terça-feira, 31 de dezembro de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 31/12/2013




                                                                         


                           ANO VAI... ANO VEM
                                                                                 
                                   Se não existisse um calendário para nos guiar ao longo da passagem do tempo, dividindo as nossas vidas em anos vividos, cada um deles com 12 meses e com cerca de 365 dias, sendo que, à cada 24 horas, mais uma madrugada  começa a aparecer, iluminando a escuridão de uma noite que chega ao fim, está claro que viveriámos muito mais perdidos do que por vezes nos encontramos neste nosso planeta terra.
                                   Antes do imperador Júlio Cesar, lá em Roma, com a ajuda do astrônomo Sosígenes, criar o calendário dito juliano, que hoje é utilizado por todos nós, os romanos tinham meses lunares, que começavam à cada lua nova (imaginem a confusão se ainda existisse nos tempos de hoje !).
                                   Com o ano solar, que envolve um ciclo de estações (primavera, verão, outono e inverno), tudo ficou bem mais prático, sendo que, a cada quatro anos, as horas extras acumuladas devem ser reunidas no dia 29 de fevereiro, formando-se um ano bissexto, com 366 dias.
                                   Ao término do dia de hoje, portanto, estaremos transformando em lembranças (agradáveis ou não) tudo o que vivemos em 2013 e começamos a nos preparar para enfrentar o que teremos pela frente em 2014.
                                   Por mais que a gente tenha acontecimentos trístes a lamentar a cada ano, não temos como esconder, no entanto, todos os alegres momentos vividos, cujas lembranças haverão de ficar para sempre em nossas vidas, impulsionando-nos a continuar em frente.
                                   As tristezas, normalmente, são advindas do falecimento das muitas pessoas que amamos, não só pelos laços familiares que nos unem, como, também, pela admiração que cada um deles conseguiu despertar em cada um de nós, como é o caso das muitas perdas que não podemos deixar de lamentar ao longo do ano que hoje termina, como é o caso de Adalgisa Colombo (uma das mais belas jovens eleitas como miss Brasil da nossa história), Walmor Chagas, Norma Bengell e Jorge Dória (alguns dos melhores atores e atrizes da nossa TV), Emílio Santiago, Paulinho Tapajós, Dominguinhos e Reginaldo Rossi, (Intérpretes consagrados da nossa música popular), Gilmar e Nilton Santos (dois craques do nosso futebol) e, na área política-administrativa, meu amigo Dorgival Terceiro Neto, e outras figuras marcantes, como Margareth Teatcher e Nelson Mandela, que tanto fizeram, cada um a seu modo, em favor da humanidade.
                                   A cada ano, portanto, não temos como evitar o repeteco de sempre, com alegrias e tristezas e, o que é pior e mais marcante, com desilusões que nos fazem desacreditar no mundo que estamos  construindo a cada dia, como é o caso (que nos fala mais de perto) do Brasil de hoje, quando tanto dependemos dos políticos e administradores, que são eleitos (por incrível que pareça) – única e exclusivamente, com a força do nosso voto.
                                   É 2013 que vai... é 2014 que vem.
                                 Vamos esperar que o ano que está por vir nos traga muito mais felicidade e confiança, enchendo de alegria o coração de todos os brasileiros.

                                  
                                    
                                   

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 20/12/2013




                                                                               



                                        O REI DO BREGA


Nascido na cidade do Recife no dia 14 de fevereiro de 1944, Regi-naldo Rodrigues dos Santos teve uma infância como qualquer outra criança pertencente à classe média, mas soube viver com alaegria todos esses momentos da sua vida, dedicando-se, quando jovem, aos estudos, quando graduou-se em engenharia civil e, por quatro anos, foi professor de física e matemática.

Fanático pelos Beatles, Reginaldo, ao notar que recebia muitos aplausos ao cantar sucessos do rock, logo abandonou tudo o que fazia antes para se dedicar à carreira artística, apresentando-se nas boates penambucanas, iniciando, contudo, verdadeiramente, a sua carreira artística, em 1964, integrando-se à Jovem Guarda com imitações de Roberto Carlos.

Quando comandava o grupo The Silver Jets, Reginaldo passou a ser o primeiro cantor de rock do Nordeste, fáto de que muito se orgulhava.

Com mais de trezentas composições gravadas e fazendo, em média, 25 shows por mês, em todo o Brasil, Reginaldo Rossi tornou-se, realmente, o rei do brega, quando assumiu, em definitivo, o seu estilo de cantar, lançando, em todo o país, sucessos inesquecíveis, como Se Meu Amor Não Chegar, Garçom, A Raposa e as Uvas, O Pão, Deixa de Banca, Tô Doidão, Mon Amour, meu bem, ma femme e tantos outros que ficaram para sempre na lembrança dos seus fâs.

Na madrugada de hoje - neste 20 de dezembro de 2013 - Reginaldo, aos 69 anos (completaria 70 anos em fevereiro), depois de lutar heroicamente contra um câncer no pulmão, faleceu no Hospital São José, no Recife, onde estava inter-nado internado desde o dia 27 de novembro, deixando viúva Celeide Rossi e órfão o seu único filho, Roberto.

Em sua vida, toda feita de sucessos, deixou centenas de músicas gravadas, tendo recbido, ao longo da sua carreira, 14 discos de ouro, 2 discos de platina, 1 disco de platina duplo e 1 discos de diamante.

Por muito tempo ainda, o rei do brega será reverenciado por toda a sua imensa legião de fãs.

Reginaldo Rossi, com seu jeito especial de cantar, ainda vai ficar por muito tempo em nossos corações.


http://letras.mus.br/reginaldo-rossi/48346/

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - 27/11/2013




                                                                             


UMA ESTRELA BRILHANTE

Nilton dos Reis Santos, como foi batizado, ao nascer, no Rio, no dia 16 de maio de 1925, na Ilha do Governador, onde vivia e, sendo o mais velho de sete filhos, ajudava o pai a pescar, função que era o sustento da família.
As remadas no barco do pai lhe davam fôlego para as peladas da tarde, já que o nosso Nilton participava do time dos garotos da rua, onde jogava de ponta-esquerda, mostrando, de pés descalços e com uma bola de maia, que o futebol faria parte do seu futuro.
Aos 14 anos jogou pelo Fleixeiras Atlético Clube, pequeno time carioca, mas a sua primeira empreitada co chuteiras foi curta, de uma vez que, para ajudar fina nceiramente a família, teve que abandonar o futebol e começar a trabalhar como garçom.
Prestou serviço militar na Aeronáutica e foi isso que o levou novamente ao esporte, já que, em 1945, eraq o único soldado a iintegrar o time dos oficiais, impressionando a todos por sua habilidade, tanto assim que foi através dos conselhos do amigo coronel Honório Magalhães foi treinar no Botafogo, levado pelo tio do coronel e diretor-social da alviegro, Bento Ribeiro.
Aos 23 anos, Nilton Santos deixou o quartel e a Ilha do Governador e passou a morar numa república de jogadores em General Severiano, onde, nos treinos, o técnico Zezé Moreira e o presidente do clube, Calito Rocha, perceberam qualidades de um graqnde defensor e o colocaram na lateral-esquerda.
Ganhou a vaga de titular numa partida contra o Canto do Rio e não saiu mais: foram 16 anos no clube da estrela solitária, onde participou de 729 jogos, conquistando 20 títulos, inclusive quatro campeonatos cariocas e dois Torneios Roberto Gom es Pedrosa.
Mais do que simples conquistas,  Nilton, por sua maneira de saber viver e conquistar amizades, formou um círculo de amigos no Botafogo, onde se incluia Garincha, o craque das pernas tortas, do qual se tornou quase um irmão, fazendo muita coisa juntos, especialmente quando vestiam a camisa da seleção brasileira.
Titular da seleção em 1962, no Chile, onde ganhou seu segundo título de campeão do mundo, Nilton disputou, com a camisa da seleção brasileira, 82 jogos, conquistando quatro campeonatos.
Seu último jogo oficial foi, em 1964, um Botafogo X Flamen-go, no dia 13 de dezembro, onde recebeu uma homenagem do adversário pelos ser-viços prestados ao futebol brasileiro.
                                     Em 1998 foi eleito, em Paris, o lateral-esquerdo da Seleção Mundial do Século, pela FIFA.  Na posição, também foi eleito o melhor da América do Sul de todos os tempos. 
Foi casado duas vezes e tem dois filhos: Carlos Eduardo e Andréa. Em 2007, o jogador foi diagnósticado com mal de Alzheimer. Em novembro de 2013 foi internado com insuficiência respiratória. Diagnosticado com pneumonia, morreu no dia de hoje, aos 88 anos.
Todo alvinegro como eu, que viveu momentos gloriosos do Botafogo em sua mocidade, vibrando com as jogadas de Nilton Santos, Garrincha, Zagalo, Gerson, Didi e tantos outros, não tem como evitar, no dia de hoje, que uma tristeza imensa tome conta do seu ser.
A estrela solitária ainda vai brilhar por muito tempo.
 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE




                                                                     


ÚLTIMA PÁGINA


Sempre me apeguei a alguns veículos da imprensa brasileira, graças, principalmente, aos seus cronistas. Por causa de Rubem Braga, colecionei,pormuito tempo, as edições do Diário da Noite, jornal editado no Rio, em tamanho tablóide, que embora não fosse tão bom quanto O Globo em se tratando de notícia, era primeiro sem segundo para mim por causa das crônicas do meu cronista preferido. E só parei de colecionar o jornal porque, num certo dia, ele deixou de circular.

Com a revista O Cruzeiro não foi diferente: rendi-me aos encantos da revista, como um todo, indo das reportagens de David Nasser ao Amigo da Onça, do meu amigo Péricles, mas não tinha como fugir à sua principal atração, ao pedacinho da edição que me cativava tanto e que, por capricho da natureza, ficava em sua última página: as crônicas, sempre belas e humanas, escritas por Rachel de Queiroz.

Era a única revista que muita gente, como eu, começava a ler por sua  página final, de trás para frente, pois era lá, na última página, que estava a crônica de Rachel.

Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza, no Ceará, Rachel de Queiroz se destacou como escritora, publicando os livros O Quinze, As Três Marias, Lampião e tantos outros, além das peças teatrais A Beata Maria do Egito e O Menino Mágico, obras premiadas nacionalmente.

Cronista emérita, publicou mais de duas mil crônicas, cuja seleção de algumas delas proporcionou a publicação dos seguintes livros: A Donzela e a Moura Torta, 100 crônicas escolhidas, O Brasileiro Perplexo e O Caçador de Tatu.

Tendo sido a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras- eleita para a Cadeira nº 5, em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Cândido Mota Filho – Rachel de Queiroz foi recebida, em 4 de novembro de 1977, pelo acadêmico Adonias Filho, acabando, de uma vez por todas, com o famoso clube do Bolinha (onde menina não entrava) da nossa maior academia.

Em suas crônicas, contava, com simplicidade, as novidades da semana e conquistava, à cada história que relatava, a admiração de milhares de leitores. No dia 4 de novembro, que já passou, os brasileiros lamentaram os dez anos de saudades de Raquel, desde o dia em que Deus a levou do nosso convívio com a mesma tranqüilidade com que ela sempre viveu entre nós.

Naquele dia fatídico, ela se deitou para dormir, pensou em Deus como sempre e adormeceu - para nunca mais acordar.

sábado, 9 de novembro de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 09/11/13




                                                                               


CICLO VEGETAL

Juca Pontes, além de ser um grande jornalista e um poeta capaz de sentir a nossa existência em suas expressões mais puras, é, acima de tudo, um amigo, daqueles que surgem em nossas vidas e que sempre se fazem presentes nos momentos em que mais precisamos de um papo despretencioso, mas necessário.

Ao longo do tempo, seja no dia-a-dia da vida de cada um de nós ou no desempenho de variadas funções no campo jornalístico, como nos setores de comunicação das administrações estaduais e municipais do saudoso Ronaldo Cunha lima e do atual senador Cícero Lucena, sempre vivemos praticamente lado a lado, lutando, costumeiramente, pelos mesmos ideais.

Apesar de ser conhecido principalmente por suas atuações jornalísticas, o nosso Juca se sobressai mais ainda, especialmente para os que o conhecem mais de perto, por sua veia poética, que aflora sempre quando a paz toma conta do seu espírito.

Ao reunir num livro suas inspirações poéticas, Juca Pontes, com ceteza, está vivendo um momento único em sua vida, longe do pega-pega e do corre-corre que faz parte da vida de um jornalista, para deixar florescer toda a poesia que sempre existiu em sua alma e que jamais deixou de fazer parte da sua personalidade.

Hoje, portanto, neste dia 9 de novembro (que parece rimar), Juca Pontes estará lançando o seu livro de poesias, intitulado CICLO VEGETAL, ali, na Livraria Leitura, no Shopping Manaira, às 19.30 horas, com a presença dos muitos amigos e admiradores.

Estendo o convite que me foi feito a todos os que me aconpanham na net, na certeza de que todos, ao tomar conhecimento da obra poética do Juca, haverão de agradecer pela lembrança.    






terça-feira, 10 de setembro de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - 10/09/2013




                                                                           



                                        UMA ETERNA PAIXÃO

As pessoas que gostam da boa musica popular, que admiram seus astros e estrelas, que acompanham o dia-a-dia dos grandes intérpretes da MPB – dentre os quais me incluo, mais por força da profissão do que por mera sensibilidade artística -, não podem, no decorrer desta terça-feira, 17 de setembro, que assinala a passagem do vigéssimo primeiro aniversário da morte de Herivelto Martins, um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos, deixar de lembrar o grande e inesquecível amor de sua vida, que foi Dalva de Oliveira, uma das mais notáveis cantoras do nosso país.

Herivelto de Oliveira Martins nasceu, no antigo distrito de Rodeio, no Rio de Janeiro, no dia 30 de janeiro de 1912, tendo recebido, desde a mais tenra idade, por parte do pai, o agente ferroviário Felix Bueno Martins, que era apaixonado pelo teatro, toda a força necessária para que pudesse despertar o seu amor pelas artes cênicas. Com apenas três anos, o pequeno Herivelto já se apresentava nos espetáculos promovidos pelo pai, declamando poesias. Aos 18 anos, já estava na luta, no Rio, trabalhando como barbeiro, até que, através do compositor Príncipe Pretinho, surgiram oportunidades para gravar as suas primeiras composições, mas foi somente em 1935 – um ano básico em sua vida, pois foi quando conheceu e passou a namorar Dalva de Oliveira – que ele gravou várias musicas de sua autoria na Odeon, nas vozes de Sílvio Caldas, Alzirinha Camargo, Carmen Miranda e Aracy de Almeida. Já integrando o famoso Trio de Ouro, conheceu o seu primeiro grande sucesso – o samba Praça Onze. A partir daí, outras musicas conquistaram o público brasileiro, como o samba-canção Ave Maria no Morro, os sambas Nossa Separação, Mangueira não, Que Rei Sou Eu (com Francisco Alves), Isaura, Rei Sem Coroa, Edredon vermelho (com Isaura Garcia), Segredo (na voz de Dalva de Oliveira), Caminhemos (com Francisco Alves), Redoma de Vidro, A Camisola do Dia, Francisco Alves, Carlos Gardel, Hoje Quem Paga Sou Eu , Pensando em Ti, Enfermeira, Atiraste uma Pedra (todas com Nelson Gonçalves) e Negro Telefone (com o Trio de Ouro), cada uma delas contando historias das várias fases da sua vida.

Foi a partir de 1936, quando passou a viver com Dalva de Oliveira, que a sua existência tomou um novo rumo, já que no ano seguinte, nasceu o seu filho Pery – o futuro cantor Pery Ribeiro.  Em 1939, casou-se oficialmente com Dalva, nascendo então o outro filho do casal, Ubiratan. Foi deste romance, que todos os fãs de ambos não esquecem, que surgiram algumas das mais famosas composições de Herivelto e algumas das mais inspiradas interpretações de Dalva de Oliveira. Da separação, ocorrida oficialmente em 1949, surgiu uma intensa briga musical, dentro da qual Herivelto apareceu com várias composições, inclusive o famoso e inesquecível Cabelos Brancos.

Depois de se separar de Dalva, Herivelto nunca mais lhe dirigiu a palavra, mesmo sabendo que, sua segunda esposa, Lourdes, tinha uma grande amizade com ela. 

No dia 17 de setembro de 1992, no Rio, Herivelto Martins se despediu da vida, deixando gravada, em suas músicas, a história do seu grande e eterno amor.  

http://www.youtube.com/watch?v=KeaiZ4MdrB0

http://www.youtube.com/watch?v=K0JwaEDuW4Y

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A CRÔNICA O DIA - 05/09/2013




                                                                     


                                          FEZ MAL... FEZ BEM.

No último dia 2, como estão lembrados, divulgamos, neste blog, uma crônica intitulada MAIS UMA... ATÉ QUANDO ?, tentando demonstrar, na oportunidade, toda a revolta do povo brasileiro ante a decisão da Câmara dos Deputados quando, através de expressiva maioria, legitimou o mandato de Natan Donadon, de Roraima, condenado, por desvios de verbas em seu estado e prisioneiro, há dois meses, na Penitenciária de Papuda, onde está cumprindo uma pena de 13 anos.
Após a votação, sentindo o clamor do povo em todo o Brasil, Henrique Eduardo Alves (que não é flor que se cheire), presidente da Casa, prometeu, em alto e bom som, que todas as sessões da Câmara, doravante, contendo julgamentos, só seriam realizadas em sessões abertas, cada um, ao vivo, dizendo em quem quer votar.
Eu mesmo tinha minhas dúvidas quanto à anunciada decisão do Presidente, já que conhecia muito bem todo o seu histórico parlamentar, como deputado, repleto de sujeiras as mais diversas.
Só que ele cumpriu o que prometeu e, logo em seguida, um dia depois, com a presença da unanimidade dos seus membros e com 452 votos favoráveis, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 349, que pôe fim ao voto secreto em todas as decisões tomadas em sessões plenárias, não apenas naquele parlamento, como no Senado, nas Assembléias Legislativas dos Estados e nas Câmaras Municipais de todos os municípios brasileiros.
É ou não é um fáto para ser comemorado festivamente em todo o território nacional, cabendo, sem dúvida, muitas manifestações populares, a favor, é claro ? 
Seria o momento ideal para o Parlamento brasileiro provar para que veio, após receber os parlamentares eleitos com o nosso voto.
De agora em diante, seria bem mais fácil observar, nas votações abertas, em plenário, o que estariam fazendo os nossos senadores, deputados e vereadores , no seu trabalho em favor do povo que os elegeu.
Mas quem foi que disse que, lá no Senado, a PEC foi aprovada com idêntica rapidez ? Lá, o Presidente da Casa, Renan Calheiros (quem não conhece a figura ?), afirmou que é anti-democrático aprovar tal medida, a não ser para votação de cassação de mandatos, já que se todas as votações forem pelo voto aberto, eles, os parlamentares, perderão o seu poder de luta.
Ele quis dizer: todos perderão seus arrumadinhos, seus cochichos antes das votações, seu toma lá, dá cá, que tantas safadezas envolvem, atingindo a maioria dos parlamentares.
O povo brasileiro vive, realmente, numa via crucis: num dia está festejando e, no outro, já volta a chorar.
Vamos ficar na nossa à espera dos acontecimentos finais.
Se a canalhice imperar, eles que nos aguardem nas próximas eleições. 




segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 02/09/2013




                                                                         


MAIS UMA... ATÉ QUANDO ?

È cada uma, que o povo brasileiro, que já está acostumado a saber de tantas coisas erradas que ocorrem na Câmara Federal, já nem se surpreende mais com as baixarias armadas pelos nossos políticos.
Só que, desta vez, eles passaram dos limites, surpreendendo-me, inclusive.
Por mais que eles não estejam nem aí para o que pensa ou deixar de pensar o nosso povo, jamais imaginei que pudessem me deixar atordoado com a decisão tomada pela Câmara dos Deputados, na úlltima quarta-feira, quando, em sessão plenária, através de votação (secreta, é claro), legitimaram o mandato do deputado Natan Donadon, de Roraima, condenado por desvios de mais de 8 milhões do seu estado e prisioneiro, há mais de dois meses, na Penitenciária de Papuda, onde deverá cumprir uma pena de 13 anos.
Na sessão, com a presença do criminoso devidamente algemado e de dezenas de familiares que passaram a cochichar nos ouvidos dos parlamentares, a Câmara dos Deputados (através de votação secreta, é claro), acabou por legitimar o mandato de Natan Donadon, que acabára de fazer um discurso emocionado em plenário, alegando inocência e reclamando das péssimas condições da prisão, onde nem água tem, às vezes, para que possa lavar o rosto.
Foram 233 votos (24 a menos do que é exigido para a cassação), 131 pela absolvição e 41 abstenções (com 21 abstenções, o PT foi o partido que mais contribuiu, com sua ausência, para a manutenção do mandato.
Após o fáto consumado, o Presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, do PMDB (que tem culpa em cartório, como todos sabem), anunciou que, a partir de agora (por que não antes ?), não submeterá mais nenhum caso de cassação à plenário, enquanto não for aprovada a proposta de mudança da Constituição, quando tais casos serão julgados em sessões abertas, com cada um dizendo, ao vivo, em quem quer votar.
O que já está feito não tem como ser modIficado.
Após a sessão (quanta vergonha prá todos nós !), Donadon saiu de camburão, algemado, de volta ao presídio da Papuda.
Ele deixou a Câmara agradecendo a Deus (que blasfémia) pelo resultado, sendo cumprimentado por vários colegas, como Carlos Alberto Leréia (PSB-GO), que escapou, há alguns dias, do processo de cassaçãopor sua relação com Carlinhos Cachoeira, e Sergio Moraes (PTB-RS), que causou polêmica anos atrás (todos se lembram), quando afirmou que estava se lixando para a opinião pública. 
Quanto a nós, brasileiros e eleitores, responsáveis pela presença de todos eles (bons e máus) ali no Congresso, não podemos deixar de fazer algumas reflexões, dando ao nosso voto a força e o apoio que ele merece para que pssa contribuir com o progresso da nossa terra, em todos os sentidos.
Na hora de votar, pense bem e repasse tudo o que estamos vivendo,
 


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - agosto de 2013




                                                                                  



                                          SAUDADES DE ISAURINHA


Hoje, logo cedinho, inventei de ligar o rádio e passei a ouvir um programa feito de reminiscências, através de músicas que ficaram para sempre na memória de todos nós, cada uma delas chegando aos meus ouvidos em forma de saudade, sendo que uma delas - Aperto de Mão -, na voz incomparável da eterna Isaurinha Garcia, colocou-me nas núvens.
É que, no início dos anos 80, numa viagem que fiz ao Rio, fui premiado, numa certa noite, com a notícia de que Isaurinha Garcia, uma das minhas musas preferidas por suas geniais interpretações do nosso samba, estaria cantando num show musical, num teatro bem ali, pertinho do hotel onde estava hospedado.
Sendo fã de carrteirinha da cantora não tive como resistir à tentação de assistir ao show, o que fiz, sentando-me na primeira fila, e ali aguardando, por alguns minutos, a chegada triunfal da grande intérprete, sendo recebida, é claro, com os aplausos entusiásticos da multidão que superlotava a casa de espetáculos.
E a primeira música a ser interpretada por Isaurinha, qual foi ? - justamente o Aperto de Mão que, justamente agora, mais de 30 anos depois, eu estava a ouvir com a mesma de emoção dos velhos tempos.
Isaura Garcia (o diminutivo só chegou depois) nasceu em São Paulo, no dia 26 de fevereiro de de 1923, cidade onde também faleceu, justo num mês de agosto como este, no dia 30, em 1993, quando estaremos, portanto, completando 20 anos sem a eterna musa da nossa música popular.
Com mais de cinquenta anos de carreira, Isaurinha foi uma das maiores intérpretes da MPB, sendo considerada por muitos como a Edith Piaf brasi-leira, tendo gravado mais de trezentas canções, dentre as quais músicas de sucesso, como Mensagem, Linda Flor (Ai, Iôiô), De Conversa em Conversa, Mensagem, Nunca, Candei de Ilusões, Foi a Noite, De Conversa em Conversa, Água de Beber e tantas outras que ficaram para sempre na memória dos seus fãs. 
No começo da carreira artística, participou de um concurso na Rádio Record de São Paulo, inspirando-se em Carmen Miranda e Aracy de Almeida, e logo foi contratada pela emissora, nascendo, a partir dai, uma carreira de sucesso, im-pulsionada, depois, mais ainda, pelo seu marido, Walter Wanderley, organista de muito êxito que renovou a bossa-nova com seu talento.
Neste mês de agosto, portanto, o Brasil precisa lembrar esses 20 anos sem a presença de uma das maiores intérpretes da nossa música.
Há uma saudade de Isaurinha no ar.

                https://www.youtube.com/watch?v=U8aKC11bfwQ






sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 16/08/2013




                                                                                      



UM MACACO QUERIDO

A aposentada Elizete Farias Carmona, de 71 anos, que sofre de problemas cardíacos, residente em São Carlos, no estado de São Paulo, sofreu um terrível golpe em sua vida, que quase a levou a óbito.
Tudo começou quando, em 1976 (há exatos 38 anos), um caminhonheiro, amigo da família, chegou em sua casa, trazendo em suas mãos um macaco-prego recém-nascido - a quem dera o nome de Chico -, entregando-o, como presente, à dona Elizete.
A partir daí, Chico se transformou no mimo da família, sendo tratado, desde então, como um filho, já que a sua nova mãe lhe cobria de carinhos que eram retribuidos pelo macaquinho, que não se cansava de demonstrar, a todo instante, que não podia mais viver longe da dona Elizete, reclamando até mesmo quando, por alguns instantes, tinha ficar afastado dela.
No dia 3 de agosto, a Polícia Militar Ambiental, através de denúncia, compareceu à residência da família onde o Chico morava e, com uma ordem de apreensão, levou o animal para a vizinha cidade de Assis, sem notar, com certeza, que haviam deixado, naquela casa, uma pobre senhora, já idosa e cardíaca, ali, aos prantos, sem saber, ao certo, como poderia continuar vivendo sem o seu filho, que jamais deixára de estar ao seu lado, ao longo de quase 40 anos.
A notícia da apreensão do Chico e da dor imensa que dona Elizete estava sentindo por estar longe do seu amado filho, repercutiu na imprensa nacional e na internet (com internautas mobilizando dois abaixo-assinados na web com mais de 18 mil assinaturas), até que a juiza Gabriela Muller Carioba Attanásio, baseada no fáto de que, de acordo com a legislação vigente, manter um animal silvestre em casa, sem a devida autorização, é crime contra a fauna, mas se ele, na guarda doméstica, não estiver ameaçado de extinção, cabe uma decisão jurídica, determinou que, no prazo de cinco dias após a notificação, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e a Associação Protetora dos Animais Silvestres de Assis devolvessem Chico à sua dona, sob pena do pagamento de mil reais por dia em caso de descumprimento.
Assim que a notícia chegou à casa de dona Elizete, a alegria voltou à vida da aposentada que, agora, com um novo corte de cabelo e com um sorriso permanente no rosto, aguarda, com a ansiedade a volta do Chico, que será comemorada não apenas por seus amigos e familiares, mas, à esta altura dos acontecimentos, por milhares de pessoas em todo o Brasil.
- Chorei demais - afirma a aposentada. Não tinha nenhum lugar aqui em casa que não me fizesse lembrar dele, à toda hora ! 
E acrescentou:
- Cortei o cabelo, que há dias nem penteava, estou comendo melhor e dormindo bem, já que aquele aperto terrível no coração chegou ao fim.
Vamos todos comemorar a volta do Chico.
Como se vê, neste país nem tudo está perdido.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 14/08/2013




                                                                                      



A FORÇA DE UM PAI


No último domingo, ao comemorar ao lado dos meus meninos, mais um Dia dos Pais, lembrei-me, ao longo da balbúrdia que aprontaram lá em casa, quando, há muitos anos atrás, fui apresentado a Sergio Bittencourt, nos corredores da antiga TV Tupi, no Rio, antes do início do Programa Flávio Cavalcanti. Emocionei-me, na ocasião, ao conhecer de perto, muito mais que o jurado famoso que sempre dava notas sensatas e merecidas aos calouros, mas o jornalista e compositor de tanto sucesso, que o Brasil inteiro aplaudia. 

Num bate-papo informal enquanto a gente tomava um cafezinho, fiquei sabendo do amor imenso que Sergio sempre havia dedicado ao seu pai, Jacob do Bandolim. Soube ainda que, para tristeza minha, o inspirado jurado, compositor e jornalista, era hemofílico desde a mais tenra idade e, apesar da sua luta constante contra a terrível doença, havia perdido praticamente uma das pernas, locomovendo-se com dificuldade. 

Foi da sua própria voz que ouvi um breve relato da morte do pai: Foi no dia 14 de agosto de 1969 – esse agosto é sempre insano – que meu pai, dirigindo sozinho o seu carro, chegou à sua casa, em Jacarepaguá, vindo da residência de um dos seus poucos ídolos, Pixinguinha, e – já ofegante – avisou que estava morrendo, sendo recostado por minha mãe e pelo meu avô no chão da grande varanda, onde morreria. Jacob Pick Bittencourt foi, para mim, mais do que um pai, do que um amigo, do que um ídolo. Ele foi, é e será sempre, para seu filho, um homem, desses que a gente escreve com “agá” maiúsculo, um ser genial. Tenho certeza e assumo: não sou nada, porque, de fato, não preciso ser. Me basta ter a certeza inabalável de que nasci do amor, da loucura, da irrealidade e da lucidez de um grande gênio. 

No dia do nosso encontro, o compositor Sergio Bittencourt ainda ouvia os aplausos do público brasileiro quando o grande sucesso musical do momento - Naquela Mesa - um samba-póstumo que fizera em homenagem ao seu pai,  era interpretado pela saudosa Elizeth Cardoso, que o imortalizou.

Num dia como o de hoje – 14 de agosto – pertinho Dia dos Pais (ocorrido no último domingo), o cronista fica sem saber, ao certo, a quem homenagear: se a Jacob Pick Bittencourt, que nasceu no Rio, no dia 14 de fevereiro de 1918, tendo falecido, há 44 anos, na mesma cidade, numa data igual à esta, ou a seu filho, Sergio Bittencourt, que na cidade maravilhosa também nasceu, em 1941, deixando inúmeras musicas de sucesso, até que a morte, um dia, em 9 de julho de 1979, também o levou, vítima de um enfarte, aos 38 anos.

A homenagem, justa e merecida, deve ficar para os dois expoentes da nossa música: para Jacob, por ter sabido ser um pai, na verdadeira expressão da palavra, e por ter legado à música popular brasileira tantos sucessos que ainda hoje recebem os aplausos do público; e ao seu filho, Sergio, por sua declaração pública de amor ao pai que sempre esteve ao seu lado, mesmo depois de morto, através de uma composição que, ainda hoje, mais de quarenta anos depois, continua presente em nossas vidas, tornando mais bela a data que hoje comemoramos. 

Cada filho que esteve, no último domingo, ao lado do seu pai, feliz com a felicidade daquele homem que sempre o guiou na vida, pode emocionar-se muito mais ainda, ouvindo a historia que Sergio Bittencourt nos conta com sua música.

Jacob foi um pai que serviu de inspiração a um grande filho. 



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - agosto de 2013




                                                                               



AS PEDRAS NO CAMINHO

              Amanheci hoje com a poesia de Carlos Drummond de Andrade na cabeça, provavelmente porque, a cada dia 17 de agosto, lamentamos o  falecimento do nosso poeta, ocorrido há exatos 26  anos , desde quando vivemos apenas com a força da sua poesia..
     Quando conheci Drummond, na José Olympio Editora, lá no Rio, tive a nítida impressão, ao ouvi-lo falar sobre um dos seus livros, que estava sendo lançado naquele momento, que o poeta não nascêra para viver num mundo repleto de tantos caminhos tortuosos como o nosso. A impressão que ficára era a de que ele não teria condições de sobreviver por muito tempo ao mundo hostil e violento como este em que estávamos vivendo. Só que nunca me enganára tanto: a poesia daquele homem, fisicamente frágil, era uma arma poderosa, de extremo poder tranqüilizante, que serenava os espíritos, dissipava rancores, afastava tristezas, reacendia esperanças e semeava ternura por onde passava.

Nascido na distante Itabira do Mato Dentro, no interior de Minas Gerais, no dia 31 de outubro de 1902, Carlos Drummond de Andrade estudou em Belo Horizonte e com os jesuítas do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, no Rio, de onde foi expulso por insubordinação mental. De volta à capital mineira, passou a escrever no Diário de Minas, onde começou a aglutinar muitos adeptos para um incipiente movimento modernista. Em 1925, formou-se em farmácia, em Ouro Preto. Logo em seguida, entrou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, Ministro da Educação, até 1945, escrevendo, de 1954 a 1969, no Correio da Manhã e, a partir daí, no Jornal do Brasil.

Foram com seus livros, no entanto, que conseguiu falar com seu povo e tornar-se conhecido em todo o mundo. Em 1940, lançou Sentimento do Mundo e, em 1942, José; mas foi com A Rosa do Povo, em 1945, que Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, social e politicamente, da luta do povo brasileiro em todos os níveis. A partiu daí, o que se viu foi uma sucessão de obras-primas que marcaram definitivamente a sua vida.

A morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade, no dia 5 de agosto de 1987, atingiu profundamente a sua alma e fez com que o poeta, já com 85 anos, viesse a falecer doze dias depois, lá mesmo, no Rio. 

Nunca me esquecerei – disse, num dos seus poemas, Drummond – que no meio do caminho tinha uma pedra.

Foi essa pedra, com certeza, que não deixou o poeta prosseguir pelo seu caminho de sempre, já que, numa encruzilhada, preferiu seguir outros rumos, deixando o nosso mundo, cada vez mais conturbado, para iniciar uma viagem em busca de outros sonhos.

Com sua poesia, Drumond eternizou-se em nossas vidas.

http://www.youtube.com/watch?v=2GMoB1ukqCk




sábado, 3 de agosto de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - agosto de 2013



                                                                           



O CANTOR DAS MULTIDÕES


Quando nasceu, no dia 03 de outubro de 1915, numa casa simples da Estação do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, Orlando Garcia da Silva era uma criança pobre como muitas outras, cujo nascimento foi festejado, com música, por seu pai, que era um exímio violonista, tendo participado, inclusive, à época, da formação do conjunto Oito Batutas, do famoso Pixinguinha.

Incentivado por seu irmão Eduardo, Orlando começou a ensaiar para fazer um teste na Rádio Cajuti, quando o compositor Bororó, encantado com sua voz, resolveu apresenta-lo ao grande Francisco Alves. Na oportunidade, Orlando, que tinha apenas 17 anos de idade, cantou a valsa Mimi, deixando o nosso Chico Alves entusiasmado, a ponto de convida-lo a se apresentar no seu programa na Rádio Cajuti. Foi o primeiro passo para o sucesso, já que, três anos depois, gravava seu primeiro disco, na RCA Victor, com o samba-canção No Quilômetro Dois, de Aimberê, e o samba Para Deus Somos Iguais, de J. Cascata e J. Barcelos. No mesmo ano, o jovem Orlando Silva já gravava dois clássicos do seu repertório: a valsa-canção Última Estrofe e a valsa Lágrimas, de Cândido das Neves, além dos sambas Não é Proceder e Já é de Madrugada, de Assis Valente. 

A partir daí, apresentando-se nas principais emissoras do Rio, à época, Orlando Silva gravou inúmeras musicas que se tornaram sucessos populares, como Tristeza, de J. Cascata, e Dama de Cabaré, de Noel Rosa, tendo participado, no dia 12 de setembro de 1936, da inauguração da Rádio Nacional, passando a ser o primeiro cantor a ter um programa exclusivo naquela emissora. No auge da sua forma vocal, Orlando gravou, em 1936, com a Orquestra da RCA Victor, a valsa Lábios Que Beijei, da dupla J. Cascata e Leonel Azevedo, tendo, no outro lado do disco, com Radamés Gnatalli e sua orquestra, Juramento Falso, da mesma dupla de compositores, dois dos sucessos mais marcantes da sua carreira. E vieram, desde então, outras interpretações inesquecíveis, como a valsa Aliança Partida e o samba-canção Amigo Leal, ambas de Benedito Lacerda; Boêmio, samba de Ataulfo Alves; Carinhoso, samba de Pixinguinha; a valsa Rosa, também de Pixinguinha (música preferida de Dona Balbina, mãe do cantor, e que ele jamais voltaria a interpretá-la após a sua morte); a marchinha A Jardineira, de Benedito Lacerda; Abre a Janela, de Arlindo Marques; Caprichos do Destino, valsa de Claudionor Cruz; Nada Além, fox de Custódio Mesquita; os sambas Meu Pranto Ninguém Vê e Errei,Erramos, de Ataulfo Alves; Página de Dor, de Custódio Mesquita; Balalaika, de George Moran;  Meu Consolo é Você, de Nássara; Dá-me Tuas Mãos, de Roberto Martins; Uma Dor e Uma Saudade, de Zé Pretinho; Sertaneja, de René Bittencourth; Súplica, de Otávio Mendes; Preconceito, de Marino Pinto; Adeus, de Silvino Neto;  Inquietação, Faceira, Risque e Terra Seca, todas de Ary Barroso; Serenata do Adeus, de Vinicius de Moraes, e centenas de outras interpretações que ficaram para sempre em nossa lembranca.

Neste mês de agosto (ele morreu no dia 7 de 1978), os brasileiros estarão chorando com muita tristeza os 35 anos de saudade de Orlando Silva – o cantor das multidões.  

                                http://www.youtube.com/watch?v=ats2UIVi5OQ

quarta-feira, 24 de julho de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - 24/07/2013



                                                                               



UM REENCONTRO NO CÉU

               Tão grande era a amizade de Dominguinhos com Luiz Gonzaga, o eterno rei do baião, que há mais de 24 anos partiu para a eternidade, que muita gente chega a imaginar, agora, como foi o reencontro dos dois, lá no céu, cada um com sua sanfona, mostrando, com certeza, o que mais sabem fazer: tocar a nossa música.

É que a morte, ôntem, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, aos, 72 anos, do sanfoneiro e compositor José Domingos de Morais, o Dominguinhos, depois de ter herdado do Gonzagão toda a sua majestade (já que o Rei lhe transferiu a corôa em pleno show, prá que todos soubessem do seu desejo), não poderia de nos deixar ansiosos por esse reencontro, já que, agora, juntos mais uma vez, estariam unidos para a eternidade.

Dominguinhos, como Gonzagão, nasceu no interior de Pernam-buco: ele, em Garanhuns, no dia 12 de fevereiro de 1941, e o Rei do Baião ali perto, em Exú, mas os dois só vieram a se encontrar prá valer, em 1954, quando viajou para o Rio de Janeiro, a fim de construir sua carreira como instrumentista, já que, à esta al-tura, elogiado pelo próprio Luiz Gonzaga (que o ouvira tocar), recebêra o convite para ficar ao seu lado.

Foi no Rio que ele recebeu uma sanfona de presente do Gonza-gão, formando, com Miudinho e Borborema, o famoso Trio Nordestino, que tanto en-cantou a todos os brasileiros com suas interpretações da música nordestina.

Em 1957, casou-se com sua primeira mulher, Janete, com quem teve dois filhos, mas foi com a cantora Lucinete Ferreira (mais conhecida por Anastácia), com quem se casou em 1967 (dez anos depois), que permaneceu unido por mais tempo, já que ela não era apenas a sua segunda esposa, mas uma grande parceira musical em mais de duas centenas de canções de sucesso, como Eu só Quero um Xodó, Tenho Sêde, Saudade Matadeira e Forró em Petrolina.

Com a chegada do tropicalismo, firmou parcerias com Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia, sendo que, com Chico Buarque, compôs Tantas Palavras e Xote da Navegação, mas foi com Nando Cordel que fez uma das suas canções mais famosas: De volta pro meu aconchego, que viria a se popularizar em todo o Brasil na voz de Elba Ramalho.

Na década de 1970, conheceu, em um show de Nara Leão, a dançarina Guadalupe Mendonça, que se tornaria sua terceira e última mulher. O casal teve uma filha, a cantora Liv Moraes. 

Em 2002, Dominguinhos se consagrou como vencedor do prêmio Grammy Latino, com o álbum Chegando de Mansinho. Quatro anos depois, levou o Prêmio Tim como Melhor Cantor Regional. Em 2010, ganhou o Prêmio Shell de Música

Foram mais de cinquenta anos de intensa convivência com o público brasileiro que, ao mesmo tempo em que o reconnhecia e o aplaudia como um dos melhores intérpretes da nossa música regional, sabia recebê-lo, na intimidade do nossso aconchêgo, como aquele homem simples e amigo, que jamais negou a sua procedência, que era de onde ele tirava toda a substância que envolvia as suas musicas de maior sucesso.

Que Dominguinhos e Gonzagão se reencontrem no céu.

É pena que, para este grande show, sòmente ao Pai Eterno será permitido assisti-lo.

Mas fiquemos atentos: desde ôntem, ao que parece,  as estrêlas estão brilhando um pouco mais. 






sexta-feira, 19 de julho de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - 19/07/2013



                                                                         



                                                     50 ANOS SEM LALÁ

Existem tantos bons autores na música popular brasileira que uma das tarefas mais difícieis para qualquer ser humano seria, sem dúvida, enumerar os dez melhores e mais talentosos compositores nossos de todos os tempos. O melhor, portanto, o mais talentoso - resumindo tudo numa única pessoa - é tarefa verdadeiramente impossível. Como escolher o mais completo compositor da nossa música popular, assim, de repente e de uma só vez, com nome e sobrenome, esquecendo todos os outros ?
A coisa fica mais fácil, no entanto, quando a gente consegue juntar adjetivos e predicados próprios de um determinado compositor. Qual, dentre todos, por exemplo, sempre foi o mais alegre, o mais extrovertido, o mais criativo e, acima de tudo, aquele que mais tem a cara e o jeito do povo brasileiro ? Feita a pergunta assim, a resposta estaria na ponta-da-língua: Lamartine Babo.
Para as gerações de hoje, explicamos que, no dia 16 deste mês, muitos fãs de Lamartine Babo ainda chorararam a sua ausência, 50 anos depois de sua morte, que ocorreu no dia 16 de julho de 1963, lá no Rio, cidade que ele tanto amou e onde nasceu, no dia 10 de janeiro de 1904, na rua Teófilo Otoni, bem no centro, onde hoje existe a Rio Branco. 
Como sua mãe e suas irmãs tocavam piano, e sua casa era freqüentada por músicos como Ernesto Nazareth e Catulo da Paixão Cearense, Lamartine ou “Lalá”, como era conhecido pelos amigos e passou a ser conhecido em todo o Brasil, teria que ser um músico e compositor, já compondo, aos 16 anos, o fox-trot Pindorama – um desafio para fazer uma música apenas com as notas sol, dó e mi. Em 1917, faria sua primeira valsa – Torturas de Amor – em homenagem ao seu pai. Compôs duas operetas: Cibele e Viva o Amor, na qual estava incluída a famosa valsa Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda. Em 1922, compôs várias músicas para o teatro-de-revistas. A partir de 1929, estreou na Rádio Educadora, cantando, com sua voz de falsete, acompanhado, ao piano, por Ari Barroso, ao mesmo tempo em que contava piadas e fazia enquetes. Em 1932, passou a fazer sucesso no carnaval, com o samba Só Dando com Uma Pedra Nela, gravado por Mário Reis. Daí por diante, uma sucessão de sucessos: O Teu Cabelo Não Nega, Marchinha do Amor, Ao Romper da Aurora, A,E,I,O,U, Babo..zeira, Moleque Indigesto, Linda Morena, Grau Dez e vários outras marchinhas que se tornaram marcas registradas do carnaval carioca. No cancioneiro romântico popular, Lamartine foi o máximo, com músicas inesquecíveis, como Mais uma Valsa... Mais uma Saudade, Serra da Boa Esperança... No Rancho Fundo... e tantas outros, assim como grandes sucessos juninos. Em 1945, no seu programa Trem da Alegria, na Mayrink Veiga, na proporção de uma música por semana, compôs os hinos dos 11 clubes de futebol do Rio, como o América (time do seu coração) e mais: Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e muitos outros,  que até hoje são cantados pelas torcidas. 
No centenário do nascimento de Lalá, comemorado em 2004, muitas homenagens foram prestadas ao nosso genial compositor, mas o Brasil, como um todo, ainda lhe deve bastante, tão grande e marcante foi a sua presença em nossa música popular.
Ele foi, sem dúvida, o mais brasileiro dos nossos compositores.

                        http://www.youtube.com/watch?v=5V-Zk7wilmo

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 17/07/2013



AS VANTAGENS DO FÔRO

Como se sabe, o recesso parlamentar é de cerca de 50 dias, pois começa hoje, no dia 17 de julho e segue até o dia 1º de agosto (bem melhor do que as férias corridas do trabalhador brasileiro).
Prá sorte nossa, os parlamentares deixaram para depois, quando voltarem ao trabalho, a votação a votação da PEC 10/2013, que extingue o fôro privilegiado de Presidente da República, ministros, comandantes das forças armadas, senadores, deputados federais, que devem ser julgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), assim co-mo Governadores, desembargadores e integrantes dos tribunais regionais federais, eleitorais e de contas dos estados, como também prefeitos e deputados estaduais, que serâo julgados pelos tribunais de justiça do local. 
Alguns especialistas do assunto, parte da imprensa brasileira e muitos comentaristas da área jurídica acham, no entanto (e com justificáveis razões), que o final do fôro privilegiado, antes de ser um ato benéfico - já que colocaria as autoridades, que passariam a ser julgados na justiça comum, em pé de igualdade com o simples homem do povo - pode ser, também, e disto já tivemos provas, uma vantagem a mais para ladrões e corruptos, já que podem esticar os seus processos por muito mais tempo, permanecendo na impunidade ou escapando da cadeia por falta disso ou daquillo.
Quantos políticos já não renunciaram ao cargo que exercem, para que, como um cidadão comum, pudessem ser julgados pelos mesmos meios que julgam qualquer elemento do povo ?
Só que, com eles, mesmo sem o cargo que lhe davam poderes, a coisa se arrasta por muitos e muitos anos e, às vezes, permite que cheguem à óbito devido à velhice, sem que pague pelos crimes cometidos. 
Muitos deputados e senadores são a favor da citada PEC, mas muitos também já se posicionaram contra, havendo, aparentemente, uma divisão nas duas casas do legislativo federal, coisa em que ninguém pode confiar, cabendo ao povo - isto, sim -, através de muitas manifestações de rua, mostrar o que a cha de tudo isso.
Na minha modesta opinião a coisa deve ficar do jeito que está: fôro privi-legiado para todos eles, com um adendo: aqueles que renunciarem ao cargo para escapar de julgamento não terão direito à justiça comum, já que os crimes foram cometidos à sombra dos cargos que exerciam.
E estamos conversados.
Mas é o povo quem deve dar a palavra final.
Vamos à luta.
Todos seremos iguais perante à Lei: cada um responde perante à justiça.
Não interessa qual.