sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CRÔNICA DA SAUDADE - 10/09/10

HISTÓRIAS DE CINEMA

Foi com Fernando Spencer, lá em Recife, que aprendi – não só pelos seus comentários abalisados no Diário de Pernambuco, mas – e principalmente – pela importância do seu acervo particular, existente na sua residência – a gostar, a admirar e, mais do que isso, a dar o devido valor à história da sétima arte.

Se dependesse de Fernando, todos os antigos cinemas do Recife ainda estariam em funcionamento e, em caso de fechamento, seus edifícios teriam de abrigar, necessariamente, instituições culturais ligadas à história cinematográfica, onde as pessoas poderiam ter acesso a um verdadeiro museu.

Na verdade, os cinemas de cada cidade fazem parte da própria história cultural das populações, que sempre viveram atreladas ao seu principal divertimento ao longo de tantos anos – até mesmo agora, em pleno século XXI, quando a TV a cabo e via satélite, além dos DVDs, trazem o cinema para dentro de nossas casas -, o cinema continua sendo uma grande atração, inclusive para as novas gerações que não deixam de freqüentar, na segurança dos shoppings, as diversas salas de projeção.

Qual o sessentão, vivido em João Pessoa, que não relembra com saudade as animadas matinais do Plaza nos anos felizes da sua infância ? E nos anos dourados da juventude, como esquecer as matinées badaladas do Cine Brasil, onde todos se reuniam, não só para assistir aos filmes, mas para namorar ? E as sessões calientes do Rex e do Municipal, onde os filmes mais comentados eram exibidos em noite de gala ? Isso prá não falar dos cinemas de bairro, como o Jaguaribe e o Metrópole, que só exibiam reprises ?

Desses cinemas citados, apenas o Municipal continua firme, mantendo, mesmo com pouca platéia, a sua programação de longa-metragens.

Todos se recordam, sem dúvida, de alguma passagem de sua vida ligada ao escurinho de um cinema, a um filme que jamais foi esquecido, a momentos felizes que ficaram para sempre em nossas existências, como num filme épico, mostrando tudo quanto de bom foi vivido.

Das manhãs felizes da infância, sorrindo e vibrando com as aventuras dos heróis mascarados na tela do Plaza, passando pelos vesperais das moças do Cine Brasil e, mais adiante, já na idade adulta, presente aos lançamentos de luxo nos salões requintados do Rex e do Municipal, lá se vão acontecimentos que marcaram uma vida inteira e que jamais serão esquecidos.

Atenção. Apaguem as luzes. Liguem os projetores. Vai começar mais uma sessão de cinema. Em cartaz, o grande filme das nossas vidas !

Oremos a Deus para que tenha um final feliz.

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