quarta-feira, 26 de junho de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 26/06/2013


                                                                               

UMA VITÓRIA DO POVO

          Quando, no dia de ôntem (25 de agosto – gravem bem este dia !), pressionada pelas manifestações populares que tomaram conta das ruas das maiores cidades do país em protesto contra o projeto que retirava os poderes de investigação do Ministério Público, através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC-37), a Câmara dos Deputados, ao derrubar a proposta de autoria de um parlamentar do PT de maneira categórica – já que dos 441 deputados, 430 se posicionaram a favor do povo -, mostrou claramente quem é que manda num país onde a democracia ainda impera.
         No frigir dos ovos, embora um ou outro parlamentar possa ter caído em si, quem, realmente, mais uma vez, demonstrou toda a sua força, foi o povo brasileiro que, com sua presença nas ruas, invadindo o centro das maiores metrópoles do país, como Rio e São Paulo, além de se fazer presente em dezenas de outras cidades, exigiu, de forma passiva mas marcante, que a PEC-37 não fosse aceita pelo parlamento, já que o trabalho do Ministério Público, em defesa do povo e em favor da justiça, tem colocado atrás das grades centenas criminosos que agem, principalmente, contra os nossos bens.
              Os procuradores, é claro, com justa razão, comemoraram a rejeição da PEC-37, mas ao mesmo tempo em que devem agradecer aos 430 parlamentares que votaram para derrubar a proposta do PT, eles, com muito mais entusiasmo, devem abraçar os brasileiros que foram às ruas, conduzindo cartazes e exigindo da Câmara dos Deputados a rejeição do projeto que só males haveria de trazer ao nosso país.
         De acordo com o Procurador Regional da República e Presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Alexandre Camanho de Assis, essa foi “uma importante vitória da sociedade brasileira contra a corrupção e a impunidade no País”.
                 E concluiu:
                - Finalmente, após um árduo e dedicado trabalho em defesa das nossas atribuições, a sociedade declarou seu apoio ao trabalho do Ministério Público !
                 Esta foi a primeira lição e espero que não seja a última.
                 Com esta, o governo e o parlamento brasileiros aprenderam a respeitar o seu povo e a ouvir a voz das nossas ruas.
                   Que haja paz. Que haja progresso. Mas que se ouça a voz do povo.
                   Sempre.

terça-feira, 25 de junho de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 25/06/2013

                                                                           
                                                                             

                                      CONVERSA PRÁ BOI DORMIR

             Sempre que alguma pessoa começava a dizer muita besteira na frente de dona Zefinha, a minha avó paterna, contando casos sem eira-nem-beira, visando enrolar os que a ouviam, ela dizia logo:
                     - Isso é conversa prá boi dormir: não vai dar em nada.
                   No momento atual, depois dos protestos do povo brasileiro nas ruas das maiores cidades do país, exigindo uma melhor atuação da máquina governamental na condução de medidas que visem melhorar as atividades que mais atingem as populações, como a mobilidade urbana, a segurança pública e a educação em todos os níveis, pondo fim, ao mesmo tempo, aos roubos, falcatruas e safadezas que ocorrem na administração pública e no parlamento, prejudicando ao Brasil, como um todo, a coisa, ao que parece, dá a impressão de ter entrado nos eixos.
                     De imediato, a presidente Dilma fez um pronunciamento à Nação, afirmando que “a voz do povo nas ruas tem que ser ouvida”  e convocou, de imediato, uma reunião com governadores, prefeitos e represenlantes dos legisladores de todo o país, a fim de decidir quais as medidas que teriam de ser tomadas para atender ao clamor dos brasileiros.
              No seu discurso, ela – a Presidente – garantiu que o melhor caminho seria a convocação de uma Assembléia Constituinte exclusivamente para realizar uma reforma política, quando o povo, através de um referendo, daria o seu posicionamento, mostrando-se favorável ou não à medida. Só que seu antecessor – o Lula – já tinha feito idêntico pronunciamento, em 2006, usando as mesmas palavras, e a coisa não foi adiante.
                    A presidente Dilma recebeu governadores e prefeitos de todo o país, assim como ministros e parlamentares das duas casas do Congresso Nacional e, após muitos discursos e papos que não levam à nada, marcou vários encontros, a partir das 10 horas desta terça-feira (25), com várias autoridades, como presidente da OAB, Marcus Vinicius, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, o presidente do senado, Renan Calheiros e vários representantes de movimentos sociais urbanos, apresentando, ainda, a proposta de um plebiscito para que o eleitorado decida sobre a reforma politica.
                    Ôntem, enquanto todos festejavam o São João, ela – a presidente Dilma – esteve reunida com 27 governadores e 26 prefeitos de capitais, ouvindo sugestões para melhoramento de aspectos da conjuntura política, econômica e da qualidade dos serviços públicos.
                    No seu discurso, a presidente pediu aos governadores e prefeitos que acelerem os investimentos em hospitais, unidades de pronto-atendimento e unidades básicas de saúde, e que ampliem a adesão de hospitais filantrópicos ao programa do Ministério da Saúde que troca dívida por mais atendimento, incentivando a ida de médicos para as cidades que mais necessitam dos seus serviços. Visando o transporte popular, anunciou a criação do Conse-lho Nacional do Transporte Público, destinando mais de 50 bilhões de reais pa-ra novos investimentos em obras de mobilidade urbana.
                   No frigir dos ovos – como diria a minha avó – foi muita conversa bonita, muito papo furado e muitas promessas difícieis de serem cumpridas num pequeno espaço de tempo, já que o povo nas ruas exige tudo agora, no momento, pois não suportam mais nem um dia de atraso.
             Que a presidente Dilma e seus assessores, assim como seus de- que o povo enfrentar mais componentes do governo, tratem de encontrar soluções imediatas para os problemas do nosso povo, que são os de hoje e os de sempre, que elas sabe muito bem quais são.
                      Basta de conversa prá boi dormir.
                        

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 20/06/2013


             
                                                                           

                                              A FORÇA DO POVO

             A última vez que havia me entusiasmado com a presença do povo nas ruas, realizando passeatas e exibindo cartazes (isso, sem ter por trás da manifestação nenhuma campanha política), foi no dia 28 de setembro de 1992, há 21 anos, quando o presidente Collor de Mello, por decisão da Câmara dos Deputados, que ouviu a voz dos brasileiros nas ruas de todo o país, foi afastado do cargo que exercia.                     
            De lá prá cá, por mais que existissem razões da presença do povo brasileiro nas ruas de todo o país, as coisas caminhavam numa mesmice sem fim, com o governo cada vez mais trabalhando menos em favor de quem o elegeu, e com os eleitores, calados e sem esboçar nenhuma reação, preocupados muito mais com os jogos de futebol festivos e com outros atrativos devidamente preparados para os manter felizes e sem voz.
              As manifestações populares eram cartas fora do baralho.
              Agora, finalmente, cansados de tanto sofrimento e desilusão, com os governos de todos os matizes (federal, estadual ou municipal) e de todos os lados (executivo ou legislativo, sobrando às vezes até pro judiciário), fazendo de conta que trabalham em favor do povo, os brasileiros de todo o país, finalmente, resolveram sair às ruas para protestar contra o que está faltando em suas vidas: segurança pública de qualidade, atendimento melhor à saúde de todos, mais educação de qualidade para os dela necessitam, mais transporte coletivo para conduzir o povo no seu dia-a-dia, já que todos trabalham, estudam e se movimentam diariamente, para que o país continue a crescer,  além de menos impostos, menos enganações, menos safadezas em todos os níveis da administração pública e, finalmente, parar de tentar enganar aos que os elegeram, realizando  um trabalho mais profícuo em favor do país.
            Os protestos, que tiveram início há 15 dias, não têm data, ao que parece, para acabar, estando presentes, agora, em todas as principais cidades do país, com atividades similares marcadas, por exemplo, para a aparentemente tranquila João Pessoa, neste dia de junho de 2013.
              Como já está ocorrendo em muitas cidades brasileiras, vamos dar, também, a nossa contribuição, já que motivo é o que não nos falta para erguer faixas e cartazes, protestando contra tudo aquilo que nos prejudica, através do governo, em todos os setores da atividade humana.
                A hora é esta.
                O momento é oportuno.
               Vamos às ruas, numa manifestação ordeira e pacífica, mas que servirá, sem dúvida, para que os governantes e legisladores, em todas as áreas, aprendam que a voz do povo tem que ser ouvida.
                  É a hora e a vez do povo.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A CR\ÕNICA DO DIA - 07/06/2013


                                                                             

                                              NA BASE DO FAZ-DE-CONTA 

      De vez em quando, ao sentir a necessidade de um pouco de paz espiritual, ligo a TV e, em vez de assistir aos noticiários, fico restrito aos filmes e novelas, já que o final de cada história, por mais dramática que seja, termina sempre  do jeito que a gente quer, com vitórias constantes da lei e da justiça, onde o bem vence o mal e os criminosos, por mais tinhosos que sejam, acabam sempre pagando pelos crimes que cometeram.
          Logo, no entanto, volto ao normal, já que não posso viver isolado do mundo, sem saber, na verdade, principalmente, o que está acontecendo na minha cidade, no meu estado e no meu país, assim como no resto do mundo em que vivo e faço força prá continuar vivendo.
           E aí que a coisa pega.
        Ao terminar de assistir a um noticiário, na TV ou no rádio, você se sente angustiado ante às notícias terríveis que são divulgadas, envolvendo o aumento  da criminalidade em todo o país, assim como a diminuição do interesse dos governantes em resolver os problemas que mais afligem as populações de cada um dos municípios brasileiros, assim como ao povo do país, como um todo.
         Com referência à segurança pública, que é um ítem essencial na vida de todo cidadão brasileiro e que deve ser garantida, como todo mundo sabe, pelos governantes de todas as matizes (federal, estadual e municipal), até parece que estamos retornando à época das cavernas, onde os homens primitivos eram obrigados a se defender a qualquer custo, utilizando as armas que tinham em seu redor, matando para não morrer.
       Os criminosos atacam em toda parte, com uma naturalidade nunca vista, ora explodindo caixas eletrônicos, ora invadindo casas comerciais e restaurantes, ora realizando assaltos em plena rua, utilizando, para tanto, muitos adolescentes que, por serem menores de idade (abaixo de 18 anos), não podem ser presos, mas recolhidos à casas de recuperação, de onde logo saem e voltam a cometer os mêsmos delitos, assaltando e matando à vontade.
           Como as notícias, hoje, não ficam restritas apenas a esses crimes, ficamos irritados e desprotegidos, do mesmo modo, já que o governo vem falhando em suas missões mais importantes, visando beneficiar o povo que o elegeu para cuidar do dinheiro que é de todos e que chega aos cofres públicos através de uma carga tributária (que é uma das mais altas do mundo) arbitrariamente cobrada.  A Saúde Pública como é que está ? Quem pode negar os problemas que afligem os brasileiros que precisam recorrer a um hospital ou ao consultório de um simples médico, através do SUS ? E as filas... o sofrimento de todos os que necessitam de um tratamento e que ali estão, à espera das ações de um governo que nada faz ? E os médicos... onde estão ? Por que pretendem contratar profissionais no exterior ? E a educação, como anda ? Quem disse que existem vagas prá quem deseja estudar ? Creches ? Alguém falou em creches ? Onde é que o povo sofrido, que trabalha para sobreviver, pode deixar seus filhos, a fim de garantir o emprego que, com tanta dificuldade para consegui-lo, hoje ocupa ?
                                   Ao que parece, vivemos num país de faz-de-conta, onde os governantes parecem governar, mas nada fazem.
                                   Para mostrar a que vieram, eles deveriam estar reunidos, independente dos partidos políticos aos quais pertencem, e traçarem, juntos, planos definitivos (já que todos utilizam o mesmo dinheiro do povo prá fazer-de-conta que governam), para resolver, de uma vez por todas, os problemas de segurança pública, de educação, de saúde e de tantos outros setores, fazendo jús, assim, ao voto popular que os levou ao poder.
                                   Com um trabalho sério e voltado para o povo, talvez assim, um dia, quem sabe, a gente pudesse voltar a assistir um noticiário de TV sem ficar com os nervos à flor da pele, já que nas ruas, sem dúvida, a situação é bem pior, com os marginais em carne-e-ôsso assaltando a quem desejam e assassinando ao deus-dará, como se as vidas fossem descartadas.
                                   Se a coisa continuar assim, com os governantes fazendo-de-conta que trabalham, vamos ficar em casa no dia da eleição, fazendo-de-conta que votamos.
                                   Garanto que alguma providência logo seria tomada, aparecendo, de alguma forma, soluções para os nossos problemas.
                                   Não descartem a idéia.
                                  
                                  
                                   

segunda-feira, 3 de junho de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - 19/06/2013


                                                                         

                                            CHICO... SEMPRE GENIAL.

                  A impressão que a gente tinha, enquanto assistia a um show de Chico Buarque, é que ele, com aquela calma toda e com uma excessiva timidez a dominar-lhe os gestos, jamais conseguiria transformar-se num grande intérprete da nossa música popular, mesmo que as composições a serem interpretadas fossem de sua autoria. Era assim que a gente via o menino Chico, em 1965, no Festival da Música Brasileira, na TV Record, tímido e acanhado, defendendo a sua canção A Banda, todo mundo sentindo que ele estava ali, naquele palco, nervoso, quase apavorado, procurando uma brecha pra se mandar dali. Mas todo mundo viu que ele foi até o fim, cantou muito bem a sua musica e recebeu os aplausos do público ao ganhar o primeiro prêmio, que fez questão de dividi-lo com o paraibano Geraldo Vandré, que interpretou a sua famosa Disparada, tendo a organização do Festival dividido o prêmio, por sugestão do próprio Chico.
           Embora o nosso Chico Buarque sempre tenha nos passado essa idéia de que é um homem extremamente tímido, ele logo conseguiu, desde a juventude, firmar-se no campo da música popular. Filho do historiador Sergio Buarque de Hollanda, Francisco Buarque de Hollanda nasceu num dia como o de hoje, em 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro. Desde cedo, conviveu com diversos artistas, amigos do seu pai e da sua irmã Heloisa, dentre os quais João Gilberto, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Tom Jobim, Alaíde Costa e Oscar Castro Neves. Aprendeu a gostar de ler vivendo numa casa cercada de livros. Lia de Dostoievski a Graciliano Ramos, absorvendo cultura, ao mesmo tempo em que despertava o espírito para a criação. Aprendeu, com a irmã, a tocar violão. E já ouvia e admirava a bossa nova, curtindo, ainda, as músicas de Ataulfo Alves, Ismael Silva, Noel Rosa e tantos outros. Em 1964, já fazia músicas, como Tem Mais Samba, para a peça Balanço de Orfeu, e teve uma de suas composições – Marcha Para Um Dia de Sol, gravada pela cantora Maricene Costa. Após sua vitória em 1965, no Segundo Festival da Música Popular Brasileira, na TV Record, quando A Banda, de sua autoria, e Disparada, de Vandré, dividiram o primeiro lugar, a sua ascensão artística foi rápida. Cantando toda semana no programa Fino da Bossa, de Ellis Regina, na TV Record, Chico logo foi convidado para musicar o espetáculo Vida e Morte Severina, de João Cabral de Mello Neto, revelando, a partir, toda a musicalidade existente em seu espírito. A partir daí, Chico passou a fazer história, como seu pai, só que na música popular brasileira. Os sucessos aconteciam ao sabor do tempo, como os épicos A Rita, Pedro Pedreiro, Amanhã Ninguém Sabe, Olê Olá, Sonho de um Carnaval, Noite dos Mascarados, Com Açúcar e com Afeto, Quem te viu Quem te vê, Morena dos Olhos Dágua, Januária, Carolina, Roda Viva, Valsinha, Cálice (que deu problemas com a Censura - quem não se lembra ? - quando os censores imaginaram tratar-se de “cale-se” do verbo calar ?), Gota D’Água, Vai Levando, Geni, Luísa, Não Sonho Mais, Bye Bye Brasil, Certas Palavras, Meu Guri, Suburbano Coração, Vai Passar, A Volta do Malandro e tantas outras composições que passaram a fazer parte da história musical deste país.
           No dia 19 de junho, quer queira quer não, Chico completa 69 anos e estará beirando os 70. Parabéns, Chico... que você continue sendo sempre o mesmo menino que a gente não cansava de aplaudir... um exemplo de coerência política e estética... cada vez mais você mesmo... do jeito que o povo gosta e admira...do jeito que o povo quer.