quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE - 27/11/2013




                                                                             


UMA ESTRELA BRILHANTE

Nilton dos Reis Santos, como foi batizado, ao nascer, no Rio, no dia 16 de maio de 1925, na Ilha do Governador, onde vivia e, sendo o mais velho de sete filhos, ajudava o pai a pescar, função que era o sustento da família.
As remadas no barco do pai lhe davam fôlego para as peladas da tarde, já que o nosso Nilton participava do time dos garotos da rua, onde jogava de ponta-esquerda, mostrando, de pés descalços e com uma bola de maia, que o futebol faria parte do seu futuro.
Aos 14 anos jogou pelo Fleixeiras Atlético Clube, pequeno time carioca, mas a sua primeira empreitada co chuteiras foi curta, de uma vez que, para ajudar fina nceiramente a família, teve que abandonar o futebol e começar a trabalhar como garçom.
Prestou serviço militar na Aeronáutica e foi isso que o levou novamente ao esporte, já que, em 1945, eraq o único soldado a iintegrar o time dos oficiais, impressionando a todos por sua habilidade, tanto assim que foi através dos conselhos do amigo coronel Honório Magalhães foi treinar no Botafogo, levado pelo tio do coronel e diretor-social da alviegro, Bento Ribeiro.
Aos 23 anos, Nilton Santos deixou o quartel e a Ilha do Governador e passou a morar numa república de jogadores em General Severiano, onde, nos treinos, o técnico Zezé Moreira e o presidente do clube, Calito Rocha, perceberam qualidades de um graqnde defensor e o colocaram na lateral-esquerda.
Ganhou a vaga de titular numa partida contra o Canto do Rio e não saiu mais: foram 16 anos no clube da estrela solitária, onde participou de 729 jogos, conquistando 20 títulos, inclusive quatro campeonatos cariocas e dois Torneios Roberto Gom es Pedrosa.
Mais do que simples conquistas,  Nilton, por sua maneira de saber viver e conquistar amizades, formou um círculo de amigos no Botafogo, onde se incluia Garincha, o craque das pernas tortas, do qual se tornou quase um irmão, fazendo muita coisa juntos, especialmente quando vestiam a camisa da seleção brasileira.
Titular da seleção em 1962, no Chile, onde ganhou seu segundo título de campeão do mundo, Nilton disputou, com a camisa da seleção brasileira, 82 jogos, conquistando quatro campeonatos.
Seu último jogo oficial foi, em 1964, um Botafogo X Flamen-go, no dia 13 de dezembro, onde recebeu uma homenagem do adversário pelos ser-viços prestados ao futebol brasileiro.
                                     Em 1998 foi eleito, em Paris, o lateral-esquerdo da Seleção Mundial do Século, pela FIFA.  Na posição, também foi eleito o melhor da América do Sul de todos os tempos. 
Foi casado duas vezes e tem dois filhos: Carlos Eduardo e Andréa. Em 2007, o jogador foi diagnósticado com mal de Alzheimer. Em novembro de 2013 foi internado com insuficiência respiratória. Diagnosticado com pneumonia, morreu no dia de hoje, aos 88 anos.
Todo alvinegro como eu, que viveu momentos gloriosos do Botafogo em sua mocidade, vibrando com as jogadas de Nilton Santos, Garrincha, Zagalo, Gerson, Didi e tantos outros, não tem como evitar, no dia de hoje, que uma tristeza imensa tome conta do seu ser.
A estrela solitária ainda vai brilhar por muito tempo.
 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CRÔNICA DA SAUDADE




                                                                     


ÚLTIMA PÁGINA


Sempre me apeguei a alguns veículos da imprensa brasileira, graças, principalmente, aos seus cronistas. Por causa de Rubem Braga, colecionei,pormuito tempo, as edições do Diário da Noite, jornal editado no Rio, em tamanho tablóide, que embora não fosse tão bom quanto O Globo em se tratando de notícia, era primeiro sem segundo para mim por causa das crônicas do meu cronista preferido. E só parei de colecionar o jornal porque, num certo dia, ele deixou de circular.

Com a revista O Cruzeiro não foi diferente: rendi-me aos encantos da revista, como um todo, indo das reportagens de David Nasser ao Amigo da Onça, do meu amigo Péricles, mas não tinha como fugir à sua principal atração, ao pedacinho da edição que me cativava tanto e que, por capricho da natureza, ficava em sua última página: as crônicas, sempre belas e humanas, escritas por Rachel de Queiroz.

Era a única revista que muita gente, como eu, começava a ler por sua  página final, de trás para frente, pois era lá, na última página, que estava a crônica de Rachel.

Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza, no Ceará, Rachel de Queiroz se destacou como escritora, publicando os livros O Quinze, As Três Marias, Lampião e tantos outros, além das peças teatrais A Beata Maria do Egito e O Menino Mágico, obras premiadas nacionalmente.

Cronista emérita, publicou mais de duas mil crônicas, cuja seleção de algumas delas proporcionou a publicação dos seguintes livros: A Donzela e a Moura Torta, 100 crônicas escolhidas, O Brasileiro Perplexo e O Caçador de Tatu.

Tendo sido a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras- eleita para a Cadeira nº 5, em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Cândido Mota Filho – Rachel de Queiroz foi recebida, em 4 de novembro de 1977, pelo acadêmico Adonias Filho, acabando, de uma vez por todas, com o famoso clube do Bolinha (onde menina não entrava) da nossa maior academia.

Em suas crônicas, contava, com simplicidade, as novidades da semana e conquistava, à cada história que relatava, a admiração de milhares de leitores. No dia 4 de novembro, que já passou, os brasileiros lamentaram os dez anos de saudades de Raquel, desde o dia em que Deus a levou do nosso convívio com a mesma tranqüilidade com que ela sempre viveu entre nós.

Naquele dia fatídico, ela se deitou para dormir, pensou em Deus como sempre e adormeceu - para nunca mais acordar.

sábado, 9 de novembro de 2013

A CRÔNICA DO DIA - 09/11/13




                                                                               


CICLO VEGETAL

Juca Pontes, além de ser um grande jornalista e um poeta capaz de sentir a nossa existência em suas expressões mais puras, é, acima de tudo, um amigo, daqueles que surgem em nossas vidas e que sempre se fazem presentes nos momentos em que mais precisamos de um papo despretencioso, mas necessário.

Ao longo do tempo, seja no dia-a-dia da vida de cada um de nós ou no desempenho de variadas funções no campo jornalístico, como nos setores de comunicação das administrações estaduais e municipais do saudoso Ronaldo Cunha lima e do atual senador Cícero Lucena, sempre vivemos praticamente lado a lado, lutando, costumeiramente, pelos mesmos ideais.

Apesar de ser conhecido principalmente por suas atuações jornalísticas, o nosso Juca se sobressai mais ainda, especialmente para os que o conhecem mais de perto, por sua veia poética, que aflora sempre quando a paz toma conta do seu espírito.

Ao reunir num livro suas inspirações poéticas, Juca Pontes, com ceteza, está vivendo um momento único em sua vida, longe do pega-pega e do corre-corre que faz parte da vida de um jornalista, para deixar florescer toda a poesia que sempre existiu em sua alma e que jamais deixou de fazer parte da sua personalidade.

Hoje, portanto, neste dia 9 de novembro (que parece rimar), Juca Pontes estará lançando o seu livro de poesias, intitulado CICLO VEGETAL, ali, na Livraria Leitura, no Shopping Manaira, às 19.30 horas, com a presença dos muitos amigos e admiradores.

Estendo o convite que me foi feito a todos os que me aconpanham na net, na certeza de que todos, ao tomar conhecimento da obra poética do Juca, haverão de agradecer pela lembrança.