UMA
VOZ INESQUECÍVEL
Dos cantores da época de ouro do rádio – onde se incluem Francisco Al-ves,
Sílvio Caldas, Vicente Celestino, dentre outros -, nenhum conseguiu amealhar
tantos fans em tão pouco tempo de sucesso, quanto Carlos Galhardo, cuja voz,
verdadeiramente encantadora, ficou para sempre no coração dos brasileiros.
Neste
mês, quando transcorre, neste 24 de abril, o centenário do seu nasci-mento, não
podemos deixar de lembrar as grandes interpretações de Carlos Galhardo, que
nasceu Catello Carlos Guagliardi, em Buenos Aires, na Argentina, em 1913, filho
dos italianos Pedro Guagliardi e Saveria Novelli.
Dois
meses após o seu nascimento, a família mudou-se para São Paulo e, logo depois,
para o Rio de Janeiro, onde procurou acompanhar a profissão do pai, que era
alfaiate, sendo que a música, já presente em sua vida, tornou-se do jovem
cantor, que começava a aparecer, graças ao amigo e compositor Assis Valente,
que o incentivava.
Em
1935, ao gravar a valsa-canção Cortina de
Veludo, o nosso Carlos, que já havia incluído o Galhardo como sobrenome, transformou
em sucesso a composição de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago, que, ainda hoje,
tantos anos depois, ainda é reverenciada por sua beleza.
Além de gravar e fazer sucesso com muitas
músicas carnavalescas, foi com as datas festivas que Galhardo se tornou
primeiro sem segundo, gravando músicas alusivas às datas mais comemoradas no
país, como Boas Festas, no Natal, Mãezinha Querida (Dia das Mães), Papai do Meu Coração (Dia dos Pais), Tempo de Criança (Dia das Crianças), Balão do Amor (São João), Valsa dos Namorados (Dia dos Namorados),
Quarto Centenário (Aniversário de São
Paulo) e tantos outras datas foram lembradas, imortalizadas com sua voz de
ouro.
Muitas
foram as músicas que ele gravou, colocando-as, para sempre, num lugar de destaque em nossa memória, como Adeus, Amor, de Urbano Lóes, A Você, de Ataulfo Alves, A pequenina cruz do teu rosário, de
Fernando Wayne, Bodas de Prata, de
Roberto Mar-tins e Mário Rossi, Cortina
de Veludo, de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago, Devolve, de Mário Lago, ...E
o destino desfolhou, de Gastão Lamounier e Mário Rossi, Fascinação, de Armando Louzada, Linda Borboleta, de João de Barro e
Alberto Ribeiro, Mais uma valsa... mais
uma sau-dade, de José Maria de Abreu e Lamartine Babo, Rosa de Maio, de Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy, Saudades de Matão, de Jorge Gallati e
Raul Torres, e muitos outros sucessos, que ficaram eternamente gravador em
nosso coração.
Ao
todo, Carlos Galhardo gravou 570 músicas, sendo um dos cantores que mais gravou
em nosso país, afora Francisco Alves.
No
dia 25 de julho de 1985, em São Paulo, veio a falecer, deixando, a partir daí,
em todos nós, especialmente naqueles que ouviram ao vivo a sua voz, uma saudade
que, ao que parece, ficará para sempre em nossa memória.
Agora
mesmo, Carlos Galhardo está aqui, como sempre esteve em todo país, através da
sua voz, cantando e encantando a todos.
Uma
saudade dessas não tem limites.