AS AVENTURAS DO FLAMA
No início dos anos sessenta, como
Diretor Artístico da antiga Rádio Borborema de Campina Grande, tinha, dentre
outras responsabilidades que o cargo exigia, o cuidado de manter a programação
da emissora dentro de um determinado nível de audiência, que era o que
determinava, sem dúvida, o sucesso das suas grandes promoções em todas as
áreas, envolvendo jornalismo, futebol, show artístico e novela radiofônica.
Em
se tratando de audiência, as novelas das quatro (no “Vesperal das Moças”) e das
oito (no chamado horário nobre) davam um verdadeiro show, com quase a
totalidade dos ouvintes da região em sintonia com a famosa ZYO-7.
Numa
das pesquisas realizadas, à época, a Rádio Jornal do Comércio do Recife, com
suas ondas curtas e médias (“Pernambuco falando para o mundo”), apareceu com
um excelente nível de audiência, graças a um novo seriado radiofônico,
produzido no Rio, denominado “Jerônimo, o Heroi do Sertão”, e que estava sendo
transmitido naquele horário.
Para
recuperar a audiência do horário, não existia outra saída: os primeiros
capítulos de “As Aventuras do Flama” logo foram escritos, começaram a ser
ensaiados e, em pouco tempo, foram levados ao ar, de segunda à sexta-feira, às
13.00 horas, alcançando, inesperadamente, um sucesso sem precedentes em toda a cidade.
Aquela
atração, no entanto, lançada, assim, tão de repente, transformou-se, da noite
para o dia, num estrondoso show de audiência, não se falando em outra coisa em
toda parte, senão nas aventuras do Flama (cujo personagem era vivido por mim
mesmo) e de toda a sua turma, envolvendo o seu inseparável amigo Zico (interpretado
por Benjamim Bley), a sua noiva Eliana (Edileusa Siqueira), o engraçado Bolão
(Valmir Chaves), o comissário Laurence (Ezequias Bernardo) e toda uma terrível
e ameaçadora corja de super-vilões.
O
sucesso do herói era tão grande, à época, que foi criado o “Clube do Agente
Secreto do Flama”, com a distribuição de milhares de carteirinhas, que identificavam
cada um dos agentes, facilitando o seu acesso gratuito ao auditório da Rádio
Borborema, aos sábados, à tarde, quando eram realizadas as famosas reuniões,
com a participação de todo o elenco e farta distribuição de brindes com os
presentes.
Como
a editora Globo, à época, resolveu publicar a revista “Jerônimo, o Heroi do
Sertão”, em quadrinhos, resolvi não dar por menos e comecei a desenhar uma
revista similar, com novas aventuras do Flama, cujos clichês foram
confeccionados no Diário da Borborema, jornal da mesma empresa, tendo a
impressão sido feita na Gráfica Júlio Costa, instalada num prédio vizinho.
Imaginem
a alegria e o entusiasmo da garotada, que ouviam, diariamente, as aventuras do
seu herói, tendo, agora, às mãos, uma revista em quadrinhos, com desenhos e
comentários sobre tudo o que acontecia no seriado radiofônico !
E
foi assim, “sem querer, querendo”, que “As
Aventuras do Flama” se transformaram no primeiro seriado radiofônico da
Paraíba e o gibi do herói passou prá
história da nossa imprensa como a primeira revista-em-quadrinhos publicada no norte
e nordeste do Brasil.
Tudo
aquilo que se faz com amor e emoção tem tudo para se perpetuar em nossas vidas,
marcando momentos e definindo caminhos.
Clique e ouça um episódio do Flama:
http://manneh.podomatic.com/entry/2010-08-07T16_30_03-07_00
Clique e ouça um episódio do Flama:
http://manneh.podomatic.com/entry/2010-08-07T16_30_03-07_00
Prezado Deodato,
ResponderExcluirSinceramente, estou feliz em ler a sua crônica, que, por sinal, vai ajudar-me no trabalho que estou desenvolvendo.
Fico feliz, repito, de tê-lo conhecido, trabalhado com você e aprendido muito. Devo-lhe muito querido amigo. Sabe o que mais me gratifica quando falo sobre os amigos que tive na época da Borborema e Caturité? Falar bem todos, especialmente do amigo, com quem formamos uma super equipe na Caturité, na época do saudoso José Stênio Lopes e, logo após, o querido José Cursino de Siqueira. Com a sua inteligência foi possível dar um calor tremendo na concorrência. Não foi?
Um forte abraço do amigo e irmão,
Gilson Souto Maior
Fiquei feliz pela oportunidade de ouvir esta gravação e conhecer este trabalho tão envolvente e bem executado. O sucesso com certeza foi inevitável. Parabéns Deodato!
ResponderExcluirSr. Deodato, sou um dos criadores do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, que pode ser acessado pelo www.cgretalhos.blogspot.com , gostaria de convidá-lo a dividir suas grandes histórias com nossos leitores. Queríamos a permissão de reproduzir essa sua narrativa.
ResponderExcluirParabéns pelo blog
Adriano