sexta-feira, 5 de abril de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - 05/04/2013


                                                                         


                                           O ADEUS DE PAVAROTTI

                    Existem vozes humanas que marcaram uma época, como já aconteceu com inúmeras outras que ficaram para sempre em nossas vidas, a maioria delas presentes na música erudita, que é o caminho natural dos grandes intérpretes de todos os tempos, como é o caso de Luciano Pavarotti, que foi o tenor dominante na segunda metade do século XX.
                      Nascido em Módena, na Itália, no dia 12 de outubro de 1935, Luciano continuava continuava cantando como nunca, após mais de sessenta anos de vida, interpretando, melhor que ninguém, as grandes páginas da musica universal, como La Bohéme, de Verdi, Tosca, de Puccini e tantas outras, além das belas e incomparáveis canções napolitanas que só ele conseguia leva-las ao extremo da mais completa fascinação.
                  Foi no dia 29 de abril de 1961 que o nosso mais completo tenor se apresentou no Teatro Massimo, de Palermo, num concerto tão memorável que lhe abriu as portas para suas primeiras aparições internacionais, como em Amsterdam, Viena, Zurich e Londres, em 1963. Foi com a ópera La Bohéme, de Verdi, a mesma tantas vezes apresentada no Teatro Scala, de Milão, que Luciano mostrou todo o seu poder de interpretação em San Francisco e Nova York, nos Estados Unidos, conquistando o coração de milhares de admiradores americanos e, a partir daí, em quase todos os países do mundo, inclusive no Brasil.
                    Em 1968, veio a consagração, dando vida ao Rodolfo, da ópera La Bohéme, no Metropolitan Ópera House, de Nova York, convertendo-se, a partir daí, no mais conhecido e aplaudido tenor, desde Caruso.
                      Juntamente com os amigos José Carreras e Plácido Domingos, outros excelentes tenores, Luciano realizou grandiosos concertos em Roma, no ano de 1991, e em Los Angeles, em 1994 .
                 No auge da fama, ele surpreendeu aos seus milhões de admiradores em todo mundo, anun-ciando, durante sua interpretação da Tosca, no dia 27 de março de 2004, no Metropolitan House, de Nova York, que aquela seria a sua última apresentação em público e que deixaria de cantar definitivamente no dia 12 de outubro de 2005, ao comemorar os seus 70 anos de vida, como realmente aconteceu.
                 -        De todos os palcos, tinha que ser neste: chegou a hora – disse o tenor, com uma certa tristeza naquela voz que tanto empolgou multidões em todo o mundo.
                As milhares de pessoas presentes ficaram em silêncio, ali, na platéia, por muito tempo, como se a música tivesse deixado de existir.
                 No dia 6 de setembro de 2007, ele morreu em sua casa, em Módena, devido a um câncer no pâncreas, aos 71 anos. 
                   A partir daí, só restou a saudade, realmente, para todos nós, através da sua voz, eternizada nas muitas gravações que fazem reacender as lembranças que passaram a morar para sempre em nossos corações.

                                  http://www.youtube.com/watch?v=m1TxwmS2ED4

Um comentário:

  1. Viva Cavaradossi, Rodolfo, Otelo, Calaf, entre outros milhões de lindos personagens interpretados. Uma pena Ópera não ser popular no Brasil, que tem ainda, Carlos Gomes como grande compositor de vanguarda. Lindo texto Deodato. Abraços.

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