NA BASE DO FAZ-DE-CONTA
De vez em quando, ao sentir a necessidade de um pouco de paz espiritual,
ligo a TV e, em vez de assistir aos noticiários, fico restrito aos filmes e
novelas, já que o final de cada história, por mais dramática que seja, termina
sempre do jeito que a gente quer, com
vitórias constantes da lei e da justiça, onde o bem vence o mal e os
criminosos, por mais tinhosos que sejam, acabam sempre pagando pelos crimes que
cometeram.
Logo,
no entanto, volto ao normal, já que não posso viver isolado do mundo, sem
saber, na verdade, principalmente, o que está acontecendo na minha cidade, no
meu estado e no meu país, assim como no resto do mundo em que vivo e faço força
prá continuar vivendo.
E
aí que a coisa pega.
Ao
terminar de assistir a um noticiário, na TV ou no rádio, você se sente
angustiado ante às notícias terríveis que são divulgadas, envolvendo o
aumento da criminalidade em todo o
país, assim como a diminuição do interesse dos governantes em resolver os
problemas que mais afligem as populações de cada um dos municípios
brasileiros, assim como ao povo do país, como um todo.
Com
referência à segurança pública, que é um ítem essencial na vida de todo cidadão
brasileiro e que deve ser garantida, como todo mundo sabe, pelos governantes
de todas as matizes (federal, estadual e municipal), até parece que estamos
retornando à época das cavernas, onde os homens primitivos eram obrigados a se
defender a qualquer custo, utilizando as armas que tinham em seu redor, matando
para não morrer.
Os
criminosos atacam em toda parte, com uma naturalidade nunca vista, ora
explodindo caixas eletrônicos, ora invadindo casas comerciais e restaurantes,
ora realizando assaltos em plena rua, utilizando, para tanto, muitos
adolescentes que, por serem menores de idade (abaixo de 18 anos), não podem
ser presos, mas recolhidos à casas de recuperação, de onde logo saem e voltam a
cometer os mêsmos delitos, assaltando e matando à vontade.
Como
as notícias, hoje, não ficam restritas apenas a esses crimes, ficamos irritados
e desprotegidos, do mesmo modo, já que o governo vem falhando em suas missões
mais importantes, visando beneficiar o povo que o elegeu para cuidar do
dinheiro que é de todos e que chega aos cofres públicos através de uma carga
tributária (que é uma das mais altas do mundo) arbitrariamente cobrada. A Saúde Pública como é que está ? Quem pode negar
os problemas que afligem os brasileiros que precisam recorrer a um hospital ou
ao consultório de um simples médico, através do SUS ? E as filas... o
sofrimento de todos os que necessitam de um tratamento e que ali estão, à
espera das ações de um governo que nada faz ? E os médicos... onde estão ? Por
que pretendem contratar profissionais no exterior ? E a educação, como anda ?
Quem disse que existem vagas prá quem deseja estudar ? Creches ? Alguém falou
em creches ? Onde é que o povo sofrido, que trabalha para sobreviver, pode
deixar seus filhos, a fim de garantir o emprego que, com tanta dificuldade para
consegui-lo, hoje ocupa ?
Ao
que parece, vivemos num país de faz-de-conta, onde os governantes parecem
governar, mas nada fazem.
Para
mostrar a que vieram, eles deveriam estar reunidos, independente dos partidos
políticos aos quais pertencem, e traçarem, juntos, planos definitivos (já que
todos utilizam o mesmo dinheiro do povo prá fazer-de-conta que governam), para
resolver, de uma vez por todas, os problemas de segurança pública, de educação,
de saúde e de tantos outros setores, fazendo jús, assim, ao voto popular que os
levou ao poder.
Com
um trabalho sério e voltado para o povo, talvez assim, um dia, quem sabe, a
gente pudesse voltar a assistir um noticiário de TV sem ficar com os nervos à
flor da pele, já que nas ruas, sem dúvida, a situação é bem pior, com os
marginais em carne-e-ôsso assaltando a quem desejam e assassinando ao
deus-dará, como se as vidas fossem descartadas.
Se
a coisa continuar assim, com os governantes fazendo-de-conta que trabalham, vamos
ficar em casa no dia da eleição, fazendo-de-conta que votamos.
Garanto
que alguma providência logo seria tomada, aparecendo, de alguma forma, soluções
para os nossos problemas.
Não
descartem a idéia.
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