequeno Érico quase veio a falecer, vítima de uma meningite e uma broncopneumonia intensa, escapando graças a um tratamento sério realizado em Porto Alegre. Aos 13 anos, gostava de estudar no Colégio Elementar Venâncio Aires, assistia aulas particulares com a professora Margarida Pardelhas e, nas horas vagas, ou ia ao Cinema Ideal ou ficava na Farmácia Brasileira, do seu pai, onde lia autores nacionais, como Coelho Neto, Aluisio Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Afrânio Peixoto e Afonso Arinos, além dos estrangeiros Walter Scott, Tolstoi, Eça de Queiroz, Emile Zola e Dostoievski. O jovem Veríssimo já mostrava pra que veio, destacando-se, no colégio Cruzeiro do Sul, onde estudava no internato, nas aulas de literatura, inglês, francês e no estudo da Bíblia. Depois de trabalhar no Banco do Comércio, em Cruz Alta, o nosso futuro escritor acabou como sócio da Pharmacia Central, naquela cidade, em 1926, onde, além das suas atividades como boticário, dava aulas particulares de literatura e inglês.
    Foi na revista mensal Cruz Alta em Revista, que Érico Veríssimo, mesmo a contragosto, publicou os seus primeiros contos, como Um Conto de Natal, Ladrão de Gado e a Tragédia de um Homem Gordo. A partir de 1930, passou a residir em Porto Alegre, disposto a viver dos seus escritos, tendo publicado, como diretor da Revista do Globo, sua primeira obra: Fantoches, uma coletânea de histórias na forma de peças de teatro. Foi também pela Globo que publicou, em seguida, o romance Clarissa, o ficção-científica Viagem à Aurora do Mundo e o A Volta do Gato Preto. Em 1947, começou a escrever a sua obra máxima: O Tempo e o Vento, previsto para ficar com cerca de 800 páginas, acabou ficando com quase duas mil e quinhentas páginas, sendo transformado numa trilogia, envolvendo O Retrato e O Arquipélago, considerado. uma obra-prima. Em 1971, publica o livro Incidente em Antares e, a partir de 1976, começa a escrever, sob o título Solo de Clarineta, as suas memórias, editando o primeiro volume em 1973.
     Além de tudo o que fez por nossa literatura, ainda nos deixou, dando continuidade à sua obra, o seu filho Luiz Fernando Veríssimo, um dos mais prolíferos e bem humorados escritores brasileiros, autor, dentre outras obras, do Homem Nu, O Analista de Bagé, Sexo na Cabeça, além das impagáveis aventuras do detetive Ed Mort..
      Tendo falecido, vítima de um enfarte, no dia 28 de novembro de 1975, há 29 anos exatos, impedindo-o de completar a sua autobiografia, Érico Veríssimo merece, ainda hoje, o reconhecimento e a saudade do povo brasileiro.
       O que o vento não leva, o tempo eterniza. 

       http://www.fraseseproverbios.com/frases-de-erico-verissimo.php                                                                       

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