quarta-feira, 25 de maio de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - 25/05/2011


UM SAMBA DIFERENTE

No ano de 1999, ao chegar ao Rio de Janeiro, fui informado por amigos, que sabiam da minha admiração por Ataulfo Alves, dos show que estavam sendo realizados no Centro Cultural Banco do Brasil, comemorando os 90 anos de nascimento de um dos maiores sambistas da nossa terra. Á época, foram realizados quatro shows, dos quais só assisti ao último deles – Na Cadência do Samba -, que contou com as presenças de Elza Soares e Roberto Silva, que deram conta do recado e receberam os aplausos entusiasmados da platéia.

Foi com esse título – Na Cadência do Samba – que mantive vários programas no ar, nas diversas emissoras de rádio por onde andei, sempre homenageando a música de Ataulfo... os seus sucessos... aqueles sambas com um gingado diferente que só ele sabia fazer... e que ficaram para sempre na história da nossa música popular.

Nascido na Fazenda Cachoeira, no município de Mirai, na Zona da Mata de Minas Gerais, no dia 2 de maio de 1909, Ataulfo Alves de Sousa era filho de Severino de Sousa e Matilde de Jesús, sendo que o pai – que tinha o apelido de Capitão sem nunca ter sido militar – era um repentista, tocador de viola e de sanfona, bastante conhecido em toda a região. Aos oito anos, Ataulfo já gostava de improvisar com o pai, até que o perdeu para sempre, dois anos depois. Para ajudar a mãe no sustento da casa e dos seus seis irmãos, o menino Ataulfo foi leiteiro, condutor de bois, carregador de malas, menino de recados, entregador de marmitas, engraxate e tudo o que aparecesse pela frente. Em 1937, apenas com 18 anos, transferiu-se para o Rio, acompanhando um médico, amigo da família, passando a morar em Rio Comprido, onde passou a freqüentar rodas de samba. Quando trabalhava, como prático de farmácia, na Drogaria do Povo, teve tempo pra organizar um grupo musical, onde tocava violão, cavaquinho ou bandolim. Foi quando Maria do Carmo, amiga das filhas do seu patrão, que vivia dizendo que um dia seria uma grande artista. Ataulfo achava graça com aquela história. Só que, mais tarde, aquela Maria seria conhecida internacionalmente com o nome de Carmen Miranda. Mais tarde, os dois voltariam a se encontrar na RCA Victor e Carmen gravou, de Ataulfo, Tempo Perdido. Em 1935, gravou seu primeiro sucesso: Saudades do Meu Barracão, com Floriano Belham, vindo, em seguida, Menina que Pinta o Sete, com o Bando da Lua. Em 1937, Carlos Galhardo gravou, pela Odeon, a valsa A Você, assim como o samba-canção Quanta Tristeza, uma consagração. Nos anos 40 e 50, Ataulfo foi um dos mais talentosos compositores, criando jóias como Leva Meu Samba, Ai, que Saudades da Amélia, Atire a Primeira Pedra, Nunca Mais, Infidelidade, Vida da Minha Vida, Errei Sim, Pois É, Atire a Primeira Pedra, Leva meu Samba, Meus Tempos de Criança, Vai, Vai Mesmo, Na Cadência do Samba, Laranja Madura e muitas outras composições que ninguém esquece.

Ao falecer, no dia 20 de abril de 1969, no Rio de Janeiro que tanto amava, vítima de uma úlcera no duodeno que o acompanhou por quase 20 anos, Ataulfo Alves, o menino de Mirai, deixou a música brasileira mais pobre e o nosso principal ritmo perdeu um pouco daquele balanço que só mesmo ele sabia como colocar.

Foi a partir dai que o nosso samba tomou conta do céu.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - 18/05/2011



SAUDADES DO CABOCLINHO

A nossa vida é toda feita de recordações. Ao longo da existência, a gente vai guardando, na memória, no dia-a-dia de todos nós, as lembranças mais queridas – justamente aquelas que envolvem as pessoas que mais admiramos e que, por isso mesmo, resolvemos torna-las inesquecíveis. É como se a gente consultasse, à cada semana, para escrever uma crônica, por exemplo, um calendário especial... diferente desses que servem apenas para assinalar os meses e os dias... um calendário da saudade, onde anotamos, com as nossas mais puras emoções, os nomes daquelas pessoas que, de um modo ou de outro, marcaram as nossas existências.

Nos meus tempos de serenata lá em Campina Grande, nos anos 60, no alvorecer da juventude, quando o Clube do Bacurau ainda funcionava todos os fins-de-semana, tive a honra e o prazer de levar, depois do show realizado no auditório da Rádio Borborema, o velho Sílvio Caldas – o maior seresteiro de todos os tempos – para cantar, à luz da lua e ao som do violão de Antonio Emiliano, Carinhoso, de Pixinguinha, ao término do qual dezenas de pessoas despertaram na madrugada para aplaudi-lo.

Foi num dia 23 de maio do ano de 1908 que nasceu, numa casa modesta do bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, o menino Sílvio Narciso de Figueiredo Caldas, filho do afinador de pianos Antonio e de dona Alcina Figueiredo Caldas. Antes de ser cantor, foi mecânico da Companhia Telefônica e motorista e, mesmo quando já estava contratado como artista da Rádio Mayrink Veiga, ainda continuou por muito tempo consertando caminhões. Em 1930, gravou, pela primeira vez, na RCA Victor, com o samba Amoroso, de sua autoria. Logo em seguida, no mesmo ano, gravou a canção Recordar é Viver e o samba-canção Amor de Poeta, ambas de autoria de Sinhô. Foi neste ano ainda que cantou Faceira, de Ary Barroso, que também começava sua carreira, tornando-se seu primeiro grande sucesso. Em 30, Sílvio lançou 19 discos pela Victor, contendo, ao todo, 32 músicas.

No ano seguinte, lançou várias marchinhas para o carnaval e um dos seus grandes sucessos nacionais, que foi o samba-canção Maria, de Ary Barroso e Luiz Peixoto, gravando, em 1933, um dos clássicos da música popular brasileira: a valsa Mimi, do seu amigo Uriel Lourival. E vieram, em seguida, sucessos inesquecíveis, como Serenata, Boneca, Telefone do Amor, Por Causa Dessa Cabocla, Favela dos Meus Amores, Madrugada, Saudades Dela, As Pastorinhas, Sorris da Minha Dor, Chão de Estrelas, Deusa da Minha Rua, A Cor do Pecado, Maria, No Rancho Fundo, Morena Boca de Ouro, Três Lágrimas, Aquarela do Brasil, Na Baixa do Sapateiro, Suburbana, Minha Casa, Boa Noite Amor, Torturante Ironia, Favela, Serra da Boa Esperança e centenas de outras músicas que ficaram em nossas vidas. Em 1978, gravou seu último show ao vivo, no Canecão, ao lado de Pedro Vargas. Em 1989, participou do último espetáculo montado em sua homenagem, no Teatro João Caetano.

No dia 3 de fevereiro de 1998, aos 90 anos, Silvio Caldas, o Caboclinho Querido, faleceu no seu sítio em Atibaia, em São Paulo, onde viveu os últimos 40 anos de sua vida, Sílvio disse adeus ao nosso mundo e foi fazer, com certeza, lá no céu, à luz das estrelas - e bem pertinho delas - as mais belas serenatas de que se tem notícia.

sábado, 14 de maio de 2011

O CONTO DO MÊS - maio 2011







A botija

Quando olhava pra mulher do padrinho, não tinha jeito: sentia aquele estremecimento, que o percorria de cima a baixo, e ficava ali, de queixo caido, olhos fixos nas belas e bem torneadas pernas da dona Toinha, ainda fogosa nos seus quarenta anos, e que fazia questão de mostra-las, remexendo-se, de vez em quando, dentro da rede armada do alpendre, abrindo e fechando as coxas, no que dava para ver até a cor da calcinha.

- Ah, a Toinha... - dizia, de si para si, enquanto conversava com Pedro, seu padrinho, que não se cansava de fazer perguntas a respeito da sua vida e dos seus negócios.

A curiosidade era natural. Afinal, saira dali, de um pequeno sítio vizinho ao de Pedro, há cerca de quinze anos (menino ainda, um frangote quase imberbe, com dezesseis anos), e se mandara para São Paulo. Já àquela época, mas mantendo, contudo, todo o respeito, o Paulinho não tirava os olhos dos bonitos seios de dona Toinha que, de tão grandes e carnudos, pareciam querer, a todo instante, saltar pra fora do decote.

- Paulinho, você precisa tomar cuidado. Pra quem sempre viveu num sítio, a coisa fica mais difícil ainda. Dizem que São Paulo é uma cidade grande demais.

- Pode ficar tranquila, madrinha. Eu vou tomar cuidado e um dia voltarei aqui.

O olhar que a comadre lançou sobre o afilhado naquele instante de despedida, não foi, certamen-te, o mesmo de uma mãe que se despede do filho, tanto assim que o Paulinho o guardou para sempre. Ali-ás, foi da dona Toinha que levára, dali, daquele pequeno sítio perdido no interior da Paraíba, as melhores recordações. Como esquecer as noites em que, na ausência dos pais e ficando aos cuidados dos padrinhos, adormêcera em seu colo, com ela a alisar-lhe suavemente os cabelos ? E os banhos no riacho, quando, es-condido atrás de uma moita, observava a madrinha, completamente nua, saindo das águas para deitar-se na relva, recebendo, por todo corpo, os primeiros raios de sol daquelas manhãs de verão ? E que dizer daquele dia em que, dando a entender que o vira escondido, mostrara-se mais ainda, alisando os seios e a vagina, como se a descoberta tivesse aumentado o prazer de expôr-se ?

E foi assim - com a imagem da dona Toinha na retina - que o Paulinho viajou para São Paulo, em busca de emprego, despedindo-se dos pais e dos padrinhos.

Valeu o sacrifício de percorrer, quase todos os dias, cerca de quinze quilômetros, montado na garupa de um jerico - saindo de casa, muitas vezes, antes do alvorecer ( bem depois, é claro, de dar uma espiada no banho da madrinha), para chegar na hora à escola, que ficava na cidadezinha mais próxima. Com o primeiro grau completo e mais suas habilidades como marceneiro, isso sem falar numa boa dose de sorte, Paulinho arranjou emprego numa grande fábrica de móveis, ganhou a confiança de todos, tornou-se Presidente da empresa e, com a morte do dono, um viúvo sem filhos, que o adotára como único herdeiro, abocanhou uma verdadeira fortuna. Mandou buscar os pais que, já velhinhos, vieram a falecer cinco anos depois, embora morassem, com todo o conforto, numa majestosa mansão no Sumaré.

Realizado na vida, desfrutando de tudo o que o dinheiro podia oferecer, não tinha porque lembrar-se da dona Toinha. Mas lembrou-se. E as imagens da juventude não lhe saiam mais da cabeça. Até que resolveu voltar ao pequeno sítio.

- Nunca pensei que meu afilhado chegasse de volta do sul, rico e famoso, dirigindo um carrão desses ! - disse o Pedro, abraçando com força o Paulinho.

- Rico, famoso e mais bonito ! - acrescentou dona Toinha, beijando-lhe o rosto.

A partir daí, foram longas conversas no alpendre, onde Paulinho contou tudo sobre sua vida e ficou sabendo dos apertos do padrinho, que tivera de hipotecar o sítio para saldar dívidas

de banco, e agora não tinha vinte mil reais para retirar a hipoteca.

Pra ele, não seria difícil emprestar o dinheiro ao padrinho. Só que o Pedro era um típico pequeno agricultor do interior. Nada de ajuda em troca de nada. Nada de receber qualquer coisa sem nada a pagar. Para o Paulinho, o que viria em troca seria dona Toinha. Coisa que o padrinho jamais aceitaria. Estava criado o impasse. Tinha os vinte mil reais e queria da-los de mão beijada. Só que o Pedro não os aceitaria. E se a compra incluisse a mulher, seria capaz de expulsar o afilhado de casa na base da peixeira.

E o que é pior: consciente de que o Paulinho não era mais nenhuma criança - e notando, sem dúvida, o alvoroço da dona Toinha com sua visita -, o Pedro tratou de tomar as suas providências, e não largava os dois sozinhos por um minuto sequer.

Só que o Paulinho não dispunha de muito tempo. Resolvêra alguns negócios em João Pessoa e, na sexta-feira, viajára ao interior do Estado, pensando em encerrar tudo até domingo. Só que o primeiro dia já estava começando, com ele, Pedro e dona Toinha, tomando o café da manhã, ali, no alpendre, vendo o sol nascer.

Foi quando o padrinho falou:

- Voltei a sonhar com a botija.

A botija ! Desde seus tempos de menino que o Paulinho ouvia a história daquele sonho. Uma botija das grandes, enterrada em baixo do umbuzeiro, lá na beira do riacho. De vez em quando, especialmente quando se encontrava em dificuldades financeiras, o Pedro voltava a sonhar com a botija.

- Terei que ir sozinho, à meia-noite. O dinheiro tá lá. Muito dinheiro !

- E por que não vai até lá e arranca de vez essa botija ? - incentivou Paulinho.

- O dinheiro ia chegar numa boa hora - acrescentou dona Toinha.

- Vamos lá, padrinho. De que tem medo ? - desafiou o afilhado.

Pedro pensou por um momento e, batendo com a mão direita no peito, decidiu:

- Eu vou lá hoje à noite. Vou acabar de vez com essa história !

Por volta das nove horas, o Paulinho saiu de carro, dizendo que ia à cidade, e parou ali perto, num trecho da pequena estrada que desce pro riacho. Abriu a mala do carro, de onde retirou pás e picaretas, além de duas bolsas de couro, nas quais colocou certas quantidades de dinheiro, em notas de cem. Conduzindo uma das bolsas, além dos instrumentos agrícolas, seguiu em direção ao velho umbuzeiro.

Faltando dez minutos para meia-noite, Pedro, conduzindo uma enxada e uma pá, saiu de casa, dizendo:

- Vou arrancar a botija.

Assim que o Pedro se perdeu na escuridão, dona Toinha deixou-se cair na rede, bem à vontade, abrindo mais ainda as belíssimas coxas que deus lhe deu, e lamentou:

- Ele deve voltar logo.

- Acho que não. Essas botijas sempre são difícieis de ser encontradas. Especialmente esta.

Paulinho foi se aproximando da rede e dona Toinha, estendendo as mãos, com os olhos acesos pelo desejo, fez o convite:

- Vem !

Ali mesmo, na rede, e depois rolando pelo chão, como loucos, os dois se amaram apaixonadamente, como se quisessem, naqueles minutos que se escoavam, recuperar todo o tempo perdido, ao longo dos anos.

Quando ainda tentavam recuperar as forças, estendidos na cama, ouviram a voz de Pedro, ao longe:

- Toinha ! Paulinho ! Achei a botija !

Vestiram-se rapidamente, pentearam-se e voltaram ao alpendre, justo no instante em que Pedro jogava o monte de dinheiro dentro de um balaio.

- Tá aqui o dinheiro, mulher ! A botija era verdadeira ! Vamos pagar a hipoteca !

Às primeiras horas da manhã, o Paulinho se foi. E Pedro, ninguém sabe porquê, jamais parou para pensar como é que naquela botija tinha exatamente os vinte mil reais que ele tanto precisava para pagar a hipoteca.

Houve quem estranhasse:

- Botija com dinheiro de hoje ? Em real ?

Mas ficou por isso mesmo.

Só que a botija maior estava por vir.

Pedro vendeu o sítio e foi para São Paulo, a convite do afilhado, para tomar conta de uma granja, onde ele e dona Toinha passaram a viver.

Com direito à visitas semanais do Paulinho.

E sem mais sonhos com botijas.

Sem mais nada.


segunda-feira, 9 de maio de 2011

CRÔNICA DA SAUDADE - 09/05/2011



A ETERNA RAINHA DO RÁDIO

Foi nos anos 50 que a Era do Rádio passou a existir, realmente, em nosso país, com as maiores emissoras radiofônicas brasileiras ditando, em todos os segmentos da nossa sociedade, as regras da comunicação, dos modismos, de tudo aquilo que, enfim, virava sucesso junto ao grande público em todo o Brasil.

Emissoras como a Rádio Nacional e a Rádio Mayrink Veiga, ambas do Rio de Janeiro, ditavam normas, criavam concursos e transformavam em verdadeiros ídolos populares, da noite para o dia, artistas que se apresentavam nos seus programas de auditório, elegendo-os, através de votações populares que se realizavam todos os anos, os novos reis e as novas rainhas do rádio, que passavam a ser reverenciados, por seus súditos, em todo o território nacional.

Foi Ângela Maria, uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, quem mais ocupou o trono como Rainha do Rádio, nessas eleições populares, tendo sido eleita pelo povo em quatro mandatos consecutivos, nos anos de 1952 a 1955, causando verdadeira euforia em toda a sua imensa legião de fãs de todo o Brasil.

E qual o motivo desta lembrança de Ângela quando buscamos um tema para a crônica de hoje ? O principal motivo, sem dúvida, é que, na próxima sexta-feira, dia 13, os seus milhares de fãs comemorarão a passagem de mais um aniversário da nossa sempre jovem Ângela Maria. Abelim Maria da Cunha – este é o seu verdadeiro nome - nasceu na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1928, revelando, desde menina, sua vocação para a música, através dos coro da igreja onde cantava, até os 20 anos, já que sua família não permitia que seguisse a carreira artística. Passando a morar no Rio com a irmã, a partir de 1948, Ângela, primeiramente, foi trabalhar como crooner no Dancing Avenida, onde foi descoberta e levada para a Rádio Mayrink Veiga. Sua primeira gravação – Não tenho Você – já foi um sucesso de vendas. E vieram, logo após, as músicas que marcaram a sua carreira, como Nem Eu, Orgulho, Lábios de Mel, Vida de Bailarina, Abandono, Babalu, Fósforo Queimado, Garota Solitária e muitas outras igualmente inesquecíveis. Gravou mais de 50 LPs, diversos compactos e dezenas de discos em 78 rotações

O que mais nos impressiona, hoje, no entanto, é a jovialidade da voz desta senhora cantora, que acaba de completar 83 anos de idade, e continua vivendo a vida como sempre viveu, levando sonhos e canções aos corações das grandes platéias, que ainda a ouvem e não se cansam de aplaudi-la.

Foi o presidente Getúlio Vargas quem melhor a definiu: Ela tem a voz doce e a cor do sapoti. E foi assim, com o apelido de Sapoti, que ela passou a ser conhecida por muitos anos.

Parabéns, Ângela Maria - a sapoti -, nossa eterna rainha